Capítulo 52

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 Aether estava um "pouco" tonto e seu corpo doía, ele havia desmaiado? O loiro levantou a sua cabeça pesada e, ainda deitado, começou a olhar ao redor, o céu continuava tão azul quanto o normal, mas algo parecia diferente, a brisa do mar parecia menos fresca, invés do cheiro do mar, agora havia um cheiro de queimada e um pouco mais distante o cheiro de comida.

Aether começou a escorregar com dificuldades os dedos para o lado, sua mão passou por cima do que parecia uma coberta até o fim dela, e, não era madeira ou mesmo o fim da cama, mas sim grama. Ele passou a mão pela grama até sentir algo.

— Aether? — A voz de Rosalyne ecoou um pouco distante.

De repente, a imagem da mulher surgiu em meio ao céu brilhante.

— Rosa...? — ele perguntou um pouco enjoado.

— Aether! — Paimon gritou voando até o loiro.

A fada voou até o menino e caiu sobre seu peito. Aether, internamente, gritou, a dor que acertou seu corpo se espalhou da área atingida para o resto, do centro ecoou da ponta de seus pés até o topo de sua cabeça. Queimou um pouquinho, mas agora já parecia normal.

Os olhos de Rosalyne se arregalaram e ela imediatamente puxou a fada para trás. Aether notou um desespero em seus olhos e isso fez seu corpo relaxar um pouco, era bom ter mais gente se importando com ele. E também era um pouco estranho como aquele sentimento estava se tornando comum.

Aether se arrastou para trás e lentamente se levantou, era possível sentir os olhos das três a cada movimento, então, ele notou a ausência de Kazuha.

— Você está bem? — perguntou a mulher.

O loiro olhou ao redor, eles estavam dentro de Liyue.

Dentro. De. Liyue.

O coração do Aether acelerou, todavia tentou não demonstrar o terror criado. Sendo assim, ele apenas acenou.

Você sabia, Aether. Pensou ele. Você sabia que estavamos vindo para Liyue, então pare de drama, idiota.

Qiqi sorriu, Aether parecia um cachorrinho procurando pelo seu dono. A zumbi pulou da pedra, na qual estava sentada ao lado de onde estava Rosalyne, e foi até o resto do grupo com um sorrisinho.

— Kazuha foi buscar doutor Bai! — a pequena exclama feliz.

Aether olhou para a menina e gentilmente acenou.

Obrigado. Ele agradeceu internamente um pouco mais alegre que antes.

— Senta aqui. — Rosalyne aponta para onde estava sentada antes.

O loiro obedece e cambaleia até a rocha e ali se senta.

Paimon silenciosamente se sentou.

— Paimon sente muito. — Ela sussurrou levemente vermelha. — Paimon não queria machucar Aether.

O garoto apenas acenou gentilmente.

Tudo bem, Paimon, você me ajudou tanto...

Aether queria fazer um carinho nos cabelos bagunçados da fada, mas sabia o que aconteceria caso isso ocorresse. Os olhos de Paimon pareciam compreender o sentimento e compartilhava do mesmo, ela queria tanto abraçar ele e chorar em seus braços.

Rosalyne, vendo a situação, sentou-se na frente deles.

— Não se preocupem, Kazuha logo vai chegar com Baizhu. — disse ela calmamente.

Aether apenas olhou para os lados calmamente, olhando para a vista. Às vezes ele se esquecia de como aquela cidade sangrenta era bonita, as cores pareciam tão equilibradas e organizadas, era quase como uma pintura, cuidadosamente colocadas em seus respectivos lugares. Aquele dragão realmente havia tomado cuidado em moldar sua cidade após tantas batalhas.

Talvez fosse um pouco nojento considerar sua atenção aos pequenos detalhes, principalmente quando ele havia ignorado tantos detalhes.

Aether ficou observando para o vazio em total silêncio, era uma imagem, de certo modo, linda. Ele estava tão inteirado naquela cena, que nem notou quando Kazuha chegou com o doutor.

— Aether. — o menino de cabelos brancos disse aproximando-se.

Baizhu, ainda recuperando o fôlego, entendeu a situação assim que viu o garoto. Para muitos, podia não haver nada muito chamativo nos movimentos do loiro, porém, Baizhu não era um médico qualquer, para ele, era claro como o corpo de Aether estava tenso, sua respiração estava visivelmente pesada, seus olhos pareciam perdidos e leves movimentos pareciam tortuosos de serem feitos. Baizhu não tinha a mínima ideia do que ele tinha, havia diversas doenças semelhantes, mas algo parecia mais estranho em relação ao garoto.

Aether pareceu acordar para o seu redor e se virou para Kazuha. Ele viu não apenas o garoto, mas também o doutor Bai, que parecia cansado.

— Doutor Bai! Changchang! — Qiqi exclamou abraçando a perna do doutor.

O rosto do médico se suavizou e ele calmamente tocou a mão nas costas da pequena Zumbi, a qual tinha cuidado a certo tempo.

— É bom vê-la, Qiqi. — Baizhu disse calmamente.

— Ola sss Qiqi! — a cobra disse escorregando pelo corpo do médico e indo para o da criança.

Baizhu rapidamente pegou Changsheng antes que ela saísse de seu corpo.

— Vamos antes tratar Aether, certo? — perguntou o doutor. — Depois você conversa com Qiqi.

A cobra, infeliz, acena – de algum jeito – e volta para o pescoço do médico.

Baizhu anda até Aether e para na sua frente, Kazuha havia explicado um pouco da situação no caminho, mesmo que não tivesse ouvido muito, o médico sabia que não deveria tocar no loiro, talvez nem conversar com ele, já que tinha algum problema com sua garganta. Aquela seria uma consulta difícil, se não tivesse como tocar para examinar ou conversar com o paciente, como ele poderia achar uma cura?

— Kazuha, pode me explicar melhor a situação sobre como ele acabou assim?

— Então, lá em Inazuma, Aether foi envenenado. Eu sei que ainda não chegou aqui a notícia, mas logo deve chegar...

Baizhu olhou para Rosalyne.

— Que veneno foi usado?

— Nakumi, se não me engano.

Baizhu cerrou suas mãos e negou com a cabeça, como se não houvesse solução.

— Não há uma cura para isso, acho que Sumeru pode ser o único lugar que talvez consiga descobrir, mas eu realmente não tenho como salvá-lo. — O doutor disse.

A expressão levemente alegre e calma de todos despencou, eles estavam confiantes que Baizhu poderia ajudar, mas agora...

— E-Ei! — Baizhu exclamou tentando parecer gentil.

Naquele momento, Baizhu tomou uma decisão, ele obviamente iria se arrepender muito futuramente, afinal aquela coisa se expandia por seu corpo até o portador sucumbir, mas, Aether, além de seu amigo e atual cuidador de Qiqi, era um paciente. Baizhu sabia o quão doloroso seria, mas era a única opção no momento.

— Eu acho que consigo diminuir essa dor, um pouco, ao menos o suficiente para ele poder falar, tenho alguns remédios e uma técnica do meu mestre. Deixe-me tentar. — Baizhu disse quase implorando.

O rosto de Kazuha e Rosalyne suavizaram...

Traidor Aether ? - Genshin ImpactOnde histórias criam vida. Descubra agora