Minji
Merda de grilos fodidos!
Esse é o primeiro pensamento que eu tenho, assim que eu botei os pés para fora da picape.
— Melhore essa cara!
— Eu queria ficar em casa, você não deixou, agora aguenta... — acrescentei ácida.
— Eu não vou lidar com nossos pais, sozinho!
— Essas malditas velas tinham que acabar?
Meu irmão gêmeo (não idêntico "amém") deu de ombros. A gente continuou descendo o caminho de paralelepípedos até uma casa grande, cheia de lamparinas na varanda. Era um lugar rústico, mas até bonito.
Ali que meus pais bancavam os esotéricos. Eles diziam que era um local para encontrar a "possibilidade de se conectar à natureza". Sinceramente, eu não gostava da natureza e muito menos dos mosquitos que vinham com ela.
Eu estaria muito feliz, vestindo um moletom, debaixo de um lençol quentinho, assistindo "Pretty Little Liars". Mas não, o cuzão do Taehyung, tinha que me arrastar de casa à base de chantagem, por ser o gêmeo mais velho, sendo que só nasceu dois minutos antes.
— Queridos, vocês chegaram!
A mamãe abriu a porta de madeira, usando seu vestido longo e alguns cordões. Ela carregava um grande sorriso, com os seus cabelos escuros presos com um dos "penduricalhos".
Aquela imagem era tão familiar e aquecedora, pelo menos por três minutinhos, até ela vir falando sobre: "Minji você precisa pensar na origem e propósito da sua existência e do Universo, não quer passar uns dias aqui?"...
Eu sempre tinha que fazer malabarismo para negar, sem magoá-la. Mamãe era sensível.
— Oi mãe, aqui estão as velas! — disse meu irmão.
— Muito obrigada, deixe aí no banco, agora fiquem lado a lado, para eu abraçar os dois.
Ela pediu. Eu e Tae, nós olhamos, como se tivéssemos peste bubônica, mas fizemos o que mamãe queria.
— Meus bebês são tão grandes!
Aquilo era tão constrangedor...
Contato físico não era algo que eu gostasse, mas pela Senhora Kim Nabi, dava para suportar. Pelo menos até ouvir a voz do senhor Park Sungjin.
— Abraço coletivo e ninguém me chamou?
Ali eu gemi de frustração, até ele se juntar a nós, nos amassando no seu abraço muito maior. Papai era um sujeito alto, com o jeitão de ursinho carinhoso, que amava contato físico.
— Estou sufocando... — gemi, me esgueirando como uma cobra.
— Olha só essas bochechas!
Papai conseguiu me capturar, antes da minha fuga. Ele pegou as minhas bochechas e apertou. Encarei seu rosto suave, com alguns sinais da idade, mas com o mesmo sorriso caloroso.
— Paaaai... — minha voz soou estranha. Ele sorriu.
— Vocês estão mais magros. Estão se alimentando direito? — ele perguntou.
— Perfeitamente...
Taegyung falou e graças a Deus atraiu a atenção do papai. Ele me soltou para ir agarrar as bochechas dele. Eu massageei as minhas, com uma careta.
— A comida industrial deixa eles com essa aparência...
A mamãe disse, fazendo eu me sentir uma ameba. Olhei para mim mesma usando calças largas, um suéter velho, que eu amava, meus tênis e não achei que estava tão ruim assim.
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Verão cruel ~ Bbangsaz
Fanfiction"Um verão cruel que será para sempre lembrado. Ouvir um 'eu te amo' pode ser assustador?" O penúltimo ano escolar chegou e tudo que Kim Minji desejava era que acabasse o mais rápido possível, melhor ainda, queria poder fechar os olhos e pular para a...