Capítulo 14

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Minji:

Acordar cedo era um dos maiores sacrilégios da humanidade. Quando foi estabelecido que os dias iam começar com a galinha cacarejando, ao primeiro raio de sol, nós vivíamos em um mundo muito diferente, sem tecnologia.

As pessoas dormiam cedo e acordavam bem cedo. Hoje é diferente. Ninguém dorme quando o sol se põe e daí a origem do problema. Esse hábito já devia ter sido mudado, desde que o mundo mudou.

— Você parece que está tendo um pensamento filosófico importante! — Taehyung implicou.

— Não, nada do tipo, só adoraria socar a sua cara por me fazer levantar mais cedo!

— Eu não fiz nada! — Ele exclama estacionando o carro. — Só avisei que os pneus da bicicleta estavam secos e você teria que ir andando se não viesse comigo.

O estacionamento do colégio ainda está um pouco vazio. Exceto pelos carros da galera do time de futebol, eles tinham treino cedo na segunda-feira. Um horror aquilo com certeza.
Eu desencostei a cara da janela do carro.

— Vou começar a pedir carona para a
Haerin!

— Ela mora do outro lado da cidade, fica na contramão.

— Exatamente. Assim eu tenho mais tempo para dormir!

Nós saímos do carro juntos. Tae surge ao meu lado com sinais de um sorriso.

— Ela não vai aceitar de qualquer forma. — Ele diz e coloca o braço sobre os meus ombros. — Devia ter dormido mais ontem, mas você sumiu muito cedo e eu ainda quero saber onde estava!

Olho aquele contato físico, naquele horário da manhã, com nojo, mas não afasto o toque. Mesmo porque estou pensando qual a mentira da vez contar a ao Tae.

Óbvio que não contei para o meu irmão que fui tomar café com a morena mais famosa do colégio, a qual ele era apaixonado.

— Virou uma versão menos bonita da mamãe?

— Só quero saber o que você anda aprontando!

— Não estou aprontando nada. — empurro o braço dele para longe de mim. — Você não tinha que correr para fazer sua inscrição em sei lá o que?

— Atividade extracurricular de física, você devia fazer também, sua nota nessa matéria está péssima.

— Andou olhando meu boletim? —Aponto revoltada.

— Irmão mais velho!

Ele dá de ombros e eu tento um chute, mas o Tae é mais rápido. Quando se afasta de mim está dando um aceno com um sorrisinho no rosto.

Deus... não existe mais privacidade... Eu bufo, me virando, pegando o caminho mais curto até o meu armário, aproveitando que a galera elitista ainda não estava ali lotando aquele corredor que era uma rota rápida para mim.

Eu preciso trocar os meus livros e seguir para uma aula enfadonha de Sociologia avançada. Aquela matéria era o outro sacrilégio da humanidade.

Meu celular vibra, me distraindo. É o Sunoo pela milionésima vez me pedindo desculpas e dizendo para eu não contar a Haerin.

Coitado!

A Haerin ia saber sim do que ele tinha feito comigo, eu ainda fazia questão de contar isso pessoalmente. Eu queria sangue e...

O barulho de passos me distrai, quando olho para trás vejo o Soobin.

— Kim!

Meu nome é chamado, ao mesmo tempo que sou jogada contra o armário. Ele me agarra pela gola camisa e me pega desprevenida ao apertar a minha garganta.

Verão cruel ~ BbangsazOnde histórias criam vida. Descubra agora