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Meus olhos fixam-se nas luzes vermelhas, uma a uma se apagando, criando um suspense eletrizante. Meu coração dispara, minha respiração fica suspensa. Uma boa largada é crucial, seria a chave para conquistar a vantagem necessária e ultrapassar Norris, tomando a tão desejada sexta posição.

Pressiono o pedal do acelerador no momento exato em que todas as luzes do painel se apagam, anunciando o tão aguardado sinal verde. Minha máquina ruge e dispara adiante, deixando Lewis para trás. Sinto a adrenalina pulsar em minhas veias enquanto me aproximo de Norris, determinada a ultrapassá-lo. Com uma manobra audaciosa pela esquerda, consigo superá-lo e ainda encaro Alonso à minha esquerda na primeira curva.

Com a ultrapassagem bem-sucedida, meu próximo objetivo é afastar-me da Aston Martin de Alonso e manter minha posição por mais vinte e seis voltas. Assim, poderei fazer minha parada nos boxes e retornar na quarta posição, pronta para desafiar Max Verstappen que está perseguindo as Ferraris de Charles, o pole position, e Sainz, o segundo colocado.

Nada poderia deter minha determinação naquele momento. A pista era minha arena, e eu estava disposta a lutar com todas as minhas forças.

Enquanto contorno a curva com Alonso colado em minha traseira, presencio um momento de pura emoção. Verstappen abre sua asa móvel e ultrapassa Sainz por dentro, as rodas dos carros quase se tocando em um duelo eletrizante.

"Se esse palhaço ultrapassar Charles por bobeira, juro que afogo o Leclerc na privada!", murmuro entre dentes, sentindo a rivalidade e a paixão pelo esporte correrem em minhas veias.

Na volta trinta e um, a equipe me chama para o pit stop, uma parada estratégica para a troca de pneus. Conto mentalmente os segundos enquanto a equipe trabalha em perfeita sincronia. Assim que recebo o sinal, saio em alta velocidade da área dos boxes, acelerando novamente na pista. Retorno exatamente na quarta posição, como havia previsto.

Estou completamente focada e sintonizada com a pista, mas, de repente, sou surpreendida por um problema com o mecanismo que envia água até minha boca. Aperto o botão ansiosamente, mas nada sai. "Ótimo, estou sem água!", exclamo frustrada.

À medida que as voltas passam, meu corpo começa a dar sinais de exaustão. O suor escorre pelo meu rosto e minha garganta está seca por falta de saliva. A sede se torna uma presença incômoda.

Chegando à volta 48, estou a menos de um segundo da Ferrari de Sainz. Meu coração acelera ainda mais. Aguardo pacientemente o momento em que ele freará para entrar na curva e então decido: é hora de ultrapassá-lo.

Sem usar o DRS, confio em minha habilidade e coragem para executar a manobra perfeita. Com uma dose extra de determinação, realizo a ultrapassagem com maestria, deixando Sainz para trás.

A emoção toma conta de mim enquanto acelero rumo ao restante da corrida. Mesmo sem o uso do DRS, estou decidida a alcançar a vitória. Meu espírito de competição está mais vivo do que nunca, e nada vai me deter até cruzar a linha de chegada.

Enquanto meu carro desliza graciosamente pelas curvas, deixando o espanhol para trás, sinto minha garganta implorando por hidratação. Respiro fundo, ignorando a dor, e concentro todas as minhas energias em diminuir a vantagem de Verstappen.

De repente, Nataniel, o engenheiro da equipe, interrompe pelo rádio: "Detectamos um problema com o seu mecanismo de água. Volte para a garagem imediatamente". Mas eu me recuso a desistir. "Eu consigo continuar, está tudo bem", asseguro com determinação.

No entanto, meu corpo começa a protestar. A falta de líquido se torna evidente, considerando a quantidade de suor que tenho perdido nas últimas horas. Uma tontura avassaladora ameaça me dominar, forçando-me a lutar contra o impulso de fechar os olhos.

Mas eu não posso desistir agora. Não posso permitir que meu corpo me traia nesta corrida tão importante. Preciso manter o foco, mesmo que meu peito pareça mais pesado do que nunca.

Já se passaram 55 voltas, e apenas duas restam. A exaustão se mistura à determinação em minha mente confusa. Cada fibra do meu ser clama por descanso e hidratação.

Mas eu ignoro esses sinais alarmantes e sussurro para mim mesma: "Falta pouco". Minha voz soa fraca e ofegante, enquanto meu corpo luta para respirar.

Desesperadamente, abro uma pequena fresta na viseira do capacete, permitindo que um sopro de ar fresco alcance meus pulmões sedentos. Três segundos separam meu carro do da Red Bull de Verstappen.

Uma onda de náusea avassaladora me atinge, mas eu mantenho meus lábios firmemente fechados. Na próxima curva, Max freia tarde demais e queima os pneus, perdendo tempo e me cedendo a posição por um erro calculado mal.

No entanto, minha cabeça parece pesar toneladas e meus dedos ameaçam soltar o volante. A bandeira quadriculada é agitada, Charles se consagra como campeão do GP, seguido por mim e Max no último lugar do pódio.

-Parabéns pelo magnífico desempenho hoje, Schumacher. Segundo lugar em sua estreia na Fórmula 1. Você chegou com os dois pés na porta, garota. Bom trabalho! - Parabeniza meu engenheiro com entusiasmo.

Mas eu não tenho forças para responder, muito menos para levar minha Mercedes até o local designado para o segundo colocado. Então, faço o que meu corpo permite: jogo o carro na área de escape, na grama.

Antes que eu possa processar o que está acontecendo, Verstappen se aproxima e percebe a palidez em meu rosto e os lábios ressecados. Ele me tira do carro com cuidado, carregando-me até a sala onde os campeões ficam. Ele me mantém ao seu lado confortavelmente enquanto me oferece água.

Seu olhar é rígido como o de um pai que descobre as travessuras de seu filho, e isso me incomoda. Percebo o quão imprudente fui. Tentando me levantar, sou forçada novamente contra seu colo por suas mãos fortes, firmemente envolvidas em meus quadris.

- Não tente sair daqui. - Diz Verstappen com firmeza.

- Primeiro, porque não vou deixar você sair do meu lado até que melhore. E segundo, porque você não tem forças para discutir ou se levantar. - Ele pontua.

Não digo nada, apenas envolvo minhas pernas em sua cintura e descanso minha cabeça em seu pescoço, respirando ali enquanto sinto seus toques firmes movendo-se pelas minhas costas e quadris.

Estou em apuros. Penso para mim mesma, completamente rendida à exaustão física e emocional.

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