Uma quase dupla

14: Entre copos e desejos

No bar, Addison e Meredith continuam a compartilhar confidências, enquanto a atmosfera enfumaçada e a música suave criam um cenário de intimidade.

Sentadas em um canto mais isolado, os olhares entre elas revelam um jogo sutil de atração e hesitação. O álcool, muitas vezes um catalisador de emoções represadas, parece desencadear desejos ocultos que permaneceram latentes nos recantos mais profundos de suas mentes.

Os copos se esvaziam lentamente, mas as palavras fluem, atravessando a barreira profissional que sempre as separou. Addison, com um olhar penetrante, quebra o silêncio.

--Talvez haja mais entre nós do que apenas parceria de trabalho.

--É perigoso misturar negócios com prazer, mas talvez seja exatamente o que precisamos. -- Disse enquanto bebia mais do líquido em seu copo.

--Soube que saiu com o Sloan. -- Addison comenta.

-- Isso te incomoda?

Um sorriso provocativo aparece no rosto de Meredith, lançando uma sombra de desafio sobre a conversa. Addison, por sua vez, mantém um olhar firme, mas algo indefinível brilha em seus olhos.

-- Não deveria me incomodar. Cada um é livre para fazer suas escolhas.

-- Mas se quer saber, nós saímos. Mas eu só falava de você... -- Confessou meio tentando ficar de pé mas cambaleando.

Addison fitava a mais nova que se direcionou para a mesa novamente, mas dessa vez ficando ao lado da ruiva.

As confissões sinceras, misturadas com a química no ar, criaram uma atmosfera carregada de tensão entre as duas.

Num momento de tensão e proximidade, Addison e Meredith confrontam diretamente os sentimentos que permeiam sua relação.

-- E por que falava de mim?

Elas estão muito próximas agora, as palavras ecoando entre elas.

-- Porque você é uma cretina e eu estava com raiva. Mas é uma cretina muito gostosa, Addison.

O silêncio que se segue é carregado de eletricidade. As palavras trocadas revelam uma atração intensa misturada com uma pitada de hostilidade. A linha tênue entre o profissional e o pessoal desvanece ainda mais, deixando as detetives diante de uma encruzilhada de emoções.

Uma música animada preenche o bar, quebrando a tensão entre Addison e Meredith. O ritmo contagia o ambiente, e algumas pessoas, impulsionadas pela batida envolvente, levantam-se para dançar.

-- Parece que a noite está apenas começando. -- Addison percebe ao ver a animação das pessoas ao dançarem por todo o bar.

O convite inesperado de Meredith quebra a barreira entre elas. Em meio à música vibrante, Meredith decide dar um passo além.

-- Quer dançar comigo?

Addison, surpresa pelo convite, considera por um momento e então sorri.

-- Por que não?

Elas se levantam, mergulhando na pista de dança iluminada pela pouca luz do ambiente. Os passos desenhados no chão refletem não apenas o ritmo da música, mas também as emoções que se entrelaçam entre elas.

Enquanto dançam, Addison e Meredith começam a se aproximar, os movimentos fluidos e a música envolvente criam uma aura de intimidade.

-- Desculpa eu não sei dançar. -- Addison ri. É a primeira vez que Meredith vê um sorriso vindo daquela mulher.

-- Às vezes é preciso se perder na música para encontrar os passos certos.

A proximidade entre elas aumenta, e os olhares trocados são carregados de significados não dito

Uma mudança sutil na melodia traz uma música lenta, envolvendo Addison e Meredith em uma dança mais íntima. Elas se veem obrigadas a juntar seus corpos, criando laços que transcendem as fronteiras do profissional.

Os corpos se movem em harmonia, e a proximidade crescente torna-se palpável. Entre passos coordenados e olhares que comunicam mais do que palavras.

-- Em pensar que o Derek não vivia nada disso... Ficava preso em casa trabalhando.

-- Era uma vida triste... -- Addison completa o pensamento repentino de Meredith.

-- Sozinho naquela casa... Eu enlouqueceria. -- Meredith encostou a cabeça no peito da mais alta, começando a sentir o seu corpo cansando.

-- Qualquer um entraria em depressão. -- Naquele momento Meredith levantou o rosto, retomando parte da consciência.

-- Addison... -- A mente da loira girava pensando mais uma vez no caso inteiro.

Enquanto dançam, a mente de Meredith gira, trazendo à tona uma perspectiva inesperada sobre o caso.

-- Sim?

-- E se ele se matou?

Uma sombra de perplexidade atravessa o rosto de Addison. As palavras de Meredith lançam uma nova luz sobre o caso, sugerindo uma possibilidade até então não considerada.

-- Suicídio? Por que pensaria nisso?

-- Os segredos que ele guardava, a solidão que o assombrava... E se ele próprio fosse o arquiteto de seu fim?

As palavras de Meredith ressoam nos ouvidos de Addison, e uma centelha de compreensão acende-se em seus olhos. Seu coração enche-se de esperança diante da possibilidade de terem desvendado o mistério. Em um impulso, Addison segura o rosto de Meredith com ambas as mãos e a beija. O beijo é um reflexo da tensão acumulada, da dança, segredos revelados e emoções ocultas. A música lenta continua a envolvê-las.

Após o cessar do beijo, Addison quebra o silêncio com palavras carregadas de emoção.

-- Você é uma gênia, Meredith!

As palavras ressoam no ambiente, e Meredith, atordoada pela intensidade do momento, tenta processar a revelação e as emoções que o beijo desencadeou.