Primeiros sintomas.

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Esse capítulo só saiu porque eu fui ameaçado.
         — De seu autor, Kim.

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20 de março.

Hoje Gojo me apresentou uma nova namorada. Eu quase revirei os olhos na frente dos dois, mas não realmente por ciúmes, e sim porque não fazia nem mesmo uma semana que ele tinha terminado com a outra que agora era ex, esse cara trocava de namorada mais do que de roupa. Só para constar, quando sua namorada não estava olhando, eu olhei para o idiota em silêncio com meus olhos mostrando o mais puro julgamento misturado com deboche, em troca, ganhei um sorriso forçado de inocência.

Quem não o conhecesse, realmente acreditaria.

Se eu falasse que eu não tinha ciúmes, estaria mentindo, mas acho que suportei tanto que agora fiquei dormente em relação a isso. Ainda sentia uma pontada de decepção e ciúmes dentro de mim toda vez que via ele abraçado, de mãos dadas ou, por um acaso, aos beijos com essas ditas "namoradas". Mas eu respirava fundo e seguia em frente sem deixar esse sentimento crescer mais, como acontecia no começo. Porque aprendi que não valia apena sofrer por isso já tendo a carga de sofrer por um amor unilateral.

Ou eu tinha me conformado de que elas não durariam muito e que aquele branquelo não gostava delas de verdade, saber que elas seriam passageiras até que esse cara mudasse de atitude (o que talvez nunca aconteça) fazia uma felicidade sem precedentes, misturada com culpa, crescesse dentro de mim.

Falando das namoradas de Satoru, algumas garotas no começo quase descobriram sobre meus sentimentos por ele. Foi sorte, ou talvez elas decidiram negar para si mesma as conclusões que seus cérebros capazes tinham chegado. Passei por poucas e boas diante das mais perceptivas e tive que desenrolar uma habilidade para mentir que eu não tinha, quando, de surpresa, fui questionado.

No final, me queda a curiosidade, que todo mundo nessa universidade tinha toda vez que esse palhaço começava um novo namoro, quanto tempo duraria dessa vez?

Geto finalizou sua escrita com um ponto de interrogação e um suspiro, fez o costumeiro processo de guardar o caderno na gaveta e trancá-la, antes de se levantar e ir até o pequeno frigobar que, ele não fazia ideia de como Satoru tinha conseguido a licença para ter um no dormitório da faculdade, ficava em um dos cantos do quarto em busca de água.

Ultimamente tinha sentido sua visão embaçar ou ficar completamente preta do nada, o que achou normal e atribuiu isso a famosa tela preta que a maioria dos seres humanos tinham porque geralmente acontecia quando ele se levantava ou mexia sua cabeça rápido demais, ocorrência da pequena queda de pressão corriqueira.

Mas, detalhes que Suguru não pegou, foi que isso não acontecia somente quando ele se levantava ou mexia a cabeça bruscamente, e com o passar do tempo, até mesmo parado tinha essas quedas de energia e precisava se segurar em algo para se estabilizar por um tempo.

Quando Gojo notou isso entupiu ele de pílulas de vitamina c, falando que era porque não comia direito e dependia de remédios para dormir. O moreno tinha que concordar com o rapaz dessa vez, ele não sabia quando começou mas, quanto mais tempo passava, menos apetite ele tinha.

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Era de manhã, quase nove horas, e Satoru pulava pelo quarto procurando pela base e pó de maquiagem que tinha comprado com seu tom de pele, comprado especificamente para esconder as marcas de chupões extremamente visíveis no seu pescoço acima da camiseta em gola 'u. Geto olhou para aqueles chupões com os senhos franzidos, parece que a namorada da vez tinha uns parafusos a menos, ótimo.

Hanahaki - Relatos de um doente apaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora