Como Eu Te Conheci...Enemies to lovers

Ninguém vai preencher esse vazio.

Não consegui dormir,desci para a cozinha,queria beber algo,mas não tinha café,eu não bebo leite,então o que sobrou foi suco de maracujá…dizem que é bom para dormir.Enchi um copo com suco e depois fui para a varanda,queria sentir o vento,meio perigoso ir para o lado de fora da casa essa hora??ss,mas quem se importa,só queria me sentir sozinha,pensa.Porque meu pai teve a ideia de vir para cá??sério,que coisa mais idiota,ele não pensa como me sinto??mas que dro…

-AHH!!-Senti alguém chegando por trás,minha única reação foi jogar o suco na cara da pessoa.

-Ah…de maracujá,é bom.-Era o garoto da praia,ele me seguiu??Quer vingança??

-O que está fazendo aqui??-Comecei a andar para trás, correria para pedir ajuda dos vizinhos.

-Eu estava na minha varanda-Ele apontou para a casa ao lado,que eu planejava pedir ajuda…-e bem…vi você aqui,aí me lembrei que os donos desta casa não vem aqui fazem cinco anos,ai lembrei de você,Louis!!-Falou sorridente,o cabelo dele estava todo molhado de suco e com certeza aquele sorriso junto do suco não era agradável.

-Acho melhor você ir embora,eu tenho um copo de vidro,e posso muito bem jogar na sua cabeça…-Comecei a distanciar-me mais,iria correr para outra casa.

-Sou eu,Gael,seu amigo de infância.-Gael….com toda certeza não é meu amigo de infância.Bem,nós até éramos,mas na semana que a minha mãe faleceu ele foi o único dos meus colegas que não falou nada,e depois eu descobri por uma colega que ele falou mal de mim para todos,pode ser uma coisa bem fútil,mas fala mal de alguém para todos os seus colegas quando sua mãe acabou de falecer,para dizer o mínimo:Não é legal.

-Sai daqui,sai daqui agora!!-Empurrei ele.

-Calma,eu só vim dar um oi…

-Então fala logo.

-Falar o que?-Lerdo!!

-Oi,seu idiota.

-Ah,oi…-Ele estava muito confuso,tenho que admitir,essa conversa não está fazendo sentido nem para mim.

-Ótimo,agora já pode ir embora.

-Porque você tá me tratando mal??não te fiz nada.-Não fez nada??Fala mal de mim e sumir quando eu estava passando pelo momento mais difícil da vida,é nada??

-Quero que você saia daqui agora.

-Não,não vou sair daqui até você me explicar porque fica me tratando mal!!-Ele cruzou os braços,que intimidade é essa meu filho??

-Eu não tenho que dar satisfação nenhuma,saia da minha casa!!-Entrei em casa trancando a porta,sentei no sofá e fiquei pensando,não conseguiria dormir,que droga!!

-Louis você está bem??-Era Marcela,ela desceu as escadas bem cuidadosamente.

-sim…

-Ouvi barulhos,fui no seu quarto e não te vi.-Ela parou na escada.

-Desculpa,pode voltar a dormir.-Abaixei a cabeça e fiquei olhando para o copo…eu joguei meu suco naquele imprestável…

-Podemos conversar??-Ela andou até mim,sentou ao meu lado com um leve sorriso, enquanto segurava a minha mão.

-Que falar sobre o que??-Minha voz saiu bem mais…vulnerável do que eu queria.

-É…quando o seu pai quis vir para cá,não achei uma boa ideia,pensei em você.-Ela olhava para todos os lados,mas não nos meus olhos,era agoniante.

-Sei que não foi você que me forçou a vir para cá…-Me senti na obrigação de falar alguma coisa,sei que não foi ela,Marcela sempre respeitou o fato de eu não querer falar sobre nada que lembre a minha mãe.

-O que eu quero dizer,é que eu acho que você está reagindo mal a essa situação,eu acho…acho que você tem que tentar lembrar dela de uma maneira melhor…

-O que você quer dizer?-Fui totalmente ríspida,aquela conversa claramente não estava sendo confortável para ninguém.

-Quero dizer que talvez falar sobre ela é melhor do que fingir que não sente falta dela,porque eu sei que você e sua irmã sentem,sei que seu pai pensou em desistir de vir para cá porque sente falta dela…o que quero dizer,é que não é errado ficar triste quando lembrar dela,mas que você tem que voltar a viver,já fazem cinco anos,você é jovem,tem tanto para viver.-Não conseguir dizer nada para ela,nada que eu faça vai substituir esse vazio,nada.

-Porque você não fala sobre ela com a sua irmã??-Ela perguntou de uma forma bem calma,mas ainda assim foi um choque.

-Não,eu não quero falar sobre isso com ela…-A única resposta dela foi um suspiro,depois um "boa noite",e subiu para o quarto.Porque é tão difícil falar sobre ela,já fazem cinco anos e ainda dói da mesma maneira.

Subi para meu quarto,mas vi que a porta do quarto da Larissa fechou quando eu apareci, então fui até lá,ela estava fingindo dormir,já tinha doze anos,quando ia perceber que dá para saber quando está fingindo??

-Eu sei que está acordada.-Sentei na cama dela,ela tirou o lençol da cabeça,mas continuou deitada.

-Dorme comigo?-Olhei para ela,tinha um olhar pidão,eu não terei coragem de negar alguma coisa a ela.

-Claro que sim…-Fui para debaixo da coberta,ficamos uma de frente para a outra.

-Louis…eu só tinha sete anos,mas também sinto falta dela.

-Eu sei que sente…desculpa se não falo muito sobre ela.-Olhei para o teto,não conseguiria ter aquele conversar olhando nos olhos dela,começaria a chorar da maneira mais maníaca possível.

-Sei que se você não fala,é  porque dói…-Ela me abraçou,e eu retribui.-Boa noite irmã.

-Boa noite…-Foi a única coisa que consegui falar.Abracei ela e foi tão reconfortante,aquele lugar tinha tantas lembranças,mas naquele momento, não focaria em tristeza,e sim em sonhos felizes.