Festa

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Quando acordei, vi o pote do sorvete na mesinha ao lado da minha cama e como o quarto estava escuro. Ainda meio inconsciente como sempre fico quando acordo, levantei e fui até a janela para abrir as cortinas.

Fiz o movimento com a mão, mas não senti pano nenhum vir junto a ela. Levei minhas duas mão aos olhos, esfregando aquela região para que minha visão melhorasse de alguma forma, e quando percebi ... não tinha cortinas fechadas, estava de noite mesmo.

Que saco eu poderia ter dormido mais. Peguei meu celular jogado na cama e vi as barras de notificação com mensagens enviadas a mais de duas horas.

Kate - vê se não atrasa ou esquece de ir pra festa.

Natasha - Maxi, me passa logo seu endereço.

Natasha - Para de ignorar minhas mensagens!!!! Porra!

Logo vi mais mensagens de Kate, mas não estava nem um pouco com vontade de abrir e ouvir seus  áudios então a única coisa que fiz foi abrir a foto que ela mandou. Vi ela e Sam abraçados no meio de sei lá quantas pessoas. Não sabia se tinha aquele tanto de gente mesmo ou se eu ainda sofria com os efeitos malucos de quando estou com sono.

Fui até meu banheiro passar uma água no rosto, mas acabei optado por entrar debaixo do chuveiro. Relaxei ali embaixo por sei lá quantos minutos e depois sequei o cabelo tentando deixá-lo de um jeito que me deixasse feliz.

Como ainda estava em casa e feliz - e eu sabia que minha felicidade ainda ia acabar assim que eu pisasse para fora de casa - vesti uma roupa que me deixasse confortável. Peguei uma blusa que roubei de Pietro do meu armário e desci as escadas para pegar água.

Sempre fico morrendo de sede quando acordo.

Olhei em volta e no balcão da cozinha tinha um papel dobrado com a letra de Pietro, na frente estava escrito meu nome e logo o peguei em minha mão. Deixei a água de lado e abri com certo cuidado desnecessário o pequeno papel... Não era nada de importante, ele só avisando que já tinha saído e que voltaria no dia seguinte e que não era para eu me preocupar.

Sorri para a preocupação do meu irmão mais velho e quando eu ia pegar a garrafinha de água novamente escuto a porcaria da campainha tocando duas vezes e três batidas fortes na porta. Me fez dar um pulinho de susto pela falta de impaciência de quem quer que estivesse do outro lado da porta.

Fui andando despreocupadamente até a porta, sendo obrigada a ouvir o som irritante da campainha continuar a tocar sem parar até o momento em que eu abri a porta e dei de cara com Natasha parada lá.

- Demorou, hein - ela reclama e corre o olhar por mim, dos meus olhos até minhas pernas e depois meus olhos de novo.

- Não sabe esperar? - perguntei soltando coragem de não sei onde.

- Saber eu sei, mas você ignorou minhas mensagens por horas e não me deu seu endereço, então você não está na posição de reclamar - falou séria, como se estivesse brigando comigo. A vi cruzar os braços e o som do couro falso de sua jaqueta se fazer presente.

- Se vai ser grossa eu prefiro ficar em casa, muito obrigada - eu disse revirando os olhos e fechando a porta, que teria batido em sua cara de arrogante se ela não tivesse me impedido com o braço.

- Não vou ser grossa com você, é que... Tive que perguntar a alguém onde você morava já que a senhorita, Maxi, não me dava uma resposta. - ela respondeu agora com o tom mais leve e eu abri a porta de novo para ela. - Você vai assim para festa? - perguntou me estranhando com os olhos.

Esses lindos olhos verdes que não combinavam com a personalidade confusa da dona.

- Estava dormindo. Acordei agora e coloquei isso - me justifiquei sem motivo, não sei... sua presença me deixava com vontade ou me pressionava a contar as coisas para ela.

Maxi...Onde histórias criam vida. Descubra agora