Montanha-russa diária.

744 126 60
                                    

Surprise... (⁠٥⁠↼⁠_⁠↼⁠).

______________________________________

09 de Abril.

Primeiro de tudo, Satoru está sendo mais irracional do que nunca.

Ele brigou com a namorada a um tempo atrás e colocou a culpa em mim, tipo, que???

Eu nem conheço a garota direito, além do dia em que ela me foi apresentada pelo albino não tive mais nenhum contato sequer com ela. E, do nada, a culpa da DR do casal é minha?

Ou agora é ex-casal? Sei lá, também prefiro não saber. Vou fingir que esse episódio não aconteceu, minha sanidade agradece.

Tenho conseguido controlar bem essa doença, a Hanahaki, por meio de remédios e antibióticos. O médico disse que é milagre o fato desses remédios terem realmente efeito sobre a doença, principalmente os remédios para dor que de alguma forma retardam o progresso da doença.

Duas semanas se passaram desde então, e eu tenho conseguido esconder tudo isso bem de Satoru. Apesar de não precisar fazer tanto esforço quanto achei que teria...

O motivo é simples, o próprio Gojo Satoru. Por algum motivo que eu não faço a menor ideia, esse louco que chamou de melhor amigo tem me evitado como o diabo evita a cruz.

Assim que eu chego em nossas rodas de amigos, no tempo livre, ele inventa algo para sair de lá. Quando ele não pode sair, fica calado. Sim, ele fica mudo como se tivesse nascido sem as malditas cordas vocais.

Foi quando notamos isso que começamos a nos preocupar e Shoko até lhe deu uns pontapé perguntando o que tinha acontecido, mas com seu jeitinho de evitar o assunto ele riu e fez palhaçada. O pessoal me olhou com dúvidas mas eu apenas podia balançar a cabeça e dar de ombros, igualmente em confusão.

Ah, ele também tem dormido fora do dormitório e quando vem dormir em nosso quarto chega muito tarde e foge novamente bem cedo de manhã.

Isso tudo começou a me estressar e me deixar inquieto, mais do que Gojo me deixa normalmente, e graças a isso passei a vomitar pétalas roxas mais do que o normal. Ao identificar a fonte do avanço repentino, o médico aconselhou que eu evitasse ter mudanças de humor muito rápidas e buscasse relaxar o mais rápido possível diante de momentos com alta tensão e estresse.

Um pouco difícil já que basta eu estar perto de Satoru e meu humor vira uma montanha russa ligada 24h por dia.

O engraçado é que agora meus níveis de ansiedade e preocupação estão nas alturas porque aquele maldito tem me ignorado e evitado tanto...

Porra, aí minha cabeça.

.

12 de Abril.

Hoje eu parei Gojo no banheiro da universidade durante o intervalo.

Eu só queria falar sobre o maldito trabalho passado por um dos professores a quase um mês atrás.

Mas adivinha? O palerma não quis saber e me tratou com ignorância e a voz mais fria que já escutei vindo dele.

Quando falei que não ia colocar o nome dele no trabalho se eu fizesse sozinho ele respondeu: "Foda-se você e esse trabalho estúpido, Geto."

Ele ficou louco?!

Digo, eu sei que as engrenagens da cabeça daquele cara não funciona direito mas isso está mais do que fora de ordem, totalmente errado.

E isso já está começando a me irritar de verdade.

.

17 de Abril.

Confrontei Satoru novamente em uma de suas chegadas tarde da noite.

Ele me olhou surpreso por ainda estar acordado o esperando para conversar.

No final, acabamos discutindo e sendo expulsos do prédio do dormitório no meio da noite.

Sem nem dar a ele uma segunda olhada, me virei de forma furiosa me distanciando dele. Apenas para acabar indo para o hospital.

Passei muito mal e quase colapsei novamente, pela primeira vez eu vomitei uma flor inteira. Não tinha o caule e era apenas as pétalas formando uma flor.

Mas, porra.

Doeu como um inferno, não quero nem pensar sobre quando essa merda se agravar.

Levei um sermão do médico por não tomar o devido cuidado com minhas emoções e levei uma suspensão de assim que voltei a universidade, por causar desordem no meio da noite no prédio do dormitório.

E ainda teria que fazer a limpeza de algumas salas durante esses dois dias depois da aula.

Para aquele albino desgraçado não foi diferente.

Sinceramente, ultimamente tenho vontade de bater com a cabeça dele na parede sempre que eu o vejo. Não basta ter a porra de uma doença rara por causa dele, eu teria que passar essas merdas só porque não aceitei esse idiota me tratar de qualquer jeito como vem fazendo.

Estou explodindo em raiva.

.

24 de abril.

Brigamos novamente, dessa vez foi feio.

Disse coisas que não eram verdade, coisas que não deveria só para o machucar.

Foi a primeira vez que vi aquele olhar nos olhos de Satoru, como se algo tivesse se quebrando.

Não ficando para trás, ele também gritou absurdos que eu bem estou acreditanfo ser verdade.

Me resta chorar em prantos no chão do banheiro do nosso quarto até dormir e acordar com com dor por totó o corpo.

Junto com o choro, vomitei mais sangue e pétalas do que poderia contar, agora sim minha garganta está ferrada de vez.

Hanahaki - Relatos de um doente apaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora