Capítulo 8

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Minji:

Era realmente ridículo como as coisas funcionavam no ensino médio. Até um dia desses eu não era ninguém.

Literalmente nenhuma pessoa, além do Sunoo e da Haerin, se esforçou para falar comigo.

No entanto, como num passe de mágica, agora todos tinham noção da minha existência.

Quando terminei de prender a bicicleta no "estacionamento" eu vi alguns estranhos me dando tchau. Ignorei aquilo porque era bizarro.

Era como se eu tivesse virado uma subcelebridade. Bufei, enquanto guardei a chave do cadeado do meu novo meio de transporte.

Eu não estava falando com o Taehyung, por isso estava sem carona. E para manter meu orgulho só me restava a nossa bicicleta velha.
Não era como se eu gostasse, mas pelo menos, não dependia do meu irmão idiota.

Fiz meu caminho, com a cabeça baixa, aumentando o volume da música em meus fones.

Era mais fácil ignorar o burburinho ao meu redor assim. Então quando cheguei até o armário me preparando para abrir, distraidamente. Eu fui surpreendida por alguém puxando os fios do fone. Me virei rapidamente naquela direção..

— Oh meu Deus! — A exclamação veio acompanhada de um olhar de choque. — O que você fez com o seu uniforme?

A vadia, rainha do baile, poço de
"perfeição", me observava de cima a baixo com total descrença. Também me olhei tentando entender a indignação dela.

— Qual o problema? — Dei de ombros e a encarei. — Só coloquei uma calça moletom, o resto do uniforme está na mochila!

Expliquei. Eu tinha ficado com a blusa ridícula do time de torcida, mas coloquei um casaco, assim como a minha confortável calça moletom.

— Você cometeu um assassinato a moda!
— Ela parecia enojada. — Jesus, eu vou ter um colapso estético...

— O que...
Antes que eu pudesse questionar o "colapso estético" daquela garota, ela me puxou pela alça da mochila, como se eu fosse um cachorrinho.

Eu não tive reação, fiquei muito chocada com isso. Ela me arrastou até o banheiro mais próximo, trancando a porta, quando me empurrou para dentro.

— Tira essa desgraça de roupa, agora! —
A diaba parecia revoltada.

— Não vou tirar a roupa na sua frente.

— Entre na cabine então oras! — Ela bufou como se fosse óbvio. — Só não fica do jeito que está. O que tem na cabeça para destruir a imagem do time andando assim?

O "assim" dela era mais carregado de insultos do que qualquer lista de palavrões que pudesse mencionar.

— Olha aqui. Eu não vou ficar andando de bicicleta na rua com essa roupa...

— Espera.. Bicicleta?

— Sim aquela coisa com duas rodas e um guidão!

— Seu sarcasmo é ridículo! — Ela rolou os olhos.

— Seu ataque de pelanca é ridículo também!

A gente se encarou. Ela cruzou os braços na frente do corpo, na defensiva, enquanto começou a bater o pé impacientemente. Os olhos ganharam aquele ar mais intenso, quando ela os semicer-rou, mantendo o rosto duro como gelo.

Vadia.

Ela não ia me deixar sair sem eu fazer exatamente o que a mesma queria.

— Tá bem, tá bem... Eu vou trocar de roupa.

Verão cruel ~ BbangsazOnde histórias criam vida. Descubra agora