Mais Que Nunca, Unidas

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A morena fechou os olhos com força ao sentir uma aproximação, ela sabia que era a sua esposa, mas mesmo assim não sabia como agir. Ela se encolheu ao sentir um toque em seu queixo.
- Hey, olha pra mim, meu amor. Por favor, me deixe ver seus olhos, estou com tanta saudades deles.
Lena então os abriu dando de cara com os azuis que tanto amava, porém desta vez estavam acinzentados e as escleras estavam avermelhadas, ela provavelmente tinha chorado muito nos últimos tempos – O-Oi!
- Oi, por Rao, o que aconteceu com você? – Kara virou o rosto da outra mulher para olhar melhor a face avermelhada e inchada, o corte no lábio superior também foi avaliado de perto – Quem te bateu?
A mais velha engoliu em seco, sentia que a loira estava ficando pouco a pouco mais e mais irritada – Vamos embora, por favor.
- Nós vamos, mas eu não posso deixar isso barato. Eu te deixei aqui sem nenhum aranhão, e então me devolvem você desta forma? Lee, eu não...
- Por favor, eu quero ir embora. Estou com tanto medo.
- Nada vai acontecer com você, nunca mais. Você agora é uma cidadã de Krypton e nada vai mudar isso, de forma alguma.
- Não é por mim que eu temo.
- Você sabe que eu conseguiria enfrentar qualquer um deles, até mesmo... – A loira se interrompeu e olhou para cima, seu olhar foi direto para o General de Luthesa, ela começou a rosnar, seus olhos ficando cada vez mais vermelhos.
Mas por sorte o Rei se aproximou da filha e apertou com firmeza seu ombro – Kara, não foi pra isso que nós viemos.
- O Spheer bateu na minha mulher. Eu tenho todo direito de estripar esse desgraçado.
- Minha filha, eu te entendo, mas por favor. Não crie uma situação onde podemos perder o controle, não aqui. Não agora! Estamos tão perto do nosso objetivo – O mais velho deu mais uma apertadinha para confortar sua filhote antes de voltar a falar – Me deixe resolver isso tudo e vamos embora.
A loira olhou para o pai e concordou com a cabeça, arrancando suspiros de alívio dos dois próximos a si. Ela então resolveu que deixaria sua ira de lado e abraçou a esposa de modo firme – Eu estava com tantas saudades de você.
- Eu também – A morena apoiou o rosto do lado esquerdo no ombro da esposa suspirando profundamente os feromônios que ela tinha liberado em seu momento de raiva – Por Rao, como eu precisava de você comigo.
A loira sorriu e começou a passar o nariz lentamente pela face e pescoço da sua amada com tanto carinho, quando chegou próxima na marca a morena se encolheu.
- Não faz isso.
- Me desculpe – Voltou a subir o rosto dando vários selares no queixo, lábios e na face integra – Eu posso te beijar?
- Você deve me beijar – As duas juntaram os lábios em selares demorados, só curtindo a proximidade, até que Kara sugou o lábio inferior alheio intensificando mais o momento, um beijo mais afoito se iniciou.
A mais velha estava sentindo um pouco de dor devido ao tapa, mas ela não podia se importar menos, precisava dessa proximidade, precisava sentir o amor e o carinho que só a loira podia dar.
Mas então a loira se afastou com os olhos arregalados, Lena estava para perguntar o que havia acontecido quando a mais nova abaixou os olhos passando a encarar o abdômen dilatado – Eu senti algo.
- Sim, seu filhote chuta muito.
A loira voltou a encarar a face da outra mulher com a boca aberta, arrancando uma risadinha nasal da mais velha, esta pegou a mão da outra levando até a região que tinha sentido a movimentação – Aqui, sente.
A mais nova sorriu ao sentir a movimentação – Nós vamos ter um filhote.
- Sim. Vamos...
- Por Rao. Isso é real. Você realmente está grávida e nós vamos ter um filhote.
- Sim!
- Eu estava sentindo que você estava passando mal, e em uma conversa com a Eliza ela me disse que era uma gestação. Então estava convencendo meus pais quando chegou uma carta. E finalmente meu pai concordou em vir comigo te buscar.
- Foi minha mãe. Ela acabou de dizer para o Lex que foi ela quem chamou vocês.
- Mas, por quê? Ela finalmente tomou algum tipo de consciência?
- Eu duvido muito. Ela só ficou com medo de vocês descobrirem logo e isso respingasse neles, como se tivessem escondido o herdeiro de Krypton por mais tempo do que deveriam. Mas eu acredito que ela deve ter tido medo de expor o plano pro Lex antes e ele se influenciar negativamente pelo Spheer.
- Não fala nesse maldito.
- Eu pretendo nunca mais falar nele, em nenhum deles na verdade – Lena então olhou para trás, não para sua família em si, mas para o Castelo, então ela sorriu – Vem comigo.
- Onde você está me levando?
- Só vem...
Depois de uma caminhada as duas entraram pela porta lateral da cozinha, a morena sorriu puxando a esposa até Nana, a mais velha deu uma sorriso lateral ao abraçar a princesa morena a mais nova se afastou e sorriu – Eu não podia ir embora mais uma vez sem me despedir. Eu não acho q eu vá voltar desta vez.
- Não volte mesmo, não há nada de bom pra você aqui. Seja feliz com a sua Princesa – A mais velha olhou para Kara – E você cuide de sua família, você tem aqui duas preciosidades.
- Eu sei. Vou cuidar com todo o meu ser. Eu pretendo nunca mais me separar da minha esposa e obrigada por cuidar dela. Saiba que se você quiser viver em um lugar melhor, sempre vai haver um lugar em Krypton para as pessoas que a Lena ama.
- Obrigada por isso – Lena deu um beijo no rosto da amada e voltou a dar a mão para a mais nova a puxando de volta para a frente do Castelo. A Carruagem tinha acabado de chegar e dois homens de Krypton estavam colocando os cavalos nos lugares – Não tem nada que eu possa fazer para evitar ter que ir dentro desse troço?
- Você não vai cavalgando daqui até nossa casa. De jeito nenhum.
- Eu nem acredito que estou indo embora.
A mais nova olhou para cima, seu pai ainda estava discutindo com o outro monarca – Eu ficaria mais tranquila se você entrasse logo de uma vez nesta carruagem. Eu não estou gostando de ver meu pai lá encima sozinho.
- Tá, eu te espero lá dentro, mas por favor não faça nenhuma besteira.
- Eu prometo – Kara ficou vigiando a esposa até ela entrar na carruagem e então subiu a escadaria parando ao lado do Rei.
Zor-El a olhou por alguns instantes antes de voltar a falar com Lex – Eu não acho que vamos chegar em nenhum tipo de acordo agora, possivelmente precisamos sentar e fazer uma reunião decente para ver cada um desses pontos.
- Podemos fazer essa reunião agora, vossa majestade – Lilian falou.
Kara não fazia ideia de quais eram esses pontos, mas ela sabia que uma reunião desse porte demoraria demais e ela queria tirar a esposa deste reino o mais rápido possível. Por outro lado, se Zor-El entrasse no Castelo ela não sairia do seu lado em momento algum – Eu acho que a posição de vocês é favorável demais par a uma reunião deste porte.
- O que você quer dizer com isto?
Ela deu de ombros – Vocês estão em maior número. Meu pai não deveria entrar aí dentro sem uma comitiva.
- Está com medo, princesa? – Lex perguntou de modo debochado.
- Eu não duvido de nada com relação a vocês.
Antes que o Rei Lex pudesse rebater o mais velho pronunciou – Estamos cansados da viagem, e ainda temos uma boa caminhada, não é o momento para decisões tão importantes. Marcamos uma reunião depois do conselho geral das nações do continente.
- Ahn, eu achei que esse conselho pudesse ser cancelado – Lilian falou mais uma vez aparentando um nervosismo que não tinha antes.
- Uma vez convocado, não há como mudar isto.
A loira ficou alternando seu olhar entre o cunhado e a sogra, ela sabia que se seu olhar fosse para em Spheer existia uma grande chance dela fazer algum tipo de loucura. Para a sua sorte o general tinha ficado quieto até então.
- Desta forma, eu acredito que Luthesa está ficando prejudicada. Já que a reunião vai ficar para outro dia, então a princesa deveria ficar em sua casa.
Kara deu um passo a frente, mas quem chegou primeiro em frente ao General de Luthesa foi Zor-El – E qual a importância da sua opinião neste momento mesmo? – O Rei estava vermelho de raiva, chegou a bufar ao ver o outro homem se encolhendo diante de um Alfa tão dominante – Foi o que eu pensei. Mais alguma objeção a eu levar meu herdeiro para o meu reino?
Nenhum dos outros abriu a boca, então o mais velho voltou a falar – Estamos esperando na Carruagem que tragam as coisas da minha nora. Nós falamos novamente no conselho, Rei Lex – Ele simplesmente se virou e começou a descer a escada.
Kara ainda olhou os três acima e deu uma risadinha de escárnio, sua ideia inicial era botar Spheer em seu lugar, mas ela nem ao menos precisava gastar sua saliva após a atitude de seu pai. Então desceu os degraus alcançando Zor-El rapidamente – O que aconteceu?
- Vamos conversar na Carruagem – Os dois foram andando até chegarem no coche, o mais velho bateu na porta e entrou ao ouvir a confirmação, ele sorriu para a morena e se aproximou a puxando para um abraço – Eu fico muito feliz porque finalmente estamos a levando para casa.
- Eu também estou.
Kara se sentou enquanto observava os dois mais velhos conversando em um tom baixo, até sentir sua ansiedade apertando – Por Rao, papai, me diga o que aconteceu.
- É claro – O homem se sentou de frente para a filha sorrindo ao ver a nora ir se sentar ao lado da amada e elas se entre olharem cheias de amor – Bom, primeiramente eu fui lá pedir pela Carruagem. Felizmente sua mãe disse que já estavam providenciando isto, assim como já estavam arrumando suas coisas.
- Menos mal, quanto mais rápido tudo estiver pronto, mais rápido saímos daqui – A mais nova falou.
- Ainda bem que não está chovendo, eu não aguentaria ir pulando como foi a vinda. Fora que a viagem assim vai ser mas rápida.
- Sim, sim... Mas e o que foi tudo aquilo de reunião e acordo?
- Bom, nossos reinos sempre tiveram um acordo comercial, com a União de vocês duas esses acordos se intensificaram e bem... Eles querem intensificar mais ainda. Basicamente serem fornecedores exclusivos de alguns produtos como também exclusividade de compra de vários produtos manufaturados. Juros mais baixos para empréstimos e livre passagem em nosso território.
- Espera, o quê? – Lena perguntou.
- Eles fizeram tudo o que eles fizeram e agora estão tentando nos extorquir? É isso mesmo? – A loira estava completamente indignada – Por qual motivo eles imaginaram que você aceitaria isso?
- Estamos no reino deles, em menor número, carregando a Lena e o filhote de vocês, de alguma forma eu acho que eles esperaram que nos sentissemos ameaçado e pudéssemos aceitar esse acordo.
- Por sorte você colocou eles no lugar, eu sei que eu não deveria dizer algo do tipo, mas estou quase desejando que eles nos ataquem no meio do caminho. Eu adoraria passar minha lâmina na garganta do Spheer.
- Não diga isso nem de brincadeira.
- Eu não estou dizendo isso de brincadeira. É a mais pura verdade.
- Não seja egoísta – O Rei usou um tom dominante – Você realmente gostaria de colocar a vida da Lena e do filhote de vocês em risco só para satisfazer um capricho de se vingar de um bastardo que bateu nela?
- Não é um capricho. Eu estou cansada de toda essa situação, primeiro esses bastardos não conseguem entender que nós estamos felizes e ficam arranjando um plano atrás de outro para nos separar e agora, a cereja do bolo, eu chego aqui e vejo o rosto da minha esposa inchado, seu lábio cortado, como eu posso me sentir? Papai você não faz ideia de como é isso. Eu só queria causar a mesma dor neles.
- Isso é vingança, minha filha. Eu te entendo, como você disse, eu só posso imaginar como você está se sentindo, mas passe por cima disso, você vai ter o seu momento de se vingar mais cedo ou mais tarde.
- Provavelmente muito mais tarde!
- Foque na sua esposa e no seu filhote. De qualquer forma eu quero você fique a viagem toda aqui dentro ou cavalgando bem próximo, ao primeiro sinal de perigo vai pegar a Lena e cavalgar direto para Krypton, você está me entendendo?
- Eu não posso abandonar vocês.
- Sim, você pode. Tanto você quanto esse bebê são o futuro do nosso reino. Eu preciso de vocês a salvo.
- Vocês estão se preocupando atoa – Lena falou desta vez – Nem o Lex seria tão doido de nos atacar. Ele estaria assinando o próprio atestado de óbito.
- E ele lá liga pra isso?
- Muitas pessoas estão apoiando o Lex por obrigação, somente pelo fato dele ser suserano ou então pelos acordos já firmados. Quase ninguém está muito otimista com essa possível guerra, então se ele fizesse uma loucura dessas, quem quisesse poderia muito bem retirar o apoio, afinal de contas ele estaria agindo de uma forma muito suicida.
- Mais uma vez eu não acho que ele se importe muito com isso, seu irmão não me parece muito consciente ou até apreensivo com o futuro.
- Mas minha mãe é, e eu ainda quero acreditar que ele a escute.
Neste instante ouviram uma batida na porta, o mais velho se levantou e saiu em seguida, em instantes voltou a colocar a cabeça dentro – Já trouxeram suas coisas, vão carregar o coche e logo partiremos. Não saiam mais, por favor.
- Eu gostaria de me despedir da minha ama.
- Eu vou pedir para ela vir aqui.
Depois de mais algum tempo mais uma batida pôde ser ouvida e a ama adentrou a carruagem, Kara se levantou e saiu para dar privacidade para as mais velhas se despedirem, suspirou ao sair e ver que os dois Luthors mais velhos e o general ainda estavam no mesmo lugar no topo da escadaria.
Seu olhar foi mais uma vez atraído em direção do carro ao ouvir a porta abrindo, a velha ama fez uma reverência – Princesa, por favor cuide bem da menina Lena e do filhote dela.
- Eu vou cuidar, eles são as pessoas mais importantes para mim.
- Certo, eu preciso me recolher, não deveria nem ter vindo.
- Eu falei com a cozinheira que se ela quiser tem uma vaga em Krypton para ela, o mesmo vale para você também.
- A senhora é muito gentil. Se for da vontade dos Deuses.
- Bom, é a vontade da futura Rainha de Krypton.
A ama sorriu e mais uma vez fez uma reverência antes de se afastar dando a volta no Castelo, provavelmente até a porta de serviço.
Sarah se aproximou trazendo o cavalo baio pelas rédeas – O Rei pediu para que eu ficasse por perto com o Kuhl de prontidão caso tenhamos algum problema.
A mais nova suspirou – Eu não concordo com isso.
- Com o quê?
- Ele quer que eu fuja.
- Eu imagino que não deve ser a melhor escolha para você. Eu também ficaria bem brava se fosse obrigada a fugir. Mas então eu lembro da Ava e da Lauren, para garantir a segurança delas, eu perderia toda a minha dignidade, sem pensar nem uma segunda vez.
- Tá, você tem razão. Eu espero que nada aconteça, eu ficaria devastada se algum de vocês se ferisse.
Sarah deu uma risadinha – Pela primeira vez a Ava disse que eu deveria fazer parte da comitiva. Ela gosta demais da princesa e queria ter toda certeza do mundo que a levaríamos em segurança de volta.
- Vamos fazer isso.
Kara ainda ficou do lado de fora supervisionando o trabalho dos homens que carregavam a bagagem da morena. Entrando novamente na carruagem somente ao ter a confirmação que iria partir muito em breve.
Assim que entrou, encontrou a morena deitada de barriga para cima, ela estava com o braço esquerdo tampando os olhos, a morena achou que a outra estava dormindo então se sentou no banco em frente, mas logo foi surpreendida com os olhos verdes em si e um sorriso um pouco contido.
- Hey, como você está?
Neste instante a Carruagem começou a se mover fazendo com que a morena fizesse uma careta imediata – Nauseada.
- Mas nós mal nos movemos.
- Deve ser o nervoso. Eu não vejo a hora de estar em território seguro.
- Logo estaremos. Eu acho que talvez você tenha razão, seu irmão não vai cometer nenhuma loucura.
Lena sorriu e só concordou com a cabeça – Por que você está tão longe de mim?
- Eu achei que você estava dormindo, imaginei que estivesse cansada.
- Mas eu não estou – A mais velha abriu os braços e fez um biquinho.
- Eu mal caibo deitada nessa banco, imagina nós duas juntas...
- Por favor, eu estou com muita saudade de você.
- Não faz manha.
- Amor!
- Tá bom... – Kara foi até o local onde a esposa estava e foi se deitando ao lado dela tomando todo cuidado do mundo de não colocar seu peso sobre ela, apoiou a cabeça no tórax alheio se deixando relaxar – Eu também senti muito a sua falta.
- Eu sei, eu sentia você tão triste.
- Eu estava desesperada para estar com você. Eu não iria aguentar mais muito tempo.
Lena sorriu e deu um beijo no topo da cabeça da mais nova e foi iniciando um cafune – É um bebê.
- Falando em bebê – A loira passou a mão no abdômen alheio e deu uma risadinha ao sentir uma movimentação sobre as camadas de roupa – Eu nunca vou me cansar disso, mas eu queria sentir mais. Posso erguer as suas roupas?
- E se alguém entrar?
- Ninguém vai entrar. Mesmo se entrasse, qual o problema? Você está usando anáguas.
- Tá bom.
Kara sorriu amplamente e antes de se levantar deu um selinho na esposa e delicadamente ergueu o vestido e a roupa de baixo a deixando somente de anáguas. Imediatamente seu sorriso se ampliou mais ainda ao ver o tamanho que a barriga já estava – Está maior do que eu imaginava – Então começou a passar a mão lentamente.
- Você está me chamando de gorda, Kara Zor-El?
- Deixa de besteira, você está ainda mais maravilhosa do que antes – A loira abaixou o corpo até ficar na altura suficiente para apoiar a cabeça sobre a barriga da outra mantendo a mão espalmada ao lado de seu rosto para aumentar suas chances de sentir qualquer movimento – Nem acredito que isto está acontecendo.
- Nem eu. Hoje pela manhã eu me levantei desesperada para entrar em contato contigo, estava apavorada que meu irmão descobrisse a gestação e fizesse alguma besteira.
- Eu não quero nem imaginar o que poderia ter acontecido. Desde o momento que eu saí de Krypton eu vim pensando que se eu tivesse conseguido te convencer a fugirmos nós poderíamos aparecer agora e mandar o pessoal daqui a merda.
- Meu irmão nunca deixaria barato se nós tivéssemos fugido.
- Você é a minha esposa perante as leis dos homens e dos Deuses e agora está carregando o meu filho. Seu irmão pode fazer o que quiser. Só vai ficar parecendo ainda mais um bebê chorão.
- Eu não sei não...
- Até parece que você não queria passar mais tempo comigo.
- Não fala uma sandice dessas, eu estou explodindo de felicidade em pensar que vamos passar o restante dos nossos dias juntas.
- Você é tão romântica quando quer.
- Oh! – A mais velha levantou o rosto e fez uma expressão ofendida – Eu sou romântica quando eu quero?? Exatamente o que você quer dizer com isso?
- Nada minha vida, eu só estava brincando – A loira então espalmou sua mão mais para baixo – Está mexendo – Ela sorria toda boba – Por Rao, eu estou tão feliz.
- Eu também, já estava perdendo as esperanças de que isso poderia acontecer.
- Não diga uma coisa dessas.
As duas permanecem por vários minutos em um silêncio confortável , até que a mais velha suspirou é voltou a falar em seguida – Tiveram algumas reuniões lá no castelo e eu tive a oportunidade de conversar com a Helena – A loira a olhou com a testa franzida – Helena era minha dama de companhia junto a Sam.
- Ahn sim, a que nunca respondeu nenhuma correspondência depois que casou?
- Foi a sogra dela que deu um sumiço nas cartas, aquela mulher é terrível.
- Por quê? – Lena ficou um tempo em silêncio, então a mais nova levantou o rosto para ver se ela tinha caído no sono ou algo do tipo – O que foi?
- O que eu vou te dizer agora não pode sair daqui de modo algum, a Helena me confidenciou acreditando que eu não contaria a ninguém.
- Você pode confiar em mim.
- O Marquês é um homem que não aprecia tanto assim a anatomia feminina.
- Oh!
- Pois é, imagina o escândalo que seria uma notícia dessas em Luthesa! Nós acreditamos que a Marquesa deve ter evitado que ela se comunicasse com os outros para que ela não contasse isso para ninguém – A morena se ajeitou começando a fazer um carinho na cabeça da esposa – De qualquer forma, por alguns segundos foi impossível não lembrar da minha juventude com a Sam e a Helena, e sonhar que se eu tivesse uma menina poderia reproduzir com nossas filhotes.
- Agora não é mais um sonho assim tão difícil de se realizar. Se for uma menina podemos começar a planejar isso com o Marquês. Se for um menino, bom... Podemos esperar eles mostrarem seus status e pensar em uma união.
- Kara, por Rao, nosso filhote nem nasceu e você já está querendo deixar a criança compromissada?
- Não precisa ser algo certo e muito menos imposto. Só uma ideia. Vamos lá, você iria ficar feliz com isto.
- Sim, eu iria. Não vejo a hora de voltar para casa e conversar com a Sam, trazer a Helena para mais perto seria um sonho.
A mais nova abriu um sorriso gigantesco – É um sonho ouvir você chamando Krypton de casa, eu mal posso acreditar que um pouco mais de um ano atrás eu estava fazendo o caminho contrário indo te buscar. Eu já estava morta de apaixonada e isso me deixava ainda mais apavorada, eu tinha certeza que seria rejeitada.
- Eu tive um pouco de dúvidas no começo, mas foi só te conhecer melhor e então eu soube que nunca conseguiria te rejeitar.
Mais uma vez puderam sentir uma movimentação na barriga da mais velha, a loira então sorriu amplamente – Acho que tem alguém muito feliz por isso – Ela distribuiu vários beijos por todo abdômen e sem tirar a mão dali foi subindo o corpo até estar na mesma altura do rosto da esposa.
E mais uma vez começou a distribuir alguns selares, até por fim capturar o lábio inferior de Lena e o sugar com vontade, o beijo foi ficando mais e mais intenso, elas aproveitaram o momento sozinhas para começar a matar a saudade.
Quando Kara levou sua mão até a cintura alegria e apertou com certa força, a morena não conseguiu segurar um gemido em meio ao beijo que não parava em momento algum. A mais nova começou a sugar o pescoço alheio com mais vontade – Porra, você me enlouquece.
- Você vai me deixar marcada assim.
- Qual o problema?
- Seu pai está a menos de 100 metros de nós, eu não quero que ele saiba o que estamos fazendo.
Kara sorriu antes de lamber de um modo mais afoito a marca, fazendo com que as duas se arrepiassem completamente – Isso quer dizer que eu posso continuar?
- Se você parar, eu te mato.
- Quando estávamos vindo você estava bem mais receosa com relação a isto. O que mudou?
- Muito tempo longe, eu preciso sentir você me tocar.
- Seu desejo é uma ordem.

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