Mensagem

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Acho que todo mundo percebe o quanto eu sou uma pessoa quieta e que não é a maior fã de ambientes agitados e essas coisas, mas por algum motivo o universo tem conspirado para me colocar em situações em que eu tenho que lidar justamente com isso.

Odiei a primeira festa que eu fui e eu com certeza não queria ir em outra daqui a muito tempo, mas... Quando vejo a tela do meu celular acendendo no segundo em que me deito na cama, fica meio difícil de concordar com essa ideia.

Encaro a barra de notificações por muito tempo - não muito, mas desde semana passada a minha noção de espaço e tempo ficou meio alterada, resultando na entrega atrasada de um trabalho, coisa que nunca me acontece.

Natasha: Maxi, vou passar na sua casa umas 21h e te levar em uma festa, ok??

Não. Não tem nada de "ok" nisso. Na verdade, isso é o contrário de "ok".

Eu tenho evitado Natasha. Desde que ela dormiu aqui em casa e me deu carona para o colégio no dia seguinte... Não tem nada de errado, mas só de pensar nela eu sinto meu estômago revirar e cheguei a tremer quando escutei ela me chamando outro dia e eu ignorei.

Wanda: Me deixa ficar em casa, não quero ir.

Envio e ela me responde no mesmo segundo. Conhecendo Natasha - e olha que eu conheço bem pouco - sabia que ela iria aparecer aqui de qualquer maneira, e que se dependesse dela, ela mesma já estaria batendo na porta da minha casa e me arrastando para mais uma porcaria de festa.

Natasha: Vai ser legal, eu prometo.

Natasha: Se quiser ir embora, eu te levo para casa depois.

Natasha: Eu sei que está me evitando a semana toda, deixa eu mostrar que tá tudo certo e não tem o porquê dessa palhaçada.

Se eu conseguisse ter metade da cabeça que eu tinha há três semanas, eu bloquearia ou nem ligaria para isso, mas Natasha me deixa confusa. E acho que eu evito muito ela por medo do que eu quero fazer, mas não acho que seja ideal de eu fazer.

Talvez... eu queira beijar Natasha, mas não posso me dar ao direito disso.

- Maninha! - escuto a voz de Pietro do outro lado da porta.

Milagrosamente meu irmão estava em casa essa semana, mas iria voltar para a faculdade por tentaria ter outro encontro com aquela menina da última vez. A que ele não admite ser namorada dele.

Mando ele entrar e deixo o celular de lado, tendo apenas visualizado a mensagem de Natasha e virando  a tela para baixo. Tenho agonia da tela virada para cima, isso é uma das coisas que me faz pensar ser mais estranha em coisas bobas do que outras pessoas.

- Então maninha... Vou te passar o esquema - ele se apoia no batente da porta e sorri para mim, estava usando uma das blusas que eu normalmente roubo dele. Faço um lembrete mental para pegar aquela blusa de volta - Vou sair e voltar segunda ou, mais provavelmente domingo de manhã para não te deixar com muita saudade de mim.

Sinto meu celular vibrar enquanto ele fala, acho que ele escuta também, porque devo ter tirado o celular do silencioso e agora as notificações fazem um "plim". Pietro se aproxima da cama e senta em minha frente, mais perto do meu celular do que eu gostaria. 

Isso não cheira nada bem.

- Mas, como um irmão legal e responsável... e que tem consciência que da última vez você saiu sem me mandar uma mensagem sequer de para onde ia. Você, maninha, vai ter que me avisar se for sair de casa hoje - meu celular toca mais duas vezes antes de iniciar um pedido para ligação. 

Maxi...Onde histórias criam vida. Descubra agora