Coisas para fazer (com Gojo) antes de morrer.

685 92 123
                                    

.

Isso foi a tanto tempo que ela quase se esqueceu.

Suguru e Satoru tinham acabado de entrar no primeiro ano do ensino médio, quando, por ventura, Satoru acabou a ajudando a cuidar dar plantas de seu jardim um dia já que Suguru estava ausente nesse dia.

Matsuri se lembrava de perguntar ao albino, bem mais jovem na época, se ele tinha uma flor favorita. Gojo respondeu que não, porque não entendia de flores e não tinha encontrado nenhuma que chamasse sua atenção ainda.

A mais velha deu de ombros sem se importar e continuou a instruir Gojo sobre o que fazer enquanto também se movia para cuidar das flores em outro canto, quase terminando o trabalho os dois já estavam uma bagunça com terra nas mãos e nas roupas, Satoru até tinha algumas manchas de barro pelo rosto. Nesse momento o garoto parou em frente a uma das flores, das mais diferente que tinha no jardim, estático.

Ele ficou tão silencioso que Matsuri até mesmo se esqueceu de sua presença.

Quando abriu a boca chamando por ela a mulher sentiu seu coração errar algumas batidas pelo susto e quase acertou uns tabefe na cabeça de Gojo naquele dia.

Com as mãos na cintura ela perguntou o que ele queria e Satoru lhe respondeu perguntando que flor em específico era aquela que ele apontava. Matsuri respondeu que era a gladíolo da cor variável em roxo, mais conhecida como lírio espada.

Inesperadamente o albino falou com convicção: "É essa. Essa é minha flor favorita."

Quando ela perguntou o porquê o garoto a deu uma resposta inesperada.

"Porque ela me lembra os olhos de Suguru, eu gosto dos olhos dele."

Esse assunto acabou por aí, mas Matsuri passou um bom tempo olhando, e observando, Gojo com olhos estranhos.

Até hoje ela não sabia quais eram os sentimentos do rapaz por trás daquelas palavras e nunca mais perguntou sobre esse assunto também, então tudo caiu no esquecimento.

A questão era: ela contava para o filho tal lembrança?

Isso mudaria alguma coisa?

Ajudaria Suguru em sua luta contra essa doença?

Esquece.

É melhor não se meter nessa bagunça de mau entendidos que era a relação dos dois, se fosse para atrapalhar ainda mais.

Matsuri suspirou balançando a cabeça.

Já era tarde da noite e todos da casa se recolheram cada um para seus próprios quartos e os dois melhores amigos naturalmente se acomodaram no quarto antigo do moreno.

Os dois estavam sentados no chão, usando um ao outro como apoio com a costas coladas umas na outra.

- Ei, seu quarto não mudou nada.

Gojo tirou os olhos do celular depois que perdeu em um joguinho qualquer de estratégia e olhou em volta.

- Hm? - Geto dividiu sua atenção entre ler o livro em suas mãos e o que o albino falava. - Ninguém entra aqui para fazer outra coisa além de limpar, já falei para a mamãe dar alguma utilidade para o cômodo mas ela quase não moveu nem mesmo a cadeira da escrivaninha do lugar.

Deu de ombros.

- Sortudo. - Gojo jogou sua cabeça para trás apoiando ela em um dos ombros do melhor amigo. - Na primeira oportunidade que meu pai teve, ele encaixotou as minhas coisas que não levei para o dormitório e abandonou no apartamento que ele fez questão de me dar só para se livrar de mim mais rápido.

Hanahaki - Relatos de um doente apaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora