Capítulo 53

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 Aether olhou para o Kazuha, todos estavam ali e agora tudo parecia mais calmo do que estava a poucos segundos, Rosalyne e Kazuha pareciam de acordo com a ideia, mesmo Paimon não parecia querer negar. Mas para Aether tudo era uma grande besteira, Baizhu não deveria usar sua técnica nele, aquele maldito veneno era algo perigoso para ele, então imagine para pessoas comuns. Aether compreendia a boa intenção, entendia o sentimento impulsivo de querer ajudar os outros a todo custo, mas aquilo passava dos limites, se Baizhu pegasse parte do veneno para si, aquele possivelmente seria o início do fim de sua vida.

Aether, com o desespero em seu peito, olhou ao redor, mas, novamente, ninguém parecia ligar para o óbvio.

— Certo. — Disse Rosalyne.

Baizhu estava sorrindo, ele estava preocupado com o que estava para acontecer, no fundo estava muito ansioso, mas não tinha problema, Aether era um grande amigo, o tanto que ele havia o ajudado não estava no papel, então Baizhu não entendia o porquê de sua mão tremer tanto, Aether merecia ser salvo, merecia ser ajudado como todo paciente, não seria diferente das outras milhares de vezes. Ele sabia o quanto o afetaria transferir o veneno para seu corpo, mas não seria diferente das outras vezes ou Baizhu fingiria que nada ocorreria e se entupiria de remédio.

Aether cerrou seus punhos com o corpo tremendo internamente, ele já era grato o suficiente por Baizhu ter-lhe tratado tão bem no tempo em que fora banido, o médico havia confiado nele para cuidar de Qiqi, se Baizhu quisesse, ele poderia ter ido até os guardas e começado mais rumores e rumores e desespero. Mas não fez. Aether queria devolver a confiança, ele confiava em Baizhu com sua vida, mas dar parte de sua doença para Baizhu é simplesmente loucura, Baizhu não merecia ficar mais doente, ele simplesmente não merecia se machucar.

Aether, com seu desespero interno, olhou para Changsheng em busca de ajuda, a cobra, acima dele, sabia exatamente o que ocorreria se Baizhu fizesse aquela transferência daquela coisa. Porém a cobra não respondeu, ela evitou o contato visual, Changsheng, acima de todos, sabia que Baizhu não pararia, então nem valeria a pena argumentar.

— Aether. — Baizhu disse gentilmente. — Isso só doerá um pouco. — complementou se aproximando.

Aether, embora fraco, se levantou com as pernas bambas e deu passos para trás, ele não queria ajuda do Baizhu, poderia ser qualquer outra pessoa.

Rosalyne grita seu nome, todavia ele apenas negou com a cabeça. Baizhu suspira e move sua mão.

— Isso vai doer, mas depois ficará melhor. — o médico disse com um tom melancólico e dolorido.

Plantas começam a escalar as pernas de Aether até segurarem sua cintura, ele tenta lutar, se debater, mas nem sua mente, nem seu corpo, estavam em condições de se desprenderem dali. Baizhu se aproxima, o loiro olha no fundo dos olhos dele, o médico parecia tão cansado. Changsheng, que provavelmente xingaria Aether e argumentaria aos montes para parar aquilo, estava em total silêncio.

A cintura doía um pouco com o aperto quase inexistente, Aether sabia que era por isso que Baizhu passaria futuramente, mas não tinha força para fugir.

O médico levantou a mão e tocou a bochecha de Aether e um sussurro silencioso saiu dos lábios do adulto:

— Não se preocupe, tudo vai ficar bem.

Ele não tinha certeza se aquilo era dirigido a ele, Aether, ou a si mesmo, mas julgando pelo tom perdido e não tão calmo, era óbvio que era para si mesmo.

Baizhu olhou para os olhos dourados de Aether e uma onda de paz entrou em seu peito aceitando o futuro que ele mesmo havia escolhido. Os olhos de Aether estavam cansados, um cansaço tão familiar para Baizhu.

Um calor tomou o corpo de Aether e ele desmaiou.

...

Depois de um longo tempo, ele podia ouvir os sussurros de Rosalyne e Kazuha, mas não podia compreender completamente o que diziam. Seu corpo doia, mas agora era menos, muito menos. Aether abriu seus olhos e viu todo mundo, todo mundo menos Baizhu, Kazuha estava sentado na grama com os olhos grudados nele e Rosalyne estava de pé ao lado dele, Paimon parecia pacífica invés de caótica e Qiqi estava dormindo enrolada em uma bolinha.

Quando Aether começou a retomar seus sentidos, ele pôde sentir seu corpo todo suado, ensopado.

— Rosa... — ele disse fracamente, seu corpo começando a pesar e a se libertar das vinhas.

— Aether! — ela gritou correndo até o loiro.

Seu corpo se desprendeu e assim que ele sentiu a queda próxima, Rosalyne segurou seu corpo. Aether sentiu seu corpo doer, mas agora esta dor era tão, mais tão inferior ao o que ele havia sentido nos dias anteriores, tanto até que sua mente disparou lembrando sobre Baizhu.

— Baizhu! — Aether gritou tentando pular dos braços da mulher loira.

Baizhu estava um pouco do lado das plantas mortas invocadas pelo mesmo, ele estava sentado com a mão na boca, Aether olhou para Rosalyne.

— Ele pediu para não interferir por um tempo. — ela sussurrou no ouvido do menino.

— Ugh!

— E-Ele–

— Cof, cof, cof... — Baizhu tossiu, sua mão livre caindo sob o peito com desespero, os óculos caíram no chão conforme as tosses aumentavam.

Os olhos de Qiqi se arregalaram e ela foi correndo até o médico. Suas mãos pousaram sob suas costas – ninguém além de Aether pareceu notar como ele se arrepiou no momento que foi tocado – e a zumbi começou a tentar curá-lo. Kazuha foi correndo socorrer e com cuidado puxou Qiqi para trás.

Aether tentou sair do colo de Rosalyne, mas tudo pareceu pesar demais para conseguir aguentar e desmaiou novamente.

Sangue vazava por sua mão e caia na grama verde, Kazuha parou sem saber o que fazer, o médico parecia com dor. Rosalyne não sabia o que fazer, seu rosto, que antes tinha uma expressão de alívio pelo despertar de Aether, agora tinha uma expressão preocupada, tanto pelo apagar de Aether, quanto pelas tosses do médico.

— Baizhu! — Kazuha gritou.

O médico com dificuldade deu alguns tapinhas no ombro do menino tentando parecer relaxado, o que teve um efeito crítico contrário pelo sangue espalhado na boca dele.

— Eu... estou bem... — Baizhu disse enquanto recuperava ar.

— Baizhu! — Changsheng exclamou batendo sua cauda sem força na mão dele enquanto tentava limpar o sangue.

—- Ugh...

Baizhu tosse mais um pouco e depois tudo parece se acalmar.

Todos estavam preocupados, todos menos Changsheng, ela já sabia o que aconteceria caso Baizhu insistisse em transferir parte daquele veneno, ela conhecia as propriedades daquela coisa e sabia que aquilo destruiria o corpo dele. Changsheng havia notado o desespero de Aether para que aquele procedimento não fosse concluído, mas ela conhecia Baizhu, sabia o quão insistente ele era quando se tratava de salvar um paciente.

Changsheng desejava ter poder suficiente para impedi-lo, mas não tinha.

— Kazu...ha... — Baizhu murmurou febril — Eu... Eu preciso voltar...

Changsheng olhou para seu companheiro e depois para Kazuha.

— Kazuha. — ela disse. — vamos voltar para a farmacia, Gui tem que tratar Baizhi. — completou com um tom morbido.

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Feliz ano novo, bando de desocupado.

E é assim que a gente vai entrar no arco de Sumeru/Despenhadeiro (ou o arco 2, como preferir) ksksksksks

Já aviso que vou possivelmente fazer duas visões da historia, uma que é a qual a gente já ta vendo e outra, que são os extras, do Baizhu e do Gui indo atrás da cura desse veneno, pq se não o meu amor, o médico da minha vida, vai pro tumulo :)

(E eu vou tirar a v.2 do ar pq eu to começando a me sentir culpada por não estar postando aquele negocio :D)

Traidor Aether ? - Genshin ImpactOnde histórias criam vida. Descubra agora