A noite estava mais silenciosa do que um funeral de formiga quando o telefone tocou, como se Eduardo estivesse tentando acordar a vizinhança inteira com sua ligação. "Lika Vírus? Tá podendo falar?" sua voz soou do outro lado da linha, como se estivesse inaugurando uma festa do pijama às três da manhã.
Virei o visor do meu celular, lamentando mentalmente por ter atendido a chamada. "Cê sabe que aqui são três da matina né, Eduardo?" murmurei, tentando entender por que alguém estaria me ligando naquela hora absurda.
"Aqui são apenas dez da noite", ele respondeu, como se estivesse em um universo paralelo onde o tempo funcionava de forma diferente.
Conversamos por um tempo, enquanto eu lutava para manter os olhos abertos e evitar que meu cérebro se transformasse em mingau de aveia. "A mamãe quer que você venha pra cá logo para poder fazer compras e hidratar os cabelos juntas. Eu não aguento mais fazer isso com ela. Aquelas máscaras de por na cara arrancam até a alma na hora de tirar véi", ele reclamou, fazendo-me rir apesar do sono.
"Eu acho que você está fazendo do jeito errado então, porque o Fefo não reclama", provoquei, tentando injetar um pouco de humor na conversa para manter-me acordada.
Bufando com minha provocação, ele mudou de assunto, expressando saudades das nossas aventuras juntos. "Eu estou com saudade de ir ficar aí com vocês e andar de jet ou correr pelo condomínio com o Skippy", comentei, imaginando as trapalhadas que poderíamos aprontar juntos.
"Eu saí aqui na sacada pra tomar um ar né, só que acabei de descobrir que o Carlos é meu vizinho de quarto", contei a Eduardo, percebendo a presença de Carlos na sacada ao lado e rezando para que ele não estivesse ouvindo a conversa.
"Não está no viva voz. Se acalma criatura", tranquilizei Eduardo, enquanto tentava disfarçar minha vergonha por ter sido pega falando sobre ele com outra pessoa.
"Então... eu fiquei sabendo que a senhorita dormiu no quarto do nosso mano peixonalta", Eduardo provocou, fazendo-me corar até a raiz do cabelo e desejar que a terra se abrisse e me engolisse inteira.
"M...mas você dormiu com ele. Só espero que não tenham encomendado mais um filho dele que irá vir com cara de tilápia", ele soltou a bomba, e eu senti meu rosto arder como um pimentão enquanto tentava encontrar uma resposta decente para aquilo.
Percebendo que Carlos estava ouvindo tudo, decidi encerrar a ligação antes que a vergonha me consumisse por completo. "Dud, eu queria mesmo continuar a conversa só que talvez eu tenha um problema agora. Te ligo amanhã, eu te amo. Manda um beijo pros meus padrinhos e pro Fê por mim!" me despedi rapidamente, preparando-me para me esconder embaixo do travesseiro e nunca mais sair de lá.
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Espero que eu tenha conseguido passar um pouco da dinâmica familiar da Lily com a família Barrichello com destaque para o Dudu nesse capítulo.Votem e comentem cariños!!!!!
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Eles sempre voltam
RomanceCorri entre mecânicos e engenheiros, algo que nunca imaginei fazer, mas meu único objetivo era encontrá-lo no meio daquela multidão. Foi fácil reconhecê-lo no grupo de funcionários, mesmo que estivesse sorrindo para uma das estrategistas que já havi...