Capítulo 23

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Minji:

Só consegui achar a Hanni meia hora depois. Ela estava dançando com a mamãe e um grupo exótico de caras de cabelos compridos, com barbas rosas.

— Oi, oi! — surgir entre eles. — Preciso roubar essa aqui...

— Ah, não. Dance conosco! — Mamãe me segurou.

— Depois, depois!

Eu digo. Hanni deu uma risada, ela parecia se divertir, enquanto eu a levava. Eu a encarei com os cabelos fora do seu coque, a pele brilhante e corada pelo sol.

Ela estava radiante.

— Você não parece traumatizada! — brinquei.

— Seus pais são muito divertidos e os amigos deles também!

— Os de barba rosa? — Ela riu concordando. — São um grupo ativo que vem de São Francisco!

— Eles me chamaram para um mochilão pelo deserto do Atacama!

— Por favor, diga que não aceitou?

Eu fingi preocupação antes de parar na mesa de bebidas. Hanni abriu aquele sorriso mais doce que só eu via com frequência.

— Eu disse que depois de terminar o colégio eu iria. — Ela se inclinou. — Mas apenas se a minha namorada fosse!

Ai como eu adorava que ela me chamasse assim. Tinha vontade de me sacudir igual a um cachorrinho feliz com o afago do dono.

— Cristo, com você sorrindo, me chamando assim, eu vou a qualquer lugar! — sorri e me inclinei dando um beijo na sua testa. — Agora, vamos te hidratar, você parece com sede!

Olhei para a mesa de bebidas procurando algo seguro. Água de preferência e avistei. Peguei uma garrafa abrindo, entregando a Hanni, que agradeceu me mandando um beijinho. Eu suspirei, inclinando o rosto, achando adorável o simples fato dela beber água.

— Por que está me olhando assim? — Ela perguntou.

— Só estou feliz que você gostou deles...

Apontei para os meus pais que agora dançavam juntos, no meio de uma roda, pulando de mãos dadas como dois adolescentes.

— Ah Minji, eles são maravilhosos, concordo que são excêntricos, mas tão bons.

— Sim, eles são! — eu sorri.

— Você tem muito deles, sabia?

— Não consigo ver isso, talvez, minha ótica por estar perto demais, seja outra.

Encolhi os ombros. Hanni deixou a garrafa de lado, se aproximando, abraçando a minha cintura. Então deu um beijo no meu pescoço, que me desconfigurou inteira.

— Doce como sua mãe e atenciosa como seu pai. — Ela disse e inclinou o rosto para me encarar. — Tirei a sorte grande?

— Com certeza, sou um ótimo partido!

Meu raio de sol...

O jeito manhoso, como a Hanni falou, me fez ter vontade de estar a sós com ela. Eu ergui a mão, tocando a sua bochecha, me deixando desfrutar da maciez da sua pele.

Como eu podia não ter visto essa coisa linda antes?

— Minha meia-noite chuvosa...

O sorriso dela aumentou. Ela fechou os olhos, deitando o rosto na palma da minha mão.

— Lembro a primeira vez que me chamou assim... Foi como se alguém me visse de verdade!

Acho que se os corações explodissem, o meu teria se partido ali em pedaços, mas eu estaria feliz. Eu via a escuridão na Hanni, mas ela era encantadora, tão forte e ao mesmo tempo frágil.

Verão cruel ~ BbangsazOnde histórias criam vida. Descubra agora