Maxi...

Irmão

- Você é linda, Maxi!

Não sei exatamente o porquê do meu choque ao ouvir Natasha me chamar de linda, mas foi o que aconteceu. Me vi presa naquela situação e olhei para baixo, desejando não estar ali mas não querendo que a companhia dela acabasse.

- Maxi...

- Humm - olho para cima de novo e os olhos dela ainda não voltaram para os meus, ficam fixos embaixo deles. Sei muito bem para onde ela olhava, mas eu preferia acreditar que ela olhava para o meu nariz ou queixo ou até mesmo minhas bochechas. 

- Quer que eu vá embora? - por quê? Não... assim eu até quero, mas eu não quero que você vá embora mas...

- Talvez seja melhor. - é o que a porcaria da minha boca responde antes mesmo de eu ter qualquer chance de pensar direito sobre o que eu iria querer fazer.

- A gente se vê então por aí, ainda vou te arrastar para mais festas como essa e fazer você se divertir de verdade, pode deixar - falou sorrindo e eu senti o clima ficando menos pesado. 

- Não vai não, que eu vou me esconder em um cômodo de novo.

- Sorte sua que se escondeu no quarto da Lena, o meu estava trancado e sem falar na bagunça que aquilo lá está. Acho que você teria fugido se tivesse visto meu quarto hoje. - Ela diz rindo. Uma gracinha... espera, o que foi que eu falei?

- Você tem um irmã? - pergunto sorrindo, sempre gostei relativamente de crianças, eu as adoro, as vezes. E saber que Natasha tinha uma irmãzinha me fez ter uma visão um pouco diferente dela, nunca que ela deveria ser toda bruta e intimidante com a irmã quanto é no colégio.

E falei de sua irmã para a fazer esquecer que eu a mandei embora e ver se ela ficava mais alguns minutos. 

Por mais simples que seja, ela só precisava continuar falando até eu perder a paciência e a mandar embora de novo.

- Tenho - ela sorri, não o sorriso dela para mim ou o sem graça que ela lançou para Steve mais cedo; um sorriso que a deixada alegre, pensar na irmã deveria ser reconfortante. - Yelena, - fala o nome dela - tem oito anos aquela pestinha.

- Que gracinha. - respondo rindo da cara que Natasha fez. Por quê???

- Gosta de crianças?

- Não sei lidar muito bem, mas até que eu gosto. - respondo sorrindo para ela.

- Você não sabe lidar com pessoas em geral, né? - ela faz uma pergunta retórica - Mas até que se vira bem comigo. - sorri prepotente e a mão que estava na cintura dela passa para a minha e me puxa devagar em sua direção.

Não sei o que fazer. Fico parada, estagnada e sem reação. Só deixo que ela fique com a mão ali, e deixo também que a sua outra mão passe meu cabelo para trás da minha orelha. 

Não estou mais totalmente apoiada na parede, e estou muito perto de Natasha. A distância entre nós não é nem um pouco segura e muito menos o jeito que ela me envolve com sua mão aparece normal para uma simples conversa.

- Você é meio persuasiva, não tenho muita escolha. - respondo. Nada passava pela minha cabeça, eu parecia uma folha em branco e que a mesa em que a folha estava apoiada era branca também, não podendo distinguir a mesa do papel.

- Se não tivesse escolha podia ter me afastado. - a partir dai eu começo  fazer... bom, merda - Vou perguntar de novo, Maxi, quer que eu vá embora?

O rosto de Natasha se inclina na direção do meu e eu começo a sentir nossas respirações se misturando, meu peito acelera e me pergunto se Pietro ainda tem aqueles remédios para ansiedade que ele toma. Quase engasgo antes de falar: