Aula pt 2 🔞

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- Ramiro? - A porta foi aberta.

Ramiro deu um pulo para trás soltando Kelvin que tentou disfarçar a situação apontando para palavras que havia escrito durante a aula na lousa e resmungando palavras desconexas. Mas até mesmo um cego entenderia a bagunça nos cabelos e nas roupas amassadas de ambos, quem dirá Petra ali diante deles.

- Patroinha? Que tá fazendo aqui?

- Oi...oi Kelvin... é... - Kelvin a comprimentou - Vocês me desculpem chegar assim... atrapalhando... mas é que eu tenho um negócio muito importante pra resolver com você, Ramiro. É sobre meu pai.

- O patrão? Mas o patrão foi preso lá pelo delegado lá... deve tá lá no xadrez...

- Eu sei. O que eu quero saber, Ramiro é a verdade.

- Verdade? - Ergueu as sobrancelhas.

- Sim. Meu pai que prejudicou a Aline esse tempo todo? Era ele por trás de cada crime nessa cidade, Ramiro?

Ramiro podia sentir o seu sangue gelando. Não era uma noite fria, mas ficou arrepiado com o tom de Petra que exigia a verdade, era mais fácil contar a verdade para Marino e assinar um papel do que para a menina que ele viu crescer, mesmo que de longe, que amava o pai e corria rindo pelas plantações.

- Ô patroinha eu... eu fico sem jeito com a senhora me pressionando assim - Se virou de costas coçando a cabeça.

- Não tem necessidade nenhuma de me chamar de senhora, Ramiro. Eu só quero a verdade. Meu pai é um monstro? - Os olhos da mulher estavam marejados.

- Sim. É sim - A resposta veio de Kelvin - Seu pai manda nessa cidade Petra, isso não é novidade pra ninguém. Ele manda os outros - Olhou para Ramiro - Fazer as maldades que ele quer pra assim ele não ter que sujar as próprias mãos. Mas quem manda é ele! Ele ameaça a torto e a direito e se a pessoa não faz o que ele quer ele manda matar.

A agrônoma se encostou numa carteira próxima para se equilibrar. Sentia que Kelvin havia socado seu estômago apenas com palavras.

- Eu sei que é o seu pai, Petra. Mas todo mundo na cidade tem medo dele. Eu sei por experiência própria... e o Ramiro também.

- Eu? - Ramiro coçava a cabeça.

- O que meu pai mandava você fazer Ramiro?

- Ele já mandou eu... eu... bater na viúva.. sequestrar o fio dela... - Deixar ela viúva passou pela sua mente mas não ousou admitir aquilo em voz alta.

- Meu deus - Fechou os olhos, as lágrimas caindo - Eu sempre soube que meu pai não era flor que se cheire, que ele faz o que precisa para sair ganhando mas... não sei às vezes é mais fácil se contentar com uma mentira bonita do que com a verdade horrível bem na nossa cara. Eu... eu sinto muito Ramiro. Por tudo. Tudo que você viveu esses anos todos lá em casa, e nem eu e meus irmãos pra impedí-lo. Sempre vimos o jeito que ele te tratava e nunca fizemos nada. Porque? Eu realmente não sei. Te peço do fundo do meu coração teu perdão.

- A patroinha não precisa chorar não. Que eu demorei mas eu encontrei o que todo mundo fala... - Sorriu para Kelvin.

- O quê? - Limpou as lágrimas com o dorso da mão.

- Amor - Disse, simplesmente - Kelvín é meu namorado - Sorriu para o homem que amava.

Kelvin sorriu, mas logo encrespou.

- Êêêêêê... - Imitou o mais velho - Que história é essa de namorado, seu Ramiro? Não tô sabendo de nada, você nunca me pediu - Sorriu abraçando a cintura do peão.

Imagine KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora