Caixa de Pandora.

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Gojo fez menção de continuar falando, mas ao mesmo tempo em que abriu a boca Geto a tampou com uma das mãos.

— Eu já entendi, Satoru. — Deu uma pequena risada tentando aliviar a tensão do próprio corpo, não ajudou muito. — Mas assim... Você não era hétero?

Geto perguntou. Sim, ele teve que perguntar.

— De tudo que eu falei, essa questão é a única coisa em que prestou atenção? — O albino tirou a mão do outro de sua boca e perguntou indignado.

— Não! — Ele retrucou se sentando fazendo o corpo do amigo escorregar até que estivesse sentado em suas coxas com uma perna de cada lado, aliás, posição bem questionadora. — Meu cérebro está lento e cheio de efeito do álcool,  eu ainda não processei tudo o que você falou, Satoru.

O moreno tentou se explicar nervosamente. Quer dizer, sempre desejou e sonhou em se enredar em vários tipos de beijos com Gojo, mas agora que parecia ter passe livre ele estava com medo. Medo de não se controlar depois ceder a seus impulsos, o beijar e estourar seus sentimentos em cima do outro, medo de acordar e perceber que foi tudo um sonho e o principal, medo de estragar todo o relacionamento que construiu com aquele cara durante mais de uma década. Era muita coisa, muita lembrança, muito sentimento, muita história envolvida.

Por um instante, o vago pensamento de que essa vontade momentânea dele parecia ser mais importante para ele, de forma que ele não ligaria se iria jogar todo o resto no ralo. Mas tão rápido quanto surgiu, Geto cortou e destruiu tal pensamento ridículo.

Não era só porque ele confiava cegamente em seu melhor amigo, mas ele sabia que Gojo não era assim. Que, da forma dele, também estava arriscando muita ou alguma coisa super importante naquele momento. Ah, ele realmente tinha inveja da coragem daquele branquelo de olhos azuis. Porque mesmo que estivesse sobre o efeito de álcool, mesmo que tivesse muito a perder e muita coisa em risco, ele ainda foi em frente e fez o que queria. E deu opções que odiava, porque se tem uma coisa que aquele fantasma com síndrome de husky detestava e repudiava era ser usado, como objeto, como pessoa, como tapa-buraco ou qualquer que seja a coisa.

Muito cômico, para não dizer mais. Como ele iria usar Satoru Gojo para esquecer Satoru Gojo?

Geto não sabia se ria ou se chorava.

Algo macio pressionou seus lábios o impedindo de perguntar qualquer outra coisa, era suave, tímido, como se estivesse tocando algo delicado. O albino tinha o beijado.

Ele o beijou.

Essa informação estagnou o cérebro a mil do moreno.

Satoru Gojo. Estava. O beijando.

— Sério, pare de pensar. — Gojo falou se afastando com um leve suspiro. Geto piscou lentamente com a expressão em branco. — Só me beije log-

Geto tomou os lábios de Gojo com fome abafando qualquer coisa que o outro estivesse falando.

Ele pressionou seus lábios nos do albino com brutalidade quase dolorida. Uma de suas mãos foi para a nuca de Gojo o pressionando fortemente a ficar no lugar, como medo que o outro fosse fugir a qualquer instante. Agarrou fortemente a coxa bem marcada pela calça jeans dele com a outra mão fazendo Gojo ofegar, isso foi a oportunidade perfeita para ele intrometer sua língua na boca alheia e capturar a língua adversária com surpresa, depois de alguns movimentos circulares -que foram retribuídos, Geto simulou estocadas com a língua como se estivesse fodendo a boca de Gojo de forma incrivelmente obscena.

E pareceu extremamente prazeroso pela forma como Gojo estremeceu em suas mãos.

Santificado seja Salazar.

Hanahaki - Relatos de um doente apaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora