Labyrinth - Firstprince

Capítulo II - this is me trying

Capítulo II - this is me trying

Henry

   Acordei cedo com o som estridente do despertador para outro dia na minha nova vida. Então rapidamente me levantei, tomei um banho quente, coloquei o uniforme chique e escovei os dentes. Também fiz questão de colocar o livro que estou lendo na mochila, Orgulho e Preconceito.

   Saí do quarto e encontrei minha mãe e Bea conversando animadamente enquanto comiam torradas com geleia - que acredito ser de morango. Sinceramente, como conseguem estar tão felizes a essa hora da manhã?!

   — Bom dia meu raio de sol! — proferiu minha mãe ao me ver chegar mais perto delas. Deixei a mochila no chão, encostada na bancada, e me sentei ao lado de Bea.

   — Bom dia Hen — a ruiva também se direcionou a mim.

— Bom dia — respondi às duas de forma carinhosa, mas cansada.

   Apesar da minha mãe estar insistindo à alguns meses agora que se mudar para Nova Iorque foi uma boa ideia, eu simplesmente não consigo absorver isso. Sinto que estou abandonando toda uma vida e, pior ainda, o legado do meu pai.

   Ainda que eu não tivesse muitos amigos por lá, ainda era um lugar que me deixava confortável. E, mesmo sendo uma cidade grande como Nova Iorque, Londres era mais silenciosa, e exalava um clima mais tranquilo quando comparado ao território americano.

   Além disso, deixar Philip para trás me deixou bem abalado. Nós éramos bem próximos quando menores, ele sempre estava lá por mim. Mas Philip cresceu seguindo os passos mais conservadores da minha avó, e eu queria ser livre e artístico como meu pai. No fim, acabamos nos aproximando de novo por causa da morte de Arthur, porém nunca voltou a ser como antes.

   Enfim, estar aqui parece errado, e acredito que eu vá voltar para a Inglaterra assim que me formar.

   — Credo, Hen, que ânimo — Bea disse de forma sarcástica para mim.

   — Bea, meu docinho, não irrite seu irmão — minha mãe repreendeu a ruiva — Henry, coma alguma coisa antes de ir para escola, não quero que você vá sem comer.

  — Tudo bem, mãe.

   Peguei algumas torradas do pote e passei geleia, imitando as duas mulheres a minha volta.

[...]

   Após descer do carro preto estacionado em frente à escola, imitei outros alunos e segui meu caminho para a sala de aula. De repente, senti uma mão em meu ombro e me virei rapidamente para ver Pez ali, sorrindo tranquilamente.

   — Bom dia, Henry! Te assustei? Me desculpa — riu sozinho enquanto me acompanhava pelos corredores. Sorri de volta, mais por educação. Mesmo que ele seja uma pessoa bem tranquila, eu não estou acostumado com muitas pessoas de fato querendo ser minhas amigas.

   — Bom dia, Pez. Na verdade assustou sim — ele riu descaradamente e acenou para algumas pessoas nos corredores até chegarmos na sala.

   Ao chegarmos, fiquei bem constrangido em como dizer "tchau" pra ele para poder sentar em minha cadeira, mas Percy simplesmente riu e disse:

   — Somos amigos agora, cara, não precisa ficar tímido assim. Nos vemos no intervalo — e seguiu para sua mesa.

   — Ah.. nos vemos.. no intervalo — disse mais para me confirmar do que para o de pele escura, já que ele já estava em seu lugar interagindo com outras pessoas.

[...]

   Depois do final das aulas, caminhei entre as ruas para encontrar algum restaurante próximo, para que não tivesse que voltar para casa e logo depois voltar para a escola para o clube de literatura. Eu havia avisado minha mãe sobre isso, então Shaan nem parou em frente à escola.