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O tempo se passou rapidamente, em um piscar de olhos já estavam na semana do casamento. Praticamente todas as pessoas da corte estavam ocupadas desenvolvendo uma função ou mais para que tudo ocorresse perfeitamente, afinal de contas não eram todos os dias que a princesa herdeira iria, por fim, desposar.
Kara estava no pátio de treinamento com alguns dos recrutas mais novos, seu tornozelo ainda doía um pouco quando forçava muito. Alex acabou percebendo isto e então deixou a princesa encarregada dos novatos para poder se preservar o máximo possível.
Inicialmente a loira havia odiado, mas agora ela estava até gostando, afinal de contas ela podia molda-los da forma que quisesse. Todos estavam completamente encantados de estarem sendo treinados pela própria princesa, então se esforçavam o máximo em cada tarefa. O que deixava a instrutora muito feliz.
De repente a loira ouviu alguém a chamando, então se afastou em direção do homem que vinha correndo desesperadamente – Sim, o que foi?
- Uma delegação de Luthesa acabou de chegar.
- O quê? Você tem certeza?
- Sim, eu estava no portão, reconheci os estandartes.
- Por Rao, me cubra aqui. Eu preciso achar a Lena – Mal terminou de falar já foi correndo desesperada em direção da Universidade.
Assim que chegou ao gramado em frente ao prédio principal da Universidade, parou alguns segundo para tomar fôlego enquanto olhava em direção do grande relógio no campanário central – Dez da manhã, ainda é cedo, vamos lá Kara pensa, hoje é terça. Em que aula a Lena está neste momento?
A princesa ficou respirando com dificuldade até conseguir se lembra que a morena estava possivelmente tendo aulas de anatomia. Então voltou a correr até o anfiteatro.
Depois de mais uns dez minutos finalmente achou a sala correta e adentrou, 30 rostos se voltaram em a sua direção, o que a deixou um pouco encabulada, mas ela não podia ficar tímida agora. Logo viu a morena a encarando atônita.
- Ahn, Lena você poderia me acompanhar?
A morena recolheu rapidamente suas coisas e foi até a mais velha, as duas logo saíram da sala em passos largos – O que aconteceu?
- Uma delegação de Luthesa chegou agora de pouco.
Lena parou com tudo – Não...
- Sim, reconheceram seu brasão.
- Deuses, o que nós vamos fazer agora?
- Eu não sei, minha vontade é de pegar os cavalos e sumir. Nós podemos casar escondidas e voltar depois do casamento consumado.
- Nós iniciaríamos uma guerra.
- O que mais nós podemos fazer? Eu não vou permitir que sua família te leve embora, nem que eu tenha que desafiar seu irmão para um combate. Mataríamos dois coelhos com uma cajadada só.
Lena acabou dando uma risadinha nasal – Isso é bem corajoso da sua parte, mas eu tenho que te desapontar em uma coisa, com certeza não seria ele a lutar.
- Típico...
- Vamos até o Castelo, o que tiver que acontecer enfrentaremos juntas.
- Certo.
As duas caminharam cerca de 15 minutos até darem de cara com Alex que vinha apressada – Graças a Rao encontrei vocês. Me acompanhem.
- Quem veio? – Lena perguntou a ruiva.
- Sua mãe, seu irmão, algumas pessoas da guarda, alguns criados e um Meistre.
- Um Meistre? – Kara perguntou – Para quê?
- Eu não faço a mínima ideia, o clima tá bem feio.
- Eu só posso imaginar.
Elas andaram o mais rápido que a saia de Lena permitiu, logo estavam em frente da sala do conselho, a ruiva respirou profundamente e se ajeitou, sendo prontamente imitada pelas outras duas. Deu uma batidinha na porta e entrou.
A capitã tinha dito que o clima não estava bom, mas nada poderia prepará-las para o clima pesado, poderia até mesmo ser cortado com uma navalha. Todos os rostos se voltaram para as recém-chegadas.
Lena nunca havia visto seu irmão e sua mãe com caras tão feias, provavelmente se o decoro não os proibissem, ela já estaria sendo arrastada para tomar uma boa surra.
O Rei Zor-El resolveu quebrar o silêncio após uma limpada de garganta – Bom, acho que agora todos os interessados estão presentes. Podemos iniciar nossa reunião.
- Nós fomos ludibriados, sua filha, a princesa Kara, nos enviou uma carta no nome do primo pedindo a mão de minha irmã em casamento. Imagine a nossa surpresa quando descobrimos que o casamento não seria com ele e sim com a mulher que foi com a cara mais lavada buscar minha irmã em Luthesa?!
- Sim, minha filha usou alguns subterfúgios na carta, mas de resto todo o conteúdo da carta foi cumprido inclusive o pagamento de um dote altíssimo.
- Isso é uma absurdo, eu exijo uma reparação.
- Reparação? – Desta vez foi a Rainha Alura quem falou – Sua irmã foi tratada com todo luxo, amor e carinho desde que chegou aqui. Ela está bem alimentada, tem tudo o que precisa, inclusive está acompanhando as aulas da Universidade local ou seja, assim como meu esposo disse a pouco, tudo o que havia naquela carta tirando o pequeno fato do noivo ser uma mulher está sendo cumprido de nossa parte.
- Pequeno fato? – Lex perguntou de modo sarcástico.
- Sim – Alura voltou a falar – Sua irmã está a poucos dias de se tornar uma mulher casada com uma Alfa de ótima procedência, saudável, a primeira da linha sucessória de um dos reinos mais prósperos do continente e por último, mas nem um pouco menos importante, ela está feliz. Muito feliz pelo o que vocês podem ver.
Todos os olhares se voltaram para Lena, Lilian tinha estado quieta até então, mas neste momento ela abriu um sorriso, um sorriso maligno (pensem no sorriso na madrasta da Cinderela), o que fez com que o suor descesse gelado pela espinha da princesa Luthor, ela conhecia aquele sorriso e aquilo a apavorou.
- Sim, está feliz. Pelo o que soubemos está feliz até demais... Seu cio se passou há algum tempo atrás, não foi? – Lena engoliu em seco sem conseguir falar – Eu te perguntei algo, o gato comeu sua língua enquanto estava longe?
- Não senhora, eu continuo conseguindo falar perfeitamente. Meu cio se passou há quase três meses.
- Sim, o casamento foi marcado exatamente no cio conjunto de vocês duas eu suponho?! – A Rainha mãe de Luthesa perguntou mais uma vez.
- Sim senhora.
- Bom, isto não vem ao caso – Lilian então se voltou para a Rainha – Nos chegou uma notícia alarmante, de que sua filha acompanhou Lena durante o último cio dela.
- Isso seria uma quebra de todos os protocolos.
- Sim, isso seria uma quebra dos termos colocados na carta, de que vocês zelariam pela integridade da minha filha, se isso realmente aconteceu nós poderíamos exigir o cancelamento do casamento sem nenhum ônus para nós.
O Rei deu um sorriso lateral – Sim, vossa majestade tem razão, se isso fosse realmente verdade poderiam exigir o que quisessem. Mas eu acredito que devo os decepcionar. Neste mesmo período Kara machucou o tornozelo e passou vários dias em recuperação na área médica, ela está inclusive voltando aos treinos recentemente.
A loira franziu as sobrancelhas, essa não era uma informação que gostaria de passar para os membros de Luthesa, se realmente fosse haver um combate. Por outro lado poderiam achar que ela estava mais fragilizada do que ela realmente estava.
Lex fez um sinal para que o Mestre de Luthesa se aproximasse – Nós temos uma solução rápida para isto, nosso Meistre vai verificar se a pureza da minha irmã não foi quebrada.
Kara deu um passo em frente puxando a noiva para atrás de si – O quê? Isto é um absurdo! Eu não vou permitir.
- Ahn não vai? Você sabe que essa proibição é praticamente uma confirmação de que isto tudo é verdade.
- Não, eu só não quero expor a MINHA NOIVA a este tipo de situação.
Lena estão colocou uma mão no ombro da mulher a sua frente – Tudo bem, eu não tenho o que temer.
Alura então ficou em pé – Ótimo, vamos até a área médica, lá temos um leito ideal para este tipo de exame. É bom que nossa médica chefe acompanhe o procedimento – Lena, o Meistre, Lilian e Alura foram saindo sendo acompanhados por Lex e Kara – Ahn não, vocês dois esperem aqui.
Lex ficou completamente indignado – Quem você pensa que é para mandar em mim??
- Primeiro, eu sou a rainha deste reino. Segundo, aqui você nada mais é do que uma pessoa qualquer que está sendo tratado com todo o respeito que a etiqueta rege e terceiro, dirija-se a mim como vossa majestade – Ao terminar ela virou as costas e foi seguindo sem nem ao menos esperar os outros.
Mesmo a contragosto Lex voltou a se sentar na cadeira em que estava antes, Kara então deu uma palavra rápida com Alex e depois foi se sentar ao lado do pai. Todos permaneceram em silêncio aguardando o desfecho do caso.

(=^.^=)

Assim que chegaram na área médica a Rainha foi atrás de Eliza – Minha querida espero que a maca ginecológica não esteja sendo utilizada.
A loira olhou todas aquelas pessoas sem entender nada – Não, nós tivemos um parto há umas duas horas, mas a sala já foi devidamente limpa e higienizada.
- Certo, vamos fazer um teste de pureza, você poderia nos acompanhar?
- Sim, é claro, me acompanhem – Ela foi conduzindo enquanto as outras quatro pessoas as seguiam – De quem seria?
- Em mim Dra Danvers.
A chefe dos médicos parou e olhou para trás em direção da princesa – Princesa Lena? Mas eu achei que ela tivesse sido entregue pura.
- É óbvio que ela foi – Lilian interrompeu completamente possessa – Mas ficamos sabendo que a Princesa Kara a acompanhou durante o cio.
Os cinco finalmente adentraram a sala, Elisa primeiramente se voltou para a mais nova – Você pode ir atrás daquele biombo e retirar suas roupas, inclusive a anágua, meu bem – Então ela se voltou para a forasteira – Eu não sei ao certo como ou quem espalhou essa fofoca, mas eu posso jurar de pé junto que eu mesma estava aqui quando a Kara foi trazida após torcer o tornozelo.
Lena logo em seguida veio se aproximando, a mãe dela revirou os olhos – Veremos.
- Com certeza – A médica voltou a falar – Você pode se deitar aqui e apoiar suas pernas nestes apoios.
Em seguida ela trouxe uma vela e um banco, colocando ambos em frente à intimidade da morena. Lena estava querendo morrer de tanta vergonha, estava agradecendo a todas as divindades conhecidas e desconhecidas por Kara ter negado retirar sua virgindade.
- Tenha bondade – Eliza deu leves batidinha no banco indicando que o homem poderia sentar ali e fazer o que tinha sido chamado para fazer.
O velho se sentou e depois de poucos segundos se voltou para Lilian – É verdade, a princesa continua pura como no dia em que nasceu.
- Não é possível – Lilian estava passada – A pessoa me garantiu que era possível ouvir o barulho das duas do pátio.
- Eu se fosse a Vossa Majestade investigaria o porquê desta pessoa ter inventado isso. Talvez uma compensação monetária? – Alura falou ajudando a futura nora a se levantar – Pode se vestir, Lena
- O que você quis dizer com isso?
Alura semicerrou os olhos – Eu vou relevar a forma de tratamento incorreta devido ao choque de ter sido enganada, desta vez... Mas conforme eu estava falando, não faço ideia do porquê uma pessoa daqui iria até o vosso Reino e inventaria uma coisa dessas. Nós geralmente somos cercadas de pessoas de índole incontestável, aqui alguém só blefaria desta forma se tivesse muito dinheiro envolvido.
Lena veio voltando ajeitando o vestido, era bem notável que ela estava bem abalada, possivelmente se segurando para não cair no choro, então a Rainha passou a mão de leve pelas costas da mais nova – Você está bem?
- Na medida do possível.
- Certo, então vamos voltar.

(=^.^=)

Na sala do conselho Kara não conseguia ficar parada, em sua cabeça não fazia sentido que alguém as tivesse dedurado para os Luthors. Precisavam iniciar uma investigação urgente sobre isto.
- Agitada princesa? – O Rei Lex provocou.
- Preocupada, eu diria, mas não pelo resultado. Seu Meistre vai confirmar tudo o que nós dissemos, Lena permanece intocada.
- O que te preocupa, minha filha?
- Quem levou esta história até Luthesa? E por quê?
- Isso nós vamos descobrir.
- Talvez sim, talvez não... A pessoa já pode estar longe em um momento desses – Lex falou enquanto limpava uma unha de modo displicente.
- Então, eu acho que alguém vai precisar correr atrás dessa pessoa. Porque ela foi ENGANADA – Kara se exaltou.
- Princesa Kara – Jor-El a interrompeu – Eu preciso lembrá-la onde estamos e a quem você está se referindo?
A loira mordeu os lábio e fechou os olhos de modo firme, ela deu uma soco na mesa e foi inevitável não liberar um pouco de feromônios. Mesmo sem querer Lex deu um leve encolhida com a atitude de um Alfa mais dominante que o seu.
Em seguida a Princesa respirou profundamente e voltou a abrir os olhos – O senhor está coberto de razão, meu tio, queria me desculpar a todos aqui presentes pelo meu mau comportamento – Ela tirou um tempo para olhar para todos presentes, até se voltar novamente ao seu tio – Mas eu exijo uma retratação depois, minha honra e a da minha noiva foram postas em dúvida de modo vil.
O mão do Rei inspirou profundamente, ele, assim como todos presentes, sabia que as acusações eram verdadeiras, mas a mais nova tinha razão, se eles deixassem passar uma coisa dessas, iriam abrir um precedente para coisas piores no futuro – Eu acredito que isso pode ser providenciado, não é mesmo Rei Lex?
- Bom, e o que ganho se eu estiver certo?
- Eu ajoelho no chão e beijo sua bota – Kara falou de modo irônico.
Pela primeira vez desde que chegou, Lex pareceu preocupado. Foi como se ele finalmente começasse a acreditar que todos estavam falando a verdade. Mas não era possível que fosse verdade. A pessoa foi torturada até a morte para confessar que as duas princesas passaram o cio da Ômega juntas, não era possível que fosse mentira. E se a sua principal carta na manga talvez não valesse de nada?
Em seguida a porta se abriu e por ela entraram os quatro que haviam saído anteriormente, o homem foi logo falando – A Princesa Lena permanece intocada.
Um burburinho se iniciou pela sala, o Rei de Luthesa estava completamente possesso, essa união não poderia acontecer. Sua irmã casada com uma mulher? Nem sobre seu cadáver – Bom, podemos voltar então a nossa conversa anterior?
Zor-El suspirou profundamente antes de falar – Qual seria a conversa vossa majestade?
- Sobre o fato de sua filha ter nos enganado para conseguir a mão de minha irmã. Nós fomos ludibriados – Ele fez um pequeno teatrinhos de falsa indignação – Eu não acredito que este casamento deva acontecer.
Kara rosnou, mas antes mesmo que ela pudesse abrir a boca seu pai apertou de leve seu braço e voltou a falar de modo completamente calmo – A Cerimônia está marcada para daqui quatro dias, mas podemos adiar ou até mesmo cancelar se esta for a vossa vontade, logicamente vocês pagarão cada centavo do dote de volta até lá não é mesmo? Quantos baús foram entregues mesmo?
- TRÊS!! – Kara falou ainda muito irritada seu feromônio podia ser sentido novamente.
- Isso mesmo, três baús de ouro, joias e títulos de algumas propriedades costeiras. Eu presumo que vocês tenham trazido, tudo?!
Neste instante todo o ódio da princesa de Krypton se esvaiu, ela poderia na verdade cair em gargalhada da cara que seu futuro cunhado estava fazendo. Eles não tinham mais o dinheiro, isso era óbvio.
Lex franziu a testa completamente contrariado – Isso não pode ser sério, eu não concordei com este casamento, eu concordei com o casamento de minha irmã com UM Alfa e não com esta aberração...
Antes mesmo que o Rei Luthor pudesse terminar sua frase, Zor-El ficou em pé de uma vez, dando um forte tapa na mesa que a balançou inteira, no mesmo instante ele liberou uma forte onda da feromônios e deixou sua voz Alfa sair – BASTA!! Eu não sei como vocês conduzem o reino de vocês, mas aqui em Krypton qualquer tipo de discriminação é um crime passível de castigos muito severos.
Lilian mais do que rapidamente se aproximou do filho e apertou seu ombro de modo terno – Vossa majestade, perdoe meu filho, ele deve estar completamente chocado por ter sido enganado de modo tão indecoroso.
Lex engoliu em seco e então falou – Sim, me perdoem por minhas palavras. Eu estou transtornado assim como vocês todos previam que eu fosse ficar. Me perdoe também por levantar qualquer tipo de acusação contra a honra das princesas, mas imaginem como eu me senti ao receber uma pessoa em meu Castelo que disse ter informações alarmantes sobre a futura união de minha querida irmã?
Lena teve que morder os lábios para não soltar uma risada de escárnio ao ouvir o querida. Kara estava a analisando, as duas mantiveram os olhares grudados por alguns segundos onde a morena sussurrou um agradecimento.
Zor-El voltou a falar – Quem foi esta pessoa?
- Meu Comandante tem as informações sobre ele – Um homem se aproximou de Lex e agachou ao seu lado os dois ficaram cochichando por alguns segundos.
- Certo, Alex – O monarca falou e a ruiva foi se aproximando dele  – Eu quero que você cuide disso pessoalmente, eu quero esta pessoa na minha presença para se explicar o mais rápido possível.
- Sim Senhor.
A Rainha então se aproximou de seu esposo e abriu um sorriso para ele sendo prontamente respondida em seguida – Bom, com tudo resolvido eu imagino que irão ficar aqui na corte até o casamento?
Lilian se adiantou ao filho – Sim, Vossa Majestade.
- Ótimo. Vamos todos para o salão de refeições porque já está se aproximando da hora do almoço. As amas apontarão seus aposentos. Por favor, me acompanhem – A Rainha fez questão de conduzir dos dois Luthors mais velhos logo de uma vez, as pessoas foram saindo pouco a pouco deixando somente os membros do conselho.
Kara ao perceber isso foi se levantando mas o pai disse com a voz firme – Você fica – Ele esperou que a última pessoa saísse e fechasse a porta antes de continuar – Afinal de contas a vista de todos você ainda é membro do conselho. Eu não quero você sozinha, está me entendendo?
- Sim, meu pai.
- Ande o tempo todo com alguém da guarda, a Sarah de preferência, ela é uma ótima espadachim. Acho que está mais do que na hora dela ganhar o posto de Sargento e uma ordem de cavaleiro, o que você me diz?
Kara abriu um sorriso gigantesco – Sim, está mesmo.
- Perfeito, logo após o almoço eu providencio isso – Em seguida se voltou para seu comandante – Jeremiah.
- Sim Senhor.
- Eu quero alguém de posto avançado o tempo todo grudado a Lena também, inclusive na porta dela enquanto ela for dormir. De preferência um Alfa acasalado.
- Eu mandaria a Alex, mas o senhor fez bem em pedir para ela investigar sobre o tal linguarudo. Eu mesmo ficarei a cargo da Princesa. Se me permite posso designar alguém para fazer a guarda do seu aposento? O Mon-El, por exemplo.
- Se você acha mais prudente, por que não? Jor-El, gostaria de uma guarda adicional a sua família também?
- Bom, não acredito que os Luthors estejam atrás de nós, mas talvez seja melhor para não levantarmos nenhum tipo de suspeita de que estamos desconfiando deles.
- Eles seriam muito idiotas se não achassem isso – Kara falou – E sendo parentes da Lena tenho certeza que a burrice passa bem longe daqueles dois – Ela ficou em silêncio por alguns segundos – O general deles...
- Jack Spheer – Winn, que fazia parte do conselho como mestre da moeda e comunicação estrangeira falou.
- Isso, Jack... Lena já me falou sobre ele. Ela sempre foi categórica de que quanto mais o irmão ia se aproximando deste cara, pior ele foi ficando, se o Lex deve ser temido por deter um poder muito grande esse tal Jack deve ser também por ser uma das cabeças da hidra.
- O que sabemos sobre ele Winn?
- Não muito, ele veio do leste muito novo, mas já era mortal nesta época. O Rei Lionel viu potencial na criança trazida como escrava e ao invés de limpar latrinas, o colocou para segurar uma espada, ele subiu rapidamente até chegar como comandante de um dos exércitos mais temidos do continente.
- Kara, eu não preciso nem dizer que eu não quero que você fique grudada na sua noiva – Zor-El falou suspirando profundamente.
- Não, não precisa pai, eu já entendi. Jeremiah, por favor não permita que os Luthors impeçam a Lena de fazer as coisas, diga que você recebeu ordem de a acompanhar até a Universidade ou a biblioteca se for preciso.
- Sim, Princesa.
- Os Luthors com certeza vão pensar em algum plano, quem sabe não conseguimos descobrir logo de uma vez – O mão do Rei falou recebendo vários comentários de incentivo.
- Acho difícil conseguirmos descobrir algo, até mesmo as amas eles trouxeram juntos – Winn comentou – Ninguém daqui vai conseguir se aproximar o suficiente.
- De qualquer forma, acho melhor avisarmos Argo e Themyscera – O mão falou para Winn que concordou prontamente.
- Mas eles já devem estar vindo para o casamento – Kara falou.
- Sim, mas podemos pedir que alguns homens apertem o passo para aumentarmos ainda mais nossos números.
- Prudência nunca é demais – O Rei falou já se levantando – Nos encontramos aqui amanhã para atualizar a situação. É melhor que não demoremos muito mais agora.
- Sim, vamos agir o mais discretos possíveis e em cinco dias teremos esses odiosos fora daqui – Jor-El falou se levantando também.
Kara foi a última a se levantar e sair, ela precisava falar com Lena e ter certeza de que a morena estava bem, mas não fazia ideia do quanto poderia se aproximar da noiva poderia deixar os Luthors ainda mais possessos, ela estava completamente apavorada de que a família da morena conseguisse as separar.
Foi com esse pensamento que ela adentrou o salão de refeições, estava bem mais barulhento do que de costume. Sem deixar que seu olhar vagasse muito, foi em direção do estrado e se sentou um pouco afastado de seus pais, tentando de toda forma evitar o contato com os monarcas de Luthesa.
Ficou um pouco apreensiva ao notar que haviam muito mais homens da guarda dos Luthors do que os locais no salão, isso era comum porque eles eram liberados para fazerem as refeições com suas famílias, ato que teria que mudar por algum tempo.
Kara tentou se segurar ao máximo para não deixar seu olhar vagar em direção de sua noiva, mas estava apreensiva demais e precisou ver com seus próprios olhos como a morena estava e para a sua surpresa, a mais velha estava mais desinibida do que de costume, estava em uma discussão acalorada com Nia e um outro colega deles, um estrangeiro que Kara só sabia ter um nome bem esquisito.
Foi inevitável não olhar para o Rei Lex, deixou que uma risada escapasse de seus lábios ao ver a cara de poucos amigos que o monarca estava fazendo, sua mãe pelo menos ainda tentava disfarçar.
Voltou a olhar sua noiva e então ela se preocupou com a princesa de Themyscera, ela duvidava que os Luthors fossem ser loucos de mexer com a herdeira de Diana, mas precisava prevenir o mais cedo possível. Então enfiou o restante da comida de seu prato para dentro e foi saindo atrás de uma das poucas pessoas da guarda que ela confiava plenamente e que costumava almoçar no salão.
- Gayle!!
A loira parou e se voltou para trás abrindo um sorriso para a mulher que se aproxima a – Boa tarde Princesa.
- Corta essa. Eu preciso de um favor. Você poderia buscar a Princesa Nia na Universidade e depois a acompanhar o restante da noite? De preferência montar guarda na porta do quarto dela?
- Depende. Isso é uma ordem ou um pedido?
- E isso importa?
- Na verdade não... Eu só estava tentando descontrair – As duas voltaram a andar em direção ao quartel – Hoje estamos muito tensos. Essa quantidade de guardas de Luthesa não é algo que deva passar em branco tão fácil.
- Não mesmo, e se você puder espalhar entre o pessoal da guarda que seria melhor que todos fossem fazer suas refeições no salão...
- Com toda certeza, eu não quero mais ficar sozinha em meio aquele bando de homens horrendos.
- Por favor, se acalme. Eles são extremamente preconceituosos. Provavelmente as Alfas vão ouvir todo tipo de provocações. Não caiam nelas, evitem muitas conversinhas, de preferência não andem sozinhas para nenhum canto.
- Eu vou avisar a quem puder, e eu vou tomar cuidado, prometo... Ainda vou chutar muito a sua bunda branca nos nossos treinamentos.
- Assim espero – Kara deu um soquinho no ombro da outra mulher – Agora me acompanhe, vamos presenciar uma justiça imensa sendo feita agora.
Gayle franziu a testa juntando as sobrancelhas sem entender do que a mais nova estava falando, mas a acompanhou assim mesmo. Entraram no quartel que logo foi ficando cheio. Todos estavam assustados devido aos visitantes.
Depois de um tempo o Rei chegou acompanhado de alguns dos cavaleiros de posto mais elevados, o monarca sorriu e subiu graciosamente em cima de uma das estruturas de treino – Boa tarde a todos. Eu vim aqui por dois motivos, o primeiro foi para pedir que todos aqui se comportem, daqui para frente vamos ter cada vez mais pessoas tanto no castelo, quanto nas vilas. Eu não quero saber de confusão.
Várias pessoas começaram a falar ao mesmo tempo. Zor-El deixou que eles se expressassem por alguns momentos e depois pulou do palanque improvisado – O outro motivo para vir até aqui é porque eu precisava fazer algo, já faz algum tempo, mas as vezes a gente fica protelando. De qualquer forma, Sarah Lance você pode vir até aqui?
A loira estava sentada junto de algumas outras pessoas falando o quanto ela queria encher aqueles forasteiros de pancada quando foi chamada. Ela primeiramente arregalou os olhos achando que tinha sido ouvida, depois olhou em volta sem entender que não estava tomando uma bronca.
- O seu Rei está te chamando Lance... – Mon-El falou de modo divertido arrancando uma revirada de olhos da loira, ela então foi caminhando até o monarca e fez uma reverência exagerada.
- Você poderia vestir seu uniforme de gala?
- Meu... Ahn, agora??
- Sim, por favor.
Sarah olhou em volta e saiu correndo disparada, depois de uns quinze minutos voltou se ajeitando, a gravata estava um pouco torta, mas ela estava completamente vestida. Voltou a ficar frente ao Rei fazendo mais uma reverência. Quando o homem mais velho desembainhou a espada ela só arregalou os olhos sem entender mais nada.
- Ajoelhe-se, Senhora Lance. Pelos poderes em mim investidos – Zor-El colocou a espada de lado no ombro direito da mulher, em seguida em seu ombro esquerdo – Eu te nomeio Sir Sarah Lance e Sargento da Guarda de Krypton – Em seguida ele guardou a espada e pegou uma insígnia nova em seu bolso – Levante-se agora.
Sarah se ergueu com a boca escancarada, ela olhou em volta sem conseguir acreditar que aquilo tudo estava acreditando enquanto o Rei prendia sua insígnia nova – Eu... Obrigada Vossa Majestade, eu prometo nunca desaponta-lo.
- Eu sei que não vai... Agora descansar.
Logo em seguida ele foi saindo, a loira permaneceu no mesmo lugar olhando para o próprio peito, em seguida todos seus companheiros vieram a cumprimentar. Kara ficou mais afastada deixando que todos fossem primeiro.
- Fecha a boca, senão você vai acabar engolindo algum bicho.
- Foi você, não foi?
- Não, a ideia foi do meu pai...
- Sério?? – A mais velha perguntou com os olhos úmidos.
- Sim, eu juro... Mas agora vai se trocar. E pode vir com a sua espada. Você vai ser a minha guarda costas até que o casamento aconteça.
Sarah abriu um sorriso – Por Rao, eu?! Por que?? Não tem mais ninguém com patente?
- Porque as pessoas de patente maior estão defendendo pessoas que não sabem lutar. E agora você tem uma patente, não se esqueça.
- A Ava vai pirar.
- Vai sim, agora vamos Sargento...

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