O que é o amor?

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13 de maio.

Eu posso dar vários significados para o amor com base em minha compreensão, mas a maioria desses significados serão tristes.

Trágicos.

O amor é como um espinho de peixe preso na garganta. Dói, te sufoca, te incomoda e quando se livra percebe que é melhor sem ele.

É como o por do sol. Belo, te esquenta de forma aconchegante, uma visão magnífica que se vai pouco depois te enchendo de dor nos ossos, como o frio da noite que chega pouco depois de forma impiedosa. Ele voltará amanhã. No mesmo horário, com o mesmo toque de calor, com a mesma beleza, e você vai estar lá amanhã para viver o mesmo repertório de sempre, mesmo que já saiba o final. Vai contemplar suas belas cores, se embebedar com suas incríveis sensações, e sofrerá a mesma dor.

Em um fluxo infinito.

É como a ansiedade que se desdobra em seu peito em um aperto e dor surda. Porque a pessoa que sempre observa nunca vai te notar, nunca vai olhar para você como olha para os outros, e nunca vai compreender como ou porquê você se sente assim.

É como a flor Gladíolo, também conhecida como lírio-espada. Uma espada que só te machuca, uma arma que só te reprime, que te faz mudar em prol do outro.

A dor aguda de um coração partido.

A doce ilusão do início que te joga em um abismo.

A dor do silêncio.

A dor do sufoco de querer sair do meio daquela areia movediça, mas sendo impossível de o deixar de amar.

A dor de quebrar seus próprios princípios e crenças só para poder ficar ao lado dessa pessoa.

A dor do desgosto que você sente quando se olha no espelho.

A dor da falta de alto estima, de auto confiança.

A dor de um amor não correspondido.

Por amar Satoru tudo isso virou o significado de amar, para mim.

E o pior de tudo é a dor de estar consciente que você é a única pessoa que está lhe machucando, porque em nenhum momento a outra pessoa lhe deu esperanças de alguma forma.

As pessoas dizem que não é nada mais forte do que o amor. Eles estão certos. É por isso que as piores atrocidades são sempre cometidas em seu nome.
C. J. Tudor.

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Hoje foi o último dia do feriado e agora, nesse fim de tarde, todos tinham acabado de chegar no campus da universidade. Se despediram uns dos outros levemente cansados da viagem de volta e seguiram seus caminhos separados em direção aos seus respectivos quartos no dormitório.

Quer dizer, quase todos eles se separaram.

Gojo e Geto seguiram em silêncio, perdidos em seus próprios mundos e o moreno se sentindo mais mal do que normalmente sentia.

Apesar da tensão, passou boa parte do feriado sem tossir sangue e cuspir flores pelos cantos, apenas teve de tomar remédio para controlar a dor que sentia. Mas desde que acordou essa manhã sentia um mal estar extremamente incômodo, como se algo estivesse apertando a boca de seu estômago o incitando a ter ânsia de vômito.

Assim que entrou dentro de seu quarto sendo seguido pelo albino em silêncio, sentiu todo seu corpo relaxar ao sentir o cheiro familiar do ambiente. Mas sua respiração estagnou diante da dor repentina que invadiu seus pulmões e seu corpo estremeceu de forma mais que visível.

Mas Satoru estava de costas mechendo nas coisas em cima da própria cama então só notou algo de errado quando escutou o baque surdo dos joelhos de seu melhor amigo batendo contra o chão.

Se virou para ver o que acontecia apenas para arregalar os olhos em descrença ao ver Suguru se agarrar ao próprio peito em desespero com lágrimas caindo de seus olhos sem hesitação e sangue fluir de seu nariz como se uma torneira tivesse sido aberta. Sua boca estava entreaberta como se tentasse gritar de dor ou simplesmente conseguir respirar melhor, mas nada saia como se sua garganta estivesse obstruída.

Nem ar, nem voz.

— Suguru! — Gojo gritou com o desespero batendo em seu peito.

Hanahaki - Relatos de um doente apaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora