Capítulo 22

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Minji:

Três semanas. Não sabia que poderia haver um infinito dentro de tão pouco tempo, mas acho que havia.

— Sorria!

Hanni me olhou, por cima do ombro, sorrindo. Eu apertei o obturador da câmera, o barulho como sempre me deixava animada, mesmo eu sabendo o resultado.

A garota morena, que caminhava na minha frente, usando um vestido floral, sem maquiagem, sorrindo de um jeito tão relaxado, sempre ficava maravilhosa nas minhas fotos.

— Um dia você vai cansar de tirar tantas fotos de mim!

Ela disse, enquanto caminhava na minha direção, eu tirei mais fotos como uma viciada.

Hanni me alcançou, baixando a câmera e eu a coloquei ao lado do corpo. Enquanto ela colocou os braços ao redor dos meus ombros. Seu olhar era doce, feliz e... Encantado. Eu amava o jeito como ela me olhava ultimamente, cada vez mais suave, caloroso e era maravilhoso.

— Jamais vou cansar, você é tão linda, minha visão favorita no mundo!

Eu não achava que a maioria das coisas que a Hanni me fazia sentir iria acabar. Na verdade, elas iam apenas mudando, se intensificando e isso por si só já era bem assustador, mas desesperadamente bom. Eu não queria que acabasse.

— Bebê, quando diz coisas assim, só me deixa mais obcecada por você!

Uma coisa que aprendi, ela adorava me dar apelidos como docinho, bebê e o meu favorito, "golden". Ela dizia que eu parecia brilhar como ouro às vezes, por isso o apelido.

— Que bom, o sentimento é recíproco!

Afirmei sorrindo. Hanni nega, com um aceno. Seu olhar muda e fica mais pesado. Eu adoro o jeito como ela apertava seus olhos, ficando mais selvagem, felino e sexy.

— Você já sabe que não sei administrar o que sinto, posso te sufocar, já disse isso...

Minha adorável e complicada garota. A Hanni falava comigo de uma forma mais aberta, desde o dia fatídico, que chegou em prantos na minha casa.

Eu sabia que ela tinha o apoio da Dani, que foi quem a ajudou por todos aqueles anos, porém tinha percebido que algumas coisas a Hanni compartilhava apenas comigo. E agora, sabendo disso, eu entendia cada uma das suas ações e queria afogar a mãe dela no seu próprio veneno.

A menina, fria, má e por muitas vezes cruel que a Hanni era, foi apenas uma condição imposta pela sua relação com os pais. O pai a abandona e a mãe a trata mais como um "projeto" do que filha. Isso criava buracos na personalidade e na forma de viver de qualquer um.

Eu me perguntava como a Hanni seria se não fosse seus pais malucos.

Naquelas três semanas, eu vi tanta coisa adorável, outras nem tanto, mas pude enxergar ela de verdade.

Hanni era comprometida, responsável, leal e era carinhosa. O que ela nunca teve a oportunidade de ser com alguém, em sua totalidade, parecia que era comigo. Ela parecia deixar de lado suas inseguranças e seus medos, me deixando "entrar" por entre seus muros.

Ela não sorri muito no colégio, mas sempre que estou ao seu lado ganho sorrisos furtivos. Ela acha péssimas as minhas piadas de matemática, mas sempre está disposta a ouvi-las, acabando por rir de mim, mais do que pelas piadas.

Hanni também adora beijos no pescoço, ama abraços sem motivo, gosta de deitar a cabeça no meu ombro, porque segundo ela, aquela parte minha foi feita especialmente para nosso ajuste. Eu acho isso tão adorável e uma verdade.

Verão cruel ~ BbangsazOnde histórias criam vida. Descubra agora