De Volta A Cabana

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No dia seguinte mal tinha amanhecido e o jovem casal saiu a cavalo em um ritmo bem lento devido a gestação já avançada da mais velha, a loira estava levando uma cesta com alguns alimentos para que elas passassem os próximos dois a três dias na cabana. Demoraram um pouco mais do que o normal devido ao ritmo reduzido.
Assim que chegaram, Kara ficou uns bons minutos apanhando do fogão para o acender enquanto a morena preparou rapidamente uma daquelas tortas, desta vez de maçãs, para aproveitar o forno. Assim que o fogo foi aceso, a loira colocou um belo pernil de javali já pré-assado para comerem mais tarde.
Depois a mais velha se jogou na cama para descansar um pouco enquanto Kara foi dar uma volta na propriedade, ela até mesmo chegou a ressonar, acordando somente ao sentir uma movimentação no colchão – Huuuuuuum.
- Olha só, pra quem disse que não estava nem cansada chegou até a dormir.
- Não sei do que você está falando.
- Ahn, não sabe né? – A loira se jogou na cama puxando a outra para que ficassem deitadas grudadas – Senti sua falta.
- Eu também minha vida.
- Quanto tempo vai demorar o assado?
- Eu não sei, mas deve começar a cheirar quando estiver ficando bom – A morena falou se espreguiçando, então ela ficou em pé – Vamos para a fonte termal? – Nem mesmo esperou que a outra respondesse e retirou seu vestido, saindo logo em seguida somente com sua roupa de baixo.
Kara ficou observando a mais velha se afastando e sorriu antes de se levantar também e seguir a outra, não sem antes pegar dois robes felpudos. Assim que chegou na parte de fora a morena já estava dentro da água de olhos fechados completamente nua.
A mais nova sorriu e então pendurou os robes, recolheu a roupa deixada no chão pela morena e retirou também sua última peça antes de entrar e de sentar ao lado da esposa – Huuuuum! Caramba, eu estava precisando disto.
- Eu também, sonhei com isto enquanto estava em Luthesa – As duas permaneceram em silêncio por um bom tempo, ainda com as cabeças recostadas e os olhos fechados. Até que a mais velha virou o rosto em direção da outra e sorriu, não aguentando a vontade de tocar aquele rosto que tanto amava – Você está bem?
- Perfeitamente.
- Sério? Esse seu cio realmente está sendo bem mais brando.
- Bom, eu não vou negar. Ficar assim tão perto de você, sem te tocar, é um pouco torturante, mas definitivamente eu diria que estou conseguindo me segurar bem.
- Por que você está se segurando?
A loira finalmente abriu os olhos e focou na outra mulher – Eu tenho muito medo de te machucar.
- Você não me machucaria, eu tenho certeza disso.
- Eu não sei se eu gostaria de arriscar.
Lena sorriu ladino e então se sentou no colo da mais nova com uma perna de cada lado – Eu decido então por você – Sussurrou enquanto passava os lábios de leve sobre os lábios alheios, permaneceu neste carinho para ver se conseguia que a outra avançasse, depois lambeu a região também ainda de leve até sugar com força o lábio inferior.
No mesmo instante a loira gemeu levando as mãos até as costas da esposa, ficou passando as unhas levemente enquanto curtia o carinho que ainda recebia em sua boca. Levou a mão até o quadril acima de si e puxou a outra para colar ainda mais seus corpos.
A mais velha sorriu enquanto iniciava uma movimentação, rebolando seu quadril fazendo com que suas intimidades roçassem, enviando uma onda de prazer por todo corpo. Ela jogou a cabeça para trás arfando audivelmente.
Kara sorriu e levou a mão até a bunda da esposa, seu sorriu se ampliou ainda mais – Você está tão gostosa – Falou enquanto apertava a região com um pouco mais de força.
A morena arqueou um sobrancelha e sorriu ladina – Estou? Isso quer dizer que eu não estava antes?
- Você sempre foi, mas isso não impede que eu goste do seu corpo assim.
- Isso é sério? Kara eu estou bem mais... Cheia do que era antes.
- Eu sei! – A loira encarou a outra mulher, era possível ver que ela estava dizendo a verdade – Não pense demais, eu já disse que gostava de como era antes, gosto agora. Não importa como você vai estar. Eu sempre vou te amar e te desejar.
As duas se encararam por mais um tempo até voltarem a juntar seus lábios de uma forma mais afoita. A mais nova aproveitou para trazer sua mão até a intimidade da morena, passando a rodear o clitóris já entumecido. No mesmo instante Lena afastou o rosto ainda de olhos fechados, ela abriu a boca fazendo um grande O, o rosto completamente relaxado – Você gosta assim?
A morena abriu os olhos e sorriu ladino, mordeu o lábio inferior enquanto concordava sem deixar de encarar a esposa.
A mais nova sentiu uma onda de prazer enorme ao ver a expressão de sua amada – Você me enlouquece assim!
- Eu não fiz nada.
- E você lá precisa fazer alguma coisa pra me enlouquecer? – A mais nova falou enquanto deixava um dedo escorregar para dentro da morena.
- Oh! Isso Kah. Por todos os Deuses.
- O que foi, linda?
- Só... Só me faz gozar!
- Pode ter certeza, eu vou fazer você gozar várias vezes estes dias.
A morena passou a mexer o quadril para baixo e para cima cada vez mais rápido. Kara levou a mão que não estava usando até o quadril e fez ela erguer o corpo um pouco, antes que a mais velha pudesse voltar a se movimentar, Kara passou a estocar a intimidade alheia com mais velocidade – Pode deixar, amor. Eu faço o trabalho difícil.
Lena fincou suas unhas no ombro alheio e voltou a fechar os olhos curtindo as sensações, se a mais nova queria fazer toda força por ela, ela que não iria reclamar.
Kara estava se sentindo tão excitada em ter sua Ômega naquela posição, era impossível não se sentir um pouco dominada, mesmo sendo ela a fazer todo o serviço. Acabou liberando um pouco mais dos feromônios amadeirados enquanto foi sugar o seio a sua frente com muita vontade.
Depois de mais alguma instantes a mais velha deu um gemido mais alto enquanto sentia o orgasmo a atingindo, a loira a abraçou puxando para que voltasse a se sentar – Respira devagar...
- Por Rao, acho que minha barriga está muito grande para essas estripulias.
- Você está bem?
- Sim, só um pouco cansada.
- Você quer que eu te carregue até o quarto agora? Podemos descansar um pouco antes do jantar.
- Você pode realmente me carregar até o quarto, mas descansar não é algo que eu esteja querendo fazer neste momento.
- Achei que você estivesse cansada.
- Essa posição me cansou, mas eu tenho certeza que agora você vai ser uma boa menina, me colocar deitadinha na cama e então sugar minha intimidade do jeitinho que você sabe que eu gosto.
No mesmo instante a mais nova ficou em pé e foi saindo, com cuidado, da fonte enquanto carregava a outra mulher ainda na mesma posição, elas acabaram caindo em gargalhadas enquanto tentavam andar e se beijar sem causar nenhum tipo de acidente.
Por fim as duas acabaram ficando tanto tempo na cama que o assado chegou a queimar um pouco, mas elas devoraram bem mais da metade do pernil com um vinho adocicado enquanto a torta estava assando. E depois de mais uma rodada onde se amavam intensamente elas encararam a sobremesa.
Não foi surpresa que assim que caíram na cama para dormir o sono chegasse rapidamente, as duas dormiram a noite inteira abraçadas curtindo ainda mais esse amor enorme entre elas, o filhote se mexeu bastante durante as atividades, mas pareceu se tranquilizar junto de ambas as mães.
Assim que amanheceu, Lena se aconchegou ainda mais nos braços da outra mulher que a abraçava por trás, as mantendo grudadas – Tá frio.
A loira abriu um olho e logo viu a coberta embolada no pé da cama, puxou com o pé mesmo e as cobriu em seguida – Por que você não falou antes?
- Eu fui só sentir agora.
- Tudo bem, já já você fica quentinha. Volta a dormir que está muito cedo.
Rapidamente elas voltaram a cair do sono, mas a loira provavelmente começou a se sentir calorenta durante o sono e então se virou, saindo debaixo da coberta.
Depois de um tempo considerável a mais velha acordou sentindo a falta da esposa, abriu os olhos e se virou procurando pela loira, foi impossível não sorrir enquanto observava a outra dormindo por alguns minutos.
Ela então se levantou e vestiu uma roupa de baixo limpa, mesmo assim sentiu sua pele se arrepiar, resolveu pegar um robe de seda e vestir por cima, fechando-o com um nó apertado. Sentiu o estômago roncar, então olhou mais uma vez para a cama antes de calçar um sapato e sair em direção da cozinha.
Lá, notou que ainda haviam brasas no forno, então colocou um pão sovado dentro para o deixar um pouco mais crocante, enquanto isso foi desfiando o que havia sobrado do pernil. Sentiu sua boca salivar e o estômago roncar mais uma vez, comeu alguns nacos de carne antes de rechear o pão e o cortar em quatro pedaços menores.
Colocou na bandeja juntamente de algumas frutas, ficou observando e pensou que seria muito bom tomar um chá, sorriu ao lembrar da touceira de menta que havia no fundo da casa. Colocou água na chaleira e a aproximou do fogo, em seguida foi saindo da casa para colher a erva.
Porém mal tinha abaixado ao lado de seu objetivo e ela logo sentiu alguém a puxando. Primeiramente achou que fosse Kara, mas para seu desespero sentiu uma lâmina sendo encostada em seu pescoço.
- Nem pense em gritar, ou te mato aqui antes de poder pegar aquela Alfazinha da forma que ela merece.
- Você não me mataria, Spheer. Não teria se arriscado tanto se fosse para acabar comigo assim que me encontrasse.
- Não é o meu plano ideal, mas pra evitar que a Princesinha acorde eu faria esse sacrifício. Então fiquei bem quietinha, pense no seu filhote.
- Como se eu fosse burra o suficiente pra acreditar que você deixaria ele sobreviver.
Spheer deu uma risadinha enquanto esfregava o nariz no pescoço de Lena – Isso tudo vai depender de você... Se for uma boa menina, quem sabe?! – Ele falou enquanto começou a arrastar para a frente da cabana.
Lena estava começando a se desesperar, ela não podia arriscar acordar Kara, aquele homem era louco o suficiente para realmente a matar, mas por outro lado era preferível morrer do que ser levada por ele. Ela nem ao menos podia imaginar as coisas horríveis que poderiam acontecer consigo de agora em diante. Para aumentar ainda mais o desespero da morena o homem assobiou e logo em seguida um cavalo negro veio galopando – ‘Pronto, estava perdida’ – Pensou.
Porém a morena chegou a respirar aliviada ao ouvir uma espada sendo desembainhada ao lado deles. O homem também ouviu e se virou com tudo rosnando em seguida – Como você chegou aqui tão rápido?
Kara sorriu e começou a andar de lado – A marca, gênio... Eu acordei na mesma hora que você assustou a minha esposa – Ela continuou andando até estar entre os outros dois e o cavalo, os impedindo da fuga rápida – A pergunta na verdade é o que você está fazendo aqui?
- Você não vai ficar com ela, eu vou impedir.
- Se você está dizendo... Então porque você não larga ela e depois podemos conversar.
- Você não manda em mim – O homem rosnou mais uma vez – Pode até ser uma Princesa, e uma Alfa aberração, mas eu nunca vou responder a uma mulher.
- Pode ter certeza que eu também não faço a mínima questão de ter qualquer tipo de interação com você. Mas eu sinceramente não vejo como vamos poder resolver esta situação assim como estamos.
Spheer deu um sorriso diabólico e apertou mais a faca na garganta da morena, esse movimento abriu um pequeno rasgo por onde uma gota de sangue desceu. Seu sorriso se abriu ao sentir o cheiro ferroso do sangue. Para provocar ainda mais enfiou o rosto entre os fios revoltosos e inspirou profundamente – Eu vou me divertir muito, mas muito mesmo. Me responda uma coisa, como você conseguiu passar aquele cio junto dela e não a violar de diversas formas?
- Porque eu sou decente, e como vocês ficaram sabendo disso tudo?
- Estávamos caçando, quando eu vi o caixeiro, ele carregava todo orgulhoso a bandeira de Krypton. Até então não sabíamos que ela se casaria com uma aberração, mas isso não diminuía o meu orgulho ferido de ela ter sido dada para outra pessoa. Então eu resolvi descontar minha frustração em alguém.
- O quê...
- Foram dias, primeiro ele apanhou, depois perdeu algumas unhas e dentes, até que por fim acabou contando de vocês duas, na mesma hora eu chamei os monarcas e contei para eles, a Lilian não ficou nada contente com os meus métodos, mas como o Lex ficou inconformado de ter sido enganado, nem ao menos se importou com o cara.
- Onde ele está?
- Já virou comida de peixe há muito tempo.
- Eu sempre soube que você era um covarde.
Ele olhou para a loira como se pudesse a matar somente com um olhar – Eu não sou um covarde.
- Ahn é? E como você chamaria uma pessoa que tortura um homem só porque estava frustrado? Uma pessoa que sequestra uma Ômega acasaladas ao invés de enfrentar o Alfa dela? Não passa nada na minha cabeça que não seja medo e covardia.
Spheer rosnou ainda mais alto, em seguida empurrou Lena de lado e também puxou sua espada da guarda – Eu vou matar você, e ainda vou me aproveitar do seu corpo depois. Pode ter certeza que eu vou sangrar seu filhote como um leitão e carregar sua esposa como troféu até cansar.
Kara olhou por alguns segundos para a morena para ter certeza que ela estava bem, suspirou aliviada ao ver que a mas velha caiu sentada e estava se afastando, como dava, da confusão. Então a loira segurou a espada com as duas mãos voltando a encarar o homem, voltou a andar de lado, ela não queria fazer o primeiro movimento, esperava, na verdade, tirar o general de si e fazer com que ele cometesse algum erro.
- Eu vou amar cortar sua cabeça fora, talvez eu mande para o seu papai. Ou então para o frouxo do Lex... É isso, vou mostrar pra ele como um homem de verdade age.
- Então você não está aqui com o apoio de Luthesa?
- Não, eu estava quase moldando o Lex, evitando que ele fosse um frouxo, mas a vaca da Rainha mãe conseguiu dar um passo que eu não estava prevendo, e ele acabou aceitando perder a Lena, ele morre de medo de você, acredita?
- Ele é sensato, você um idiota.
- Cala a boca, cadela... Ou vou calar por você.
- Eu não acho que você vá fazer isso, não acho que você seja capaz ou que tenha coragem para isso.
- CALA A BOCA!!
- Você está chamando tanto o Lex de frouxo, mas eu acho que isso tudo deve ser inveja dele. Fala a verdade, o Lionel te acolheu, mas nunca cuidou de você, ao invés disso ele preferia o filhote. Mas é óbvio, quem em sã consciência escolheria você?
Spheer deu um grito e partiu para cima da loira. Foi neste instante que Kara começou a sorrir ainda mais, ela parou de andar se posicionando com um pé atrás do outro esperando a pancada que veio segundos depois.
Jack desceu sua espada com tudo em uma tentativa de um corte na clavícula da mais nova que barrou a pancada com a sua própria espada, esta podia até ser um pouco menor, mas era de um material muito melhor do que a do adversário, o que o surpreendeu consideravelmente. Ele arregalou os olhos antes de voltar a atacar.
Kara ia defendendo cada ataque e dando passos para trás. O mais velho era muito mais forte além de estar usando uma meia armadura e ela estar somente com suas roupas de baixo, ela não iria conseguir ganhar dele na força bruta, em contra partida ela era muito mais ágil e estava muito mais leva também, sua ideia era permanecer se defendendo por um tempo enquanto o cansava.
Isso pareceu deixar o homem cada vez mais irritado, ele tentava atacar com ainda mais fúria, em poucos minutos já era possível notar seu rosto coberto de suor e a respiração um pouco mais entrecortada – Quando eu te pegar, vou te deixar irreconhecível, sua cadela.
Kara desviou mais um golpe, mas desta vez deixou a lâmina do mais velho escorregar um pouco mais o que o fez ficar ligeiramente inclinado, então aproveitou para acertar um soco não muito forte na têmpora alheia – Você parece bem bravo. O que foi?? – Ela perguntou enquanto o homem recuava um pouco chacoalhando a cabeça um pouco tonto pelo golpe recebido – Me deixa adivinhar, você está frustradinho porque se achava invencível, em uma hora desta já me imaginava vencida e não comandando essa luta??
- Eu vou mostrar quem vai comandar quem... – Spheer veio mais uma vez com tudo e deu quatro golpes em sequência que foram prontamente defendidos. Se ele tivesse acertado qualquer um deles provavelmente teria sido o fim da Princesa de Krypton, mas ele realmente não imaginava que a Alfa era tão bem treinada como ele. Estes golpes, na verdade serviram para sacramentar a derrota do ex-general.
Depois disso ele foi ficando cada vez mais lento, a loira aproveitou para também que o acertar cada vez que aparava um golpe, hora com a espada e hora com os próprios punhos. Até por fim meter um chute no meio do peito do mais velho.
Jack caiu de costas no chão respirando com muita dificuldade, ele soltou a espada e olhou para a loira que permaneceu parada no mesmo lugar – Vamos lá, termina logo com isso!
- Eu não vou te matar Spheer.
- O quê? Acaba logo com isso – Ele se levantou com muita dificuldade e correu na direção da mais nova. Kara somente esquivou para o lado e ele passou reto, caindo mais uma vez no chão – Você  sabe que se fosse o contrário eu te mataria, e levaria a sua esposa comigo para abusar dela de todas formas possíveis!
Não foi uma pergunta, o que deixou a loira bem revoltada naquele momento – Eu sei, mas diferente de você eu tenho honra, então não vou bater em alguém que está totalmente indefeso – Provocou.
- Sua maldita – Ele tentou se levantar mais uma vez, mas agora com o corpo mais frio todos os cortes sofridos começaram a arder, assim como o sangramento a ser notado – Eu ainda vou matar você por isso.
- Achei que você fosse me matar porque queria abusar da minha esposa, do meu corpo morto e sangrar meu filhote?!
- Por isso também.
A loira deu uma risada sarcástica e então jogou a espada para o lado, abriu os braços olhando para o homem – Vem, estou desarmada... Fica em pé e vem na minha direção, vou te dar uma segunda chance de fazer tudo o que você mais quer fazer, ou então de acabar de uma vez com você.
Com muita dificuldade ele ficou em pé e partiu pela última vez na direção de Kara, última porque mais uma vez ela desviou, ficando com o corpo de lado, mas ao invés de deixar ele passar reto, ela deu um belo soco no flanco esquerdo, causando um possível rompimento de baço.
Jack se inclinou naquela direção, seu corpo começou a pender mais uma vez para o chão. Sem deixá-lo cair ela o puxou pelo cabelo e deu uma chute na intimidade alheia – Essa é pela Lena, que você ousou tocar mais de uma vez – Ainda segurando os fios castanhos deu um joelhada no rosto – Essa é pelo pobre rapaz que sofreu somente por um capricho seu – Imediatamente o sangue começou a desces pelo nariz do homem.
Kara largou seu cabelo para que ele finalmente caísse no chão, ele se virou de lado para tentar de alguma forma se defender, mas ela acertou um chute em seu rosto – E essa, seu merda, é pelo meu filhote, que você disse que mataria a sangue frio – Ela se aproximou pegando o rosto todo ensanguentado e cuspiu nele – A minha aí ser ver você apodrecer na masmorra a base de pão e água, isso se uma infecção não te levar para o inferno antes.
Ela se afastou e ficou olhando de camarote ele desmaiar logo em seguida devido aos ferimentos, a mulher levou a mão até os fios loiros os manchando de vermelho devido ao sangue, estava esgotada também, mas olhou em volta a procura da esposa. A morena estava sentada cerca de 20 metros deles a olhando com os olhos arregalados.
Imediatamente a mais nova saiu de perto do ex-general – Lee, como você está? – Então pensou apavorada – ‘Ela tinha visto tudo, será que estaria com medo de si?’
Lena rapidamente respondeu sua pergunta não verbal se levantando e correndo para seus braços – Kah, por Rao, eu tive tanto medo, mas você deu um jeito nele. Da forma que você disse que faria.
- Sim, mas como você está? Nosso filhote... Eu tive tanto medo quando vi aquele bastardo te agarrando, e quando ele te arremessou para o lado?! Por tudo quanto é mais sagrado, eu o mataria se tivesse acontecido algo com vocês.
- Eu estou bem, foi só um corte que já cicatrizou e uma pancada que provavelmente vai deixar um hematoma.
- Certo, eu preciso que você vá lá pra dentro e se vista, traga um lençol para eu amarrar o Spheer.
- O que você pretende fazer com ele?
- Levar para Krypton e entregar ao Conselho.
A morena pegou o rosto da esposa com as duas mãos e deu um selinho mais demorado – Obrigada por não o matar, não que eu me importe com ele, mas eu não gostaria que você matasse ninguém, pelo menos não nesta situação.
- Eu sei, eu também não gostaria de tomar esse tipo de atitude. Agora vai lá, eu quero que ele esteja completamente preso quando acordar.
Lena foi até o quarto e colocou um vestido simples, saiu logo em seguida levando o lençol, as duas usaram a faca que o homem havia utilizado para subjugar a morena para cortar tiras largas. Depois viraram o carpo desfalecido de bruços e amarraram os dois braços juntos. E depois a perna dobrada para trás. Não havia modo dele conseguir se erguer todo atado desta forma.
- O que você estava fazendo aqui fora?
- Eu tinha saído para pegar menta para um chá, ia levar o café da manhã na cama pra você.
- Sério? Que linda você...
- Sim, eu tinha feito sanduíches com o restante da carne.
- Huuuuuuum, nós podemos comer agora.
- E ele?
- Depois do chute que ele levou? Com certeza irá ficar desmaiado por mais um bom tempo. Estamos seguras da companhia dele por um tempo.
No final Lena fez o chá para as duas e elas tomaram junto do sanduíche e das frutas, comeram em silêncio por um tempo. Até que a Alfa se voltou para sua amada – Eu quero que você pegue seu cavalo e vá até o Castelo.
- Eu não posso te deixar aqui com ele.
- Nós duas não conseguiríamos colocar ele sobre o cavalo então precisamos de mais pessoas para o transportar para casa. Vá direto até o Jeremiah ou a Alex e conte o que aconteceu, então vá ficar com a Samantha, não te quero sozinha. Primeiro o susto, depois a queda e então você vai ter que cavalgar até lá. Tenho medo que isso afete nosso filhote.
- Tudo bem, eu prometo não ir em um galope muito forte.
Kara foi com a morena até o cavalo dela, as duas selaram o palomino e então a mais velha deu um beijo na amada e partiu em seguida.
A princesa selou o seu próprio cavalo e o levou até perto do ex-general, o deixou amarrado em uma árvore, depois foi atrás do cavalo cigano e amarrou os dois cavalos juntos.
Checou o homem que ainda estava completamente desfalecido, então foi até o quarto e se trocou, juntou todos os pertences no baú que tinha trazido e o levou até fora para o atar na cela. Depois foi até a cozinha e juntou os alimentos os colando também na cela do cigano. Então ficou sentada aguardando.
O sol já estava mais alto do que ela gostaria quando finalmente notou quatro cavalos se aproximando, um deles trazia uma pequena carroça – Ótimo, tomara que você sacoleje bastante – Falou olhando para o homem.
Assim como ela esperava estavam vindo Jeremiah, Alex, Mon-El e Sarah. Eram os mais fortes entre os homem de patente da guarda. O mais velho desmontou ao lado de Spheer, ele olhou o corpo por alguns segundos e então se aproximou da princesa – Bom trabalho!
- Você acreditaria se eu dissesse que foi muito mais fácil do que eu esperava?
- Talvez se você não estivesse com o cabelo todo manchado de sangue – Alex se aproximou também, mas diferente do pai ela abraçou a amiga fortemente – Me diga que ele não te machucou.
- Ele nem ao menos me tocou.
Sarah e Mon-El também havia se aproximado e ambos abraçaram a Princesa com semblantes preocupados, a mulher que realmente falou – Jura?
- Caramba, por quão fraca vocês me tomam? Esse sangue é dele. Eu nem ao menos saberia dizer porque levei minhas mãos sujas em direção do meu rosto.
- Nós acreditamos em você, só que estamos em choque – Mon-El falou – Quem poderia dizer que esse infeliz faria isto?
- Nem me fale.
Rapidamente colocaram Spheer na carroça, ele reclamou um pouco, mas ainda assim não acordou. Em seguida os cinco montaram e saíram em disparada.
Alex que era quem estava levando a carroça fez questão de pegar o caminho mais pedregoso, já havia passado da metade do caminho quando o ex-general acordou reclamando muito – Sua Cadela... Vai mais devagar.
A ruiva se virou para trás – Impossível, o Rei nos ordenou que levássemos o prisioneiro o mais rápido possível.
- Eu juro que quando sair daqui eu vou pegar cada um de vocês.
- E como exatamente você pretende fazer isso? – Sarah emparelhou com a carroça – Vai nos sedar primeiro? Por que se você com meia armadura não deu conta da Kara de roupa de baixo, eu não sei não...
- Sua puta...
- Ahn, sua puta, sua puta – A loira mais velha interrompeu o homem que a olhava incrédulo – Você realmente acha que atinge alguém falando assim? Se liga, oh mane! Você vacilou feio em ter vindo em Krypton.
- Não se esqueça que você não está mais em Luthesa, Spheer – Jeremiah falou sem nem ao mesmo se virar para ele.
- Mesmo porque depois do que você fez eu duvido muito que qualquer um vá querer te apoiar – Alex falou mais uma vez – Você está sozinho, então é melhor ficar quietinho.
- Pensa pelo lado bom, nós não vamos dar o mesmo tratamento que você deu ao nosso último conterrâneo que teve o desprazer de pisar no Castelo de Luthesa – Kara falou incitando o ex-general enquanto fazia o mesmo que Jeremiah tinha feito, permanecendo olhando para frente, sem nem ao menos o encarar, o homem se encolheu na carroça. Iria seguir os conselhos e esperar por seu destino.
- Do que você está falando?
- Vocês logo saberão.

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