Maxi...

Cala boca, Pietro!

Já cheguei a mencionar que meu relógio interno é meio falhado, não é? Bom, porque ele é. Fazem duas semanas que acordei na casa de Natasha e tomei café com sua família, mas eu ainda me lembro como se fosse ontem.

Mas enfim, por incrível que pareça eu não evitei Natasha depois daquele dia, para falar a verdade acho que estamos até meio próximas. Conversamos quase todos os dias por mensagem - coisa que ela adora fazer - e as vezes eu fico um pouco mais no colégio esperando todos irem embora para que ela me dê carona.

Sim, agora eu aceito as caronas dela. E eu gosto de estar com ela.

Ultimamente Natasha não sai da minha cabeça, menos nos momentos em que tenho que estudar, que aí eu divido minha atenção entre os estudos e o jeito como ela me olha.

Tenho prova de cálculo avançado semana que vem, prova que Natasha também vai fazer... e ela deu a brilhante ideia de estudarmos juntas, mas eu não sei se teria concentração o suficiente. 

Digamos que eu esteja olhando para Natasha com outros olhos. 

Voltando a realidade, eu balanço a cabeça saindo do transe que estava e olho para a figura da ruiva que entra na sala com a mesma pose de sempre. Aquela que todos admiram. Natasha sorri quando me encontra e caminha para sentar atrás de mim na aula que temos juntas.

Acabei me acostumando com isso, como ela passando a caneta nas minhas costas de vez em quando para chamar minha atenção ou me fazer uma pergunta desnecessariamente perto demais do meu ouvido. Como se ela quisesse que a gente ficasse grudadas. Mas até eu queria...

Eu tinha alguns planos para Natasha, cobre o que eu queria conversar com ela e quem sabe beijá-la. Mas mesmo quando eu pareço ter sorte a vida da um jeito de mudar tudo, e aparentemente esse era um desses dias.

Pra começar que eu tive que escutar Pietro reclamando dos amigos da faculdade e de nossos pai logo de manhã, e por mais que eu não tivesse muito interesse no assunto eu fique entretida, me fazendo chegar atrasada na porcaria do colégio e perder minha aula com Natasha.

Estava pouco me lixando para o conteúdo que perdi - mesmo sabendo que meus estudos estavam uma semana adiantados então não tenho muito com o que me preocupar -, eu estava chateada porque não consegui vê-la direito a manhã inteira!

Nem pelos corredores dei a sorte de esbarrar com ela, e nem os banheiros ou vestiários. Era como se ela simplesmente tivesse sumido. Ou apenas não veio para o colégio, o que eu duvido muito pela quantidade fofa e meio desnecessária de mensagens que ela havia me mandado na noite anterior.

Ao final de todas as aulas eu praticamente desisto de procurar ela, eu estava me sentindo uma maluca que fica por ai seguindo os outros, estava agindo igual a Natasha fazia comigo. Ela não bate muito bem da cabeça, mas é um amor de pessoa.

E eu quero beijar Natasha Romanoff.

Me perco um pouco nessa última parte dos meus pensamentos enquanto faço questão de arrumar meus materiais no armário para carregar menos peso. Sei que fiquei bem distraída, porque não estava prestando atenção em nada ao meu redor e deixei alguns papeis caírem no chão.

- Deixa que eu te ajudo, Wanda. - escuto aquela voz e travo no momento em que me abaixo para pegar minhas anotações fujonas. Steve....

A última vez que falei com Steve foi quando ela me deixou bêbada e eu dormi na casa de Natasha. A única parte boa nessa história toda foi ter falado - mesmo sobre efeito do álcool - que eu estava afim/queria beijar Natasha, e ter conhecido Yelena claro.

E Melina, não posso me esquecer dela. 

- Ah, não precisa se incomodar eu já peguei tudo. - Steve se abaixa e pega um único papel miserável que estava mais perto dele do que de mim. Os corredores já estavam ficando mais vazios e as pessoas que passavam focavam sua atenção em nós, como se fossemos estrelas de cinema.