Angústia

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Lena estava praticamente correndo pelos corredores do castelo em direção da área médica, foi com um alívio gigantesco que ao pesar pelas portas grossas, ela ouviu um choro estridente de recém-nascido.
A morena entrou e imediatamente um sorriso brotou em seu rosto ao se deparar com a cena de Alex pegando o filhote no colo de modo desajeitado, sendo acompanhada de perto por Eliza, que sorria toda boba para sua prole.
Sam estava deitada com os olhos fechados, Lena se aproximou passando a mão de leve pelo rosto da amiga – Hey, você está legal?
A puérpera abriu os olhos lentamente – Oi. Eu estou exausta, mas muito aliviada que finalmente acabou.
- Eu imagino, nós estivemos lá fora no começo da noite, mas Eliza mandou todo mundo embora, ela disse que ainda iria demorar, mas eu nunca poderia imaginar que seriam quase 10 horas depois.
- Pois é – Sam fechou os olhos mais uma vez.
Logo em seguida Alex se aproximou junto da médica, a mais velha passou a mão de modo terno pelos cabelos empapados de Sam – Minha querida, você gostaria de tentar amamentar??
- Ela está muito cansada, mamãe.
- Não, eu consigo – A mulher deitada foi se ajeitando como dava tentando se por sentada para poder, finalmente, pegar o filhote no colo – Me dá ela aqui.
- Ela? Então é uma garota??
Alex passou a filha para os braços da outra mãe e permaneceu olhando toda boba a pequena pegar o peito pela primeira vez, a Alfa estava quase chorando de tanta felicidade.
Lena permaneceu próxima observando toda interação da pequena família que tinha acabado de ganhar um novo integrante. A morena sabia que estava um pouco de penetra ali, mas ela não tinha mais muito tempo para permanecer no castelo, então ela estava aproveitando ao máximo cada segundo.
Sam pareceu se lembrar da presença da amiga e então levantou o rosto – É uma garotinha, nossa pequena maravilha.
- Qual será o nome dela?
- Ruby – Alex falou atraindo a atenção da esposa.
- Você tem certeza? Foi só uma ideia.
- Sim, eu tenho. É um belo nome, será uma homenagem maravilhosa para a sua avó.
- Obrigada, meu amor – O casal trocou um beijo casto e permaneceram se encarando enquanto somente os sons de sugadas era ouvidos. A Luthor se mexeu incomodada, talvez fosse melhor voltar outra hora, mas então a outra Ômega se voltou para a amiga – Hey, você gostaria de carregar ela?
- Mas ela ainda está mamando.
- A Ruby vai ter bastante tempo para mamar, mas não vai ter tanto tempo assim para ser carregada por você – A puérpera falou com os olhos cheios de água.
- Certo – Lena deu um passo a frente e pegou a pequena nos braços, a recém-nascida resmungou um pouco, mas logo se aquietou ao ser embalada – Ela é tão linda... Realmente parece a sua avó.
Sam sorriu sem mostrar os dentes, ela engoliu em seco antes de falar – Desde quando eu soube que estava grávida eu decidi que chamaria você para ser a madrinha do meu filhote... Eu...
- Hey, tá tudo bem. Pelo menos eu pude conhecer e pegar ela no colo.
- Não está tudo bem, não está nada bem. Lena...
- Eu sei o quanto você está sofrendo, Sam, mas não temos nada a fazer. Pode ter certeza que eu amaria se pudesse ficar aqui e ser a madrinha da Ruby. Ver nossos filhotes crescendo juntos como foi com nós duas. Mas eu não posso decidir sobre isto.
- Sam – Desta vez foi Alex quem falou – A Lena já está sofrendo bastante, por favor, não adianta insistir, você só vai deixá-la mais triste assim.
Sam então expirou frustrada – Eu sei, mas é difícil. É impossível imaginar que nós nunca mais vamos nos ver.
Lena suspirou profundamente, ela olhou mais uma vez para a recém nascida em seus braços  ficou ninando a pequena por mais alguns minutos e então entregou Ruby nas mãos de Alex. Foi até o leito e abraçou a mulher lá deitada de modo firme – Eu nunca vou me conformar com tudo isto, mas eu não tenho escolhas, não posso simplesmente deixar uma guerra acontecer para que eu possa continuar vivendo aqui. Inocentes morreriam por minha causa, você entende?
- Si-i-im – Sam falou caindo no choro.
- Não fique assim, você precisa ser forte pelo seu filhote, viva uma vida plena e feliz, por mim... Ame muito todos daqui.
- Eu prometo.
Então ela se voltou para a capitã da guarda – Por favor, cuide da Kara, não deixe ela fazer nenhuma besteira, ela tem um caminho a seguir.
- Pode deixar.
Lena sorriu mais uma vez para as outras duas mulheres, e sem dizer mais nada, saiu porta a fora. Seus dias em Krypton estavam chegando ao fim. Ela infelizmente precisaria voltar para sua terra Natal.
A morena subiu até seu quarto, sua vontade era se jogar na cama e chorar até desidratar, mas na verdade foi até os baús e passou a arrumar suas malas. Afinal de contas uma hora ou outra alguém precisava fazer isto. Foi retirada de seus devaneios pela porta se abrindo.
Kara vinha entrando, a loira tentava não agir de modo melancólico, mas ver a esposa sentada de frente para um baú, arrumando seus pertences lá dentro tornava a missão de ser o mais positiva possível bem difícil.
As duas permaneceram se encarando por um tempo até que a mais velha voltou a tarefa sem dar nenhum pio. A loira suspirou profundamente e foi se sentar ao lado da amada – Você poderia ter pedido para uma ama fazer isto.
- Eu sei, mas ninguém parece muito disposto a me ajudar a ir embora.
- Bom, ninguém está feliz com isto.
- Eu fico muito feliz em saber disto. Mas infelizmente eu vou ter que ir, na carta que foi enviada pra Luthesa eu deixei bem claro que só voltaria depois que o filhote de Sam e Alex nascesse, e isto aconteceu agora de pouco, então não temos mais como enrolar por mais muito tempo. Eu realmente não me incomodo de arrumar minhas coisas. A atividade pelo menos me distrai um pouco.
- Precisa de ajuda?
- Você realmente não tem mais nada de importante para fazer?
- Mais importante do que passar algum tempo com você? Não mesmo... – A mais nova sorriu começando a fazer um carinho na coxa da outra.
- Então tá. Você poderia pegar aquelas coisas encima da cama?
Rapidamente as duas se envolveram na arrumação e acabaram perdendo a noção do tempo nesta tarefa, quando a mais nova olhou em direção da janela de assustou – Já está anoitecendo, é por isso que eu estou morrendo de fome.
Lena deu uma risadinha nasal – E quando você não está com fome??
- Isso é bem injusto com a pessoa que te ajudou a tarde toda.
- Obrigada por me ajudar, de verdade – Lena se levantou fechando o último baú. Ela passou a mão lentamente sobre a tampa – É isto, estou pronta para partir.
- Certo, acredito que em dois dias no máximo podemos partir então.
- Você vai comigo?
A Alfa suspirou enquanto ia se sentando na cama – Sim, eu imagino que vai ser realmente sofrido, mas eu faço questão de passar o maior tempo possível com você.
Lena sorriu e se aproximou da esposa, deu um beijo no topo da cabeça da mais nova – Eu amo você.
- Eu também – Kara abraçou a cintura da outra e ficou por vários segundos com o rosto enfiado entre os tecidos.
- Vamos jantar?
- Sim.
As duas então foram caminhando de mãos dadas até o salão.

(=^.^=)

Na manhã do segundo dia a delegação de Krypton, que foi escolhida para levar a princesa de Luthesa de volta para sua terra Natal, saiu do castelo um pouco depois do amanhecer, devido ao uso da carruagem demorariam cerca de dois dias para chegar ao destino.
Lena estava sentada olhando pela janela, ela não queria perder a mesma imagem que teve ao chegar, a vista do castelo antes da última curva onde ele sumiria. A morena teve que engolir em seco para não chorar, estava tentando se fazer de forte.
Na noite passada ela mal conseguiu pregar os olhos, em parte pela tristeza, mas também por estar preocupada com a esposa, Kara chegou a vomitar de tanto chorar. A mais nova também mal dormiu, não foi surpresa alguma ela levantar com uma enxaqueca gigantesca. Mas mesmo assim, ela estava se fazendo de forte, no momento estava cavalgando a frente junto ao marido de sua tia.
A morena suspirou talvez pela milésima vez desde que tinha entrado na carruagem, seria uma longa viagem, por sorte tinha trazido um livro. Começou a ler de onde tinha parado, mas precisou reler o mesmo parágrafo algumas vezes, não estava conseguindo se concentrar, e para piorar a situação a leitura fez com que ela se sentisse enjoada, mal tinha passado um minuto e ela precisou abrir a porta e enfiar a cara para fora para vomitar.
- Perfeito, lá se vai meu café da manhã.
- Está tudo bem, princesa? – Um dos cavaleiros tinha se aproximado ao notar a porta se abrindo.
- Ahn, sim Gayle. Eu só me senti enjoada depois de tentar ler um livro.
- Eu também passo bem mal se tento ler dentro de algum veículo, está melhor? – Ofereceu um cantil para a mais velha – Beba um pouco de água.
Lena primeiramente bochechou e cuspiu e depois tomou uma golada, devolvendo o cantil sorrindo – Obrigada.
Em seguida a morena voltou a se sentar fechando a porta, se deitou em um dos bancos fechando os olhos para evitar a dor de cabeça que estava começando a se formar, ela ouviu a porta se abrir mais uma vez, mas não fez nenhuma tentativa de levantar o rosto para saber quem era.
- Hey, o que aconteceu?
- Eu só fiquei enjoada quando tentei ler um livro, estou bem Kah.
- Eu senti que poderia vomitar, achei que fosse a enxaqueca voltando.
Lena abriu um olho e viu a loira sentada sua frente com um sorriso bobo – Que bom que você melhorou, vai voltar a cavalgar?
- Por enquanto não, pelo menos eu tive uma boa desculpa para vir para cá. Eu gosto demais do meu tio, mas não estava com cabeça para ouvir conselhos de liderança.
- O General Non é um homem brilhante, eu gostei demais de nossas conversas.
- Sim, ele é... – A mais nova ficou olhando a outra enquanto fazia um bico – Eu nunca vi ele se afeiçoar tão rápido com alguém, acho que ele realmente lutaria com o Spheer por você sem nem ao menos pensar duas vezes.
Ela se tornava ainda mais adorável quando fazia isto na visão da morena – Por que você está fazendo esta cara?
- Eu queria chegar mais perto.
- Não seja por isso – Lena se sentou e deu algumas batidinha ao deu lado, assim que a Alfa se sentou, a mais velha se encostou nela se aconchegando ao corpo quente – Bem melhor assim...
Kara deu uma risada nasal iniciando um cafune em seguida, as duas permaneceram por um bom tempo sem dizer nada até que a Ômega deu um gemidinho nasal – Hum, isso tá tão gostoso!
- Não faz isso.
- Isso o que?
- Isso tudo que você acabou de fazer. Caramba, gemer desse jeito tão manhoso e dizer que está gostoso.
- Qual o problema?
- Qual o problema, Lena?? Você de deixa com tesão, é isso.
- Você só pode estar brincando comigo – A morena se afastou um pouco para poder encarar a outra mulher de frente.
- O que você quer que eu faça? Você mexe comigo demais. Olha só – Ela mostrou o braço – Eu fiquei toda arrepiada por sua causa.
- Nós não vamos transar agora se é o que você está sugerindo ... Qualquer um poderia entrar aqui.
- Quem entraria nessa carruagem?
- Seu tio, o Jeremiah, a Gayle...
- Tá bom, tá bom. Já entendi – A loira esticou o rosto dando um cheiro no pescoço alheio – Mais tarde nós podemos? Pode ser nossa última chance.
A mais velha soltou uma risadinha nasal – Sabe quantas vezes você deu essa mesma desculpa nos últimos dias?
- Não é possível que você ficou contando.
- Se você se comportar bem eu posso pensar da gente tentar ver se rola quando estacionarmos de vez no final da tarde.
A loira sorriu apertando ainda mais a mulher entre seus braços – Você está melhor?
- Sim, mas eu não quero nem tentar me mexer. Eu odeio vomitar.
- Nós duas podemos ficar aqui nesta mesma posição até quando você quiser.
- Perfeito.
O restante do dia se mostrou um ótimo dia para viagem, a delegação a avançou bastante apesar de estarem com a carruagem.
Quando resolveram parar, os homens caçaram alguns coelhos e faisões e assaram na fogueira, todos se sentaram em volta do fogo e conversaram para distrair do objetivo tão triste da viagem.
As duas permanecerem por um tempo junto aos outros membros da comitiva, mas depois de um tempo elas deram as mãos e se recolheram para a carruagem onde se amaram como nunca.
Kara estranhou achando a esposa com a libido um pouco mais a flor da pele do que o normal, nada que ela pudesse reclamar, mas com toda certeza era algo de se estranhar, nos últimos dias elas geralmente tem feito o básico, mas esta noite a futura Rainha precisou se jogar no chão inspirando com dificuldade depois da terceira rodada.
A morena aproveitou para se deitar sobre o peito da amada e cair em um sono quase instantâneo.
A Alfa ficou velando o sono da mais velha o quanto ela conseguiu, até acabar dormindo também. Porém depois de poucos horas ela foi acordada com um barulho de trovão assustador.
As duas deram um pulo e acharam por bem cobrir suas nudezes, antes que alguém realmente invadisse a carruagem as pegando daquela forma tão comprometedora.
- E agora mais essa? – A loira falou abrindo a portinha para olhar em volta – Está caindo um dilúvio.
Lena estava bocejando enquanto se ajeitava melhor no banco – Amanhã vai melhorar.
Porém no dia seguinte a chuva não deu nenhum sinal de trégua, na verdade ela caía ainda mais pesada e densa. Eles seguiram viagem, avançando muito menos do que tinha sido previsto. E apesar da pouca velocidade a carruagem chacoalhava muito aumentando e muito as náuseas que a princesa de Luthesa estavam sentindo no dia anterior.
Era a quarta vez que ela abria a porta para poder vomitar mais livremente. Ela não tinha comido nada na última meia hora, mas assim mesmo seu estômago não parava de trabalhar colocando tudo para fora.
Kara estava na frente da comitiva porque alguns batedores saiam para avaliar as condições da estrada então todos estavam alertas para evitar possíveis ataques.
Depois de um tempo um dos rapazes voltou – Senhor. Mais a frente há uma hospedaria, aparentemente eles comportam todos.
Non olhou para Jeremiah ao seu lado – O que você acha?
- Vamos ter que parar e rezar para que o tempo amenize.
- Vamos então – O mais velho atiçou o cavalo, mas então ele se voltou para a sobrinha – Vá ficar com a sua esposa.
- Certo – A loira foi voltando até a carruagem, ela conseguiu ver de longe que a porta estava aberta, então se aproximou.
Lena estava sentada com as costas apoiada no batente com a chuva a molhando por inteira, ela estava de olhos fechados e seu corpo sacolejava.
- Lee, você vai cair. Senta no banco.
- Não, esse ventinho tá me ajudando. Eu estava enjoada demais, amor.
- Eu sei, linda. Mas é perigoso.
- Me deixa cavalgar com você.
- Por Rao... Está chovendo, você vai se molhar toda.
- Eu não me importo, eu só quero ficar grudadinha em você.
- Tá, fica em pé com cuidado – A loira retirou o pé do estribo e esticou a mão para a amada. Logo, ambas as mulheres estavam encima do baio. Kara ainda fechou a porta da carruagem antes de se afastar um pouco.
Eles seguiram viagem até a tal estalagem, alguns quilômetros a frente, onde puderam desmontar e fugir da chuva. Kara ainda estava com a mulher em seus braços, a mais velha estava dormindo profundamente.
- Gayle! Você poderia pegar um vestido em um dos baús? Eu vou ver se existe a possibilidade de conseguirmos um quarto para essa mocinha.
- É claro.
A loira entrou no ambiente e foi direto até o balcão, ali não era mais território de Krypton, então foi perceptível perceberem olhares de desaprovação na direção delas – Boas! Vocês tem um quarto disponível?
- Pra quem?
- Nós duas.
- Eu só tenho quartos pequenos a disposição.
- Tudo bem.
O estalajadeiro foi até uma parte atrás do balcão e voltou rapidamente, ele colocou uma chave encima do balcão e empurrou em direção da loira, mas antes que a mais nova se mexesse ele puxou a chave de volta – Duas moedas de ouro. Adiantadas!
A Alfa concordou colocando as duas moedas as arrastou para frente, mas puxou de volta imitando a ação do homem há pouco – Espero que pelo menos não tenham percevejos no colchão.
- Isso aqui não é uma espelunca qualquer. O antigo Rei passava algum tempo aqui quando caçava por essas bandas.
- O pior é que eu não desacredito – Ela então se virou e foi andando em direção da escada, todos ainda a encaravam, mas isso mudou assim que a porta de entrada se abriu e por ela passaram cinco pessoas com o uniforme da guarda de Krypton. Non vinha a frente – Nós temos 10 cavalos que precisam ser alimentados, alguns homens que permaneceram junto de nossas coisas e mais alguns aqui comigo necessitando de comida e bebida. Nós pagamos o que pedir, então nada de muquiranisse.
O homem atrás do balcão concordou, mas ele deixou seu olhar ir até as duas mulheres que estavam subindo os degraus, uma outra loira estava indo atrás carregando um vestido, ele fechou o semblante – Eu não sei o que vocês vão fazer com a moça e nem me interessa, mas o preço é para duas pessoas, se mais alguém vai se divertir com a desmaiada eu vou querer mais dinheiro ou então participar da festinha...
Para o azar do homem, mesmo Kara já estando quase no andar superior, ela ouviu tudo o que havia sido dito. Ela se virou para tirar satisfação, mas foi impedida por Gayle que a empurrou o restante da escada.
Non olhou para ver qual seria a atitude da sobrinha, ao ver que o problema não seria tão ruim ele se voltou mais uma vez para o estalajadeiro – Por que ao invés de ficar falando besteira você não está providenciando o nosso tratamento real? Pode ficar tranquila a última só vai deixar o vestido e já vai descer, você não vai ficar no prejuízo.
- Se é o que você está dizendo.
E como que para reafirmar que não estava mentindo, A outra loira chegou e se sentou ao lado de Non pegando uma caneca de cerveja e virando um gole. O General deu uma risadinha da cara de poucos amigos da Sargento – O nosso amigo aqui não faz a mínima ideia do perigo que correu com essa brincadeira.
- Não era uma brincadeira. E até parece que neste momento aquela coisinha gostosa está tranquila naquele quarto.
- Ela deve estar, já que está na companhia da esposa, a Princesa Kara de Krypton.
- A-a-a-a princesa Ka-ara?
- Sim, e vamos ver se você entende um pouco sobre as atuais ligações entre os monarcas da região. Você faz alguma ideia de quem seja a coisinha gostosa?
- A Princesa Lena.
- Isso mesmo – Non voltou a tomar um gole generoso da cerveja, ele se voltou para a loira aí seu lado – Lena... Onde mesmo eu ouvi falar este nome?
A mais nova que tinha ficado prestando atenção na conversa sorriu antes de responder – Ela é a herdeira do trono deste Reino.
- É mesmo... Que cabeça a minha – Ele se voltou mais uma vez para o outro homem – O que você estava dizendo mesmo?
- Eu vou providenciar uma tigela de caldo de javali para todos vocês.
- Que maravilha, já consigo até sentir o gosto.
- Vocês vão gostar, General. Vou agora mesmo providenciar para toda a sua comitiva. Com licença.
A loira ficou olhando enquanto o homem se afastava, ela soltou uma risadinha nasal – Olha só, um milagre, até mesmo educação ele aprendeu nos últimos momentos.
- Ele acabou de ofender uma Ômega acasalada bem para a Alfa dela, imagina o desespero ao saber que esta Alfa é a Kara. Capaz dele se ajoelhar na frente da minha sobrinha.
- Se ele tiver juízo não aparece na frente dela de modo algum.

(=^.^=)

Lena acordou e se ergueu com tudo, em uma cama desconhecida, ela olhou em volta sem fazer ideia de onde estava, era um quarto pequeno e escuro, porém havia uma pequena lareira acesa, Kara estava sentada de costas para si, somente com suas roupas de baixo, ela mexia nas brasas incandescentes.
- Kah?
A loira sorriu e se virou sorrindo – Oi, minha linda. Você acordou... Graças a Rao. Você simplesmente desmaiou nos meus braços.
- Onde nos estamos?
- Em uma estalagem. Estava chovendo muito. Precisamos esperar a estiagem para avaliar nossas possibilidades. Talvez precisemos seguir o caminho a cavalo. Você por acaso conhece esse lugar??
- Só de passagem, eu já cheguei a estar aqui com meu pai umas duas ou três vezes durante as caçadas na região. Por quê?
- Eu quase matei o dono.
- O quê??
- Ele disse que tudo bem que nós subíssemos com você e nos aproveitarmos bastante do seu corpo, mas que deixássemos algo pra ele.
Lena arregalou os olhos ficando acanhada com essa frase – Caramba, e quem te segurou?
- A Gayle.
- Ahn, sim... Só ela mesmo pra se meter entre vocês dois depois disso – Lena se levantou e abraçou a esposa por trás – Ainda bem que havia esta pousadinha no caminho.
- Nem fale, eu estava preocupada, você não acordava de modo algum. Acho que você caiu na exaustão depois de passar tão mal.
- Possivelmente, eu quero ficar um bom tempo sem colocar meus pés dentro de uma carruagem.
- Mas e se os planos do meu pai derem mais certo do que nós imaginamos?
- A carruagem volta com as minhas coisas e você traz o Kuhl, nós podemos voltar só as duas, dormirmos embaixo das estrelas, fazemos amor a cada segundo que quiséssemos, tomarmos banho em riachos e nas fortes maravilhosas de Krypton.
- É uma proposta bem tentadora.
Lena se sentou no colo da esposa e enfiou seu rosto na curva do pescoço bronzeado inspirando profundamente o local – Mesmo que se passem anos, eu nunca vou perder as esperanças de voltar para Krypton.
- Eu também. Eu só espero que não demore anos.

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