O amor me maguou, obrigou-me amar meu melhor amigo, que me ve apenas como o melhor amigo, pode isso se transformar em amor correspondido?
- Thiago Bicioni Bitencourt.
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Quando Geto abriu os olhos a primeira coisa que sentiu foi a luz do sol refletir nas paredes brancas e irem direto para seus olhos o fazendo fechar eles com força, novamente. Logo depois o cheiro característico de desinfetante de hospitais atingiu seu nariz com força, ele nem precisava mais olhar ao redor para saber onde estava pois já tinha adivinhado.
Ao abrir os olhos novamente, Geto Suguru piscou lentamente, ajustando-se à luz intensa que invadia o quarto do hospital. O branco predominante das paredes parecia ofuscar seus sentidos. O cheiro característico de desinfetante preenchia o ar, confirmando seus temores sobre o local onde se encontrava.
O médico entrou na sala, seu jaleco branco contrastando com o ambiente clínico, logo atrás vinha uma Shoko com a expressão tão séria que fez ele finalmente começar a ficar preocupado. Suguru os encarou com olhos inquisitivos, esperando por respostas. O médico, por sua vez, manteve uma expressão séria antes de começar a explicar a situação.
- Geto Suguru, sua condição é incomum, o suficiente para que se eu não estivesse vendo eu mesmo, acharia que a pessoa que te diagnósticou tinha ficado louca. - Disse o médico, escolhendo suas palavras com cuidado. - Você contraiu uma doença chamada Hanahaki Byou.
Geto arqueou as sobrancelhas, uma mistura de surpresa e confusão pintando seu rosto. "O que...?"
- Okay, eu não sei como vocês conseguiram arrastar a Shoko para esse teatrinho. - Ele deu um sorriso zombeteiro. - As câmeras já podem aparecer, cadê elas?
O silêncio se instalou por um tempo antes de Shoko se aproximar mais do amigo e confessar com a voz baixa, com medo de que se falasse muito alto perturbaria o interior de Geto e piorasse tudo.
- Não é uma pegadinha, Suguru. - Os olhos cansados da garota agora carregavam um pouco de tristeza e insegurança.
Geto ficou mudo, buscando nos olhos da melhor amiga qualquer traço que mostrasse que estavam brincando com sua cara. Infelizmente, sem sucesso, o rapaz abaixou os olhos olhando para as próprias mãos que se cruzavam e se descruzavam inquietas em seu colo coberto por um lençol. Enquanto isso, sua face mudava entre descrença e pânico várias vezes seguidas, sua respiração tremeu.
- Essa coisa não era uma lenda, uma doença fictícia?! - O moreno levantou a cabeça com os olhos um pouco úmidos, não querendo acreditar na loucura que estava escutando.
O médico assentiu. - Apesar de ser dada como uma lenda, existem registros médicos que provam ser real. Os sintomas que você experimentou são a prova disso. As flores que você tossiu são uma manifestação física da sua paixão não correspondida.
O choque se espalhou pelo rosto de Geto quando a ficha finalmente começou a cair, e ele tentou processar a informação. A ideia de estar doente de amor era algo que ele nunca considerara.
A notícia o atingiu como um soco, o pânico cresceu dentro de Suguru e ele sentiu que iria colapsar no segundo seguinte.
- Acho que ele precisa de um tempo para digerir isso antes de continuarmos o assunto. - Shoko se manifestou novamente apertando levemente o ombro do amigo, tentando lhe passar um pouco de confiança e demonstrar que estava ali.
- Como assim tem mais?! - A voz de Geto saiu um pouco esganada, mas ele pouco se importava com isso agora, e olhou entre Shoko e o médico com a expressão retorcida.
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Hanahaki - Relatos de um doente apaixonado
FanficHanahaki Byou - ou, a doença do amor. Se você a tem, eu lamento por sua dor de conviver com esse amor não correspondido enquanto vomita dolorosamente a flor preferida de seu amado. Geto nunca pensou que ficaria gravemente doente um dia, esperava men...