06 | Bugia

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Aí eu pergunto: será que homem pensa?

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Aí eu pergunto: será que homem pensa?

A resposta é obviamente não.

Sim, eu vi os olhares que os sujos do George e do Giorno me deram, sorte que tem um cara de senso que nem o Wamuu para botar eles na linha, senão, eles ainda me veriam como um pedaço de carne.

Eu até ia comer um pouco mais, mas perdi a fome. Me levanto e digo:

— Vou saindo.

Meu pai e mais alguns me olham confusos e meu pai pergunta:

— Por quê? Você nem comeu nada.

— Foi mal, pai - olho para o George e o Giorno, que continuam comendo e alfineto: —, mas eu não tenho apetite quando se tem dois tarados na mesa.

O Giorno me olha assustado, já o George fica de cabeça baixa e até larga os talheres, desviando o olhar.

Meu franze o cenho e pergunta:

— Tarados? Como assim, Patrícia?

Eu odeio quando ele fala meu nome todo, mas ele só faz isso quando a situação é bem séria. Suspiro e respondo:

— Por que não pergunta pra esses dois aí? - olho para o George e o Giorno quando digo isso. — Eles não param de me olhar desde que chegaram, e principalmente não tiram os olhos dos meus peitos.

Olho para o meu pai de novo e ele está furioso, para dizer o mínimo.

Todo mundo da mesa fica quieto, alguns me olham em choque e outros olham para os dois com um olhar de repreensão.

Meu pai estala a língua, dá um sorriso sarcástico e fala:

— Isso é lamentável... - ele fica quieto por alguns segundos e depois diz: — Quando a gente finalmente consegue uma oportunidade de se reunir, quando seus filhos finalmente têm a chance de conhecer a minha filha, eles olham para ela como se fosse um pedaço de carne! - ele bate as duas mãos na mesa e seu tom de voz aumenta a cada palavra.

— Mas tinha que ser vocês dois mesmo, não é? Parece que nunca viram uma mulher na vida! - a Anne repreende eles.

— O-Olha, a gente pode explicar... - O George tenta se justificar.

— Tá aqui a explicação. - pego meu copo que estava cheio de suco e jogo nos dois.

Todo mundo fica surpreso, meu pai não, ele já está acostumado com eu reagindo dessa forma quando alguém me irrita.

O Giorno se levanta da cadeira e me fuzila com o olhar e diz:

— Você não fez isso, sua vagabunda. - ele tira o casaco. — Você acabou de assinar seu atestado de óbito, piranha!

O Dio se levanta e diz:

— Já chega, Giorno! Eu não vou admitir que você falte com respeito a filha do nosso amigo, seu moleque imaturo!

— Mas pai! - ele resmunga para o pai.

— "Mas pai" nada! Vocês dois - ele aponta tanto para o Giorno quanto para o George. — Pedem desculpa pra Trish, agora!

George se levanta rapidamente e diz um monte de desculpas, já o Giorno ficou me olhando com cara feia e não disse nada, mas foi só a mãe dele ameaçar a levantar que ele imediatamente pediu desculpas.

Meu pai se levantou, ele percebeu que não havia clima nenhum para nós dois continuarmos lá, ele se despediu dos amigos e pegou suas coisas para ir embora, fiz o mesmo, mas só dei tchau para o Wamuu e o Santana, os outros dois eu nem me olhei na cara.

Enquanto eu passava pelo Giorno, eu podia vê-lo tremendo de raiva, ele de repente dá um berro:

VAGABUNDA! - ele pega meu cabelo e dou um grito.

Eu pego o cabelo dele de volta e a gente começa a brigar, mas nós dois somos rapidamente separados pelos adultos. Dio está segurando o Giorno e meu pai está me segurando.

— Você se machucou, filha? - meu pai me pergunta isso e balanço a cabeça dizendo que não, depois ele olha com ódio para o Dio e seu tom de voz aumenta. — É essa merda de educação que você deu pro seu filho, Dio??? Bater em mulher, é sério?!

— Diavolo, mil desculpas! Eu não sei o que tá dando nesse moleque hoje. - Dio responde apreensivo.

— Eu também peço desculpas pelo meu filho por ter... olhado para a Trish de forma inapropriada. - Jonathan também fala.

Meu pai vira as costas e sai da mansão segurando meu braço, quando já estávamos do lado de fora, eu solto meu braço da mão dele e falo com raiva:

— Eu sabia que ia ser uma péssima ideia vir pra cá, pai! Olha o que aconteceu!

— Trish, eu sinto muito por isso, eu não queria que as coisas tivessem chegado a esse ponto. Eu nem imaginava, na verdade! - ele respondeu limpando o suor da testa.

— Como não, pai?! Um lugar cheio de homem e você realmente achou que eles não iam ficar me olhando como um objeto?!

Meu pai fica quieto e desvia o olhar, ele sabe que tenho razão. Como ele ia achar que um lugar com três garotos adolescentes, no auge dos hormônios, não iam ficar me olhando de forma nojenta? Só o Wamuu e o Santana não ficaram me olhando.

Sério, e o Giorno ainda teve a audácia de querer me bater!

Ai, que raiva!

— Desculpa, filha, eu não devia ter te forçado a vir aqui - Ele diz num tom mais suave do que estava há poucos segundos. —, mas eu só queria que meus amigos finalmente te conhecessem e, de quebra, os filhos deles. Se eu soubesse que ia dar nesse caos, eu nunca teria te trazido!

— Ai, que gracinha, agora você é compreensivo. - digo num tom de deboche. — Por que você não fez isso quando eu voltei pra casa?!

— Isso aí é outra história, Trish! - ele diz irritado.

— Outra história? É sério, pai?! - digo também irritada.

— Já chega, vamos pra casa, eu não quero brigar com você na frente da casa dos outros. - ele diz e entra no carro.

Jogo minha bolsa violentamente no chão e dou um grito de raiva. Sinto meus olhos marejados, esse desgraçado consegue compreender uma situação aleatória, mas não consegue compreender a raiva da filha quando ela fala que se sentiu abandonada quando ele enfiou ela em um internato.

Pego minha bolsa do chão e entro no carro e volto para casa chorando de raiva.

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