capítulo 1

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Luana

Alguns anos depois...

-Aurora e Leonardo, no passeio, bora. -ordenei vendo os dois andando de mãos dadas

Jurei que quando acabasse minha vida de ensino colegial não ia precisar sofrer com o sol quente e essa ladeira dos infernos da Penha. Mas aí, eu tenho uma afilhada e um irmão mais novo para buscar na escola todos os dias.

Aurora: Dinda, tu acredita que o Léo ameaçou o Enzo? -olhei para ela contando sobre o dia dela enquanto meu irmão resmungava mas não soltava o dedo dela

-Novamente isso Léo? tu precisa parar de ser problemático criança. -falei vendo ele olhar torto para Aurora

Léo: Não tava errado. -respondeu marrento

Esse garoto é o clone do senhor Fael, todo cheio de marra e a personalidade encapetada nem preciso dizer quem ele puxou.

Aurora: Tava sim, dinda. -parou indignada -Ele falou que meu pai, tio Fael e o dindo Ret ia bater no Enzo, só porque ele me deu uma frô.

Léo: É Flor, analfabeta. -cortou e ela deu língua

-Leonardo. -repreendi e ele me olhou feio -O Enzo te deu uma florzinha, Aurora?

Aurora: Sim, muito fofo ele, né? -sorriu sapeca e o Léo puxou o rabo de cavalo dela

Léo: Eu vô contar pro tio Vinícius, teu pai vai amar saber disso. -fez bico

O Vinícius sofre com antecedência quando se trata da princesinha dele, além do Ret fazer o terror psicológico com o pobre homem.

Aurora: Não, não pode contar. -fez careta parando novamente no passeio -Tô cansada, dinda.

-Eu também. -falei levantando a mochila de rodinha dela e a mochila do Léo que parecia ter bloco dentro -Vamos comprar uma água ali no bar.

Caminhei com os dois até o barzinho e sentei na cadeira sentindo minha coluna dolorida.

Bem feito Luana, ontem pediu murro na costela e hoje tá reclamando.

Léo: Lulu, sabe o que o Enzo fez também? -cruzou os braços revoltado -Ele beijou a bochecha da Aurora, aí eu falei que ele era vacilão.

-As suas gírias me emociona, mini cópia do senhor Fael. -falei suspirando

Aurora: Tu fala de mim, mas não conta pra dinda Lua que a Melissa também beijou seu rosto. -falou birrenta

Léo: Aurora, tu é uma criança. -apontou o dedo

Aurora: Eu tenho 4 anos e tu tem 5, besta. -tentou morder o dedo dele que sorriu segurando a mão dela novamente

Léo: Eu vô fazer 6 anos, mês que vem.

-Bora para casa, vamo. -virei a cabeça quando escutei o assovio conhecido do meu homem

Observei ele se aproximando se exibindo com aqueles gominhos na barriga e as entradas na cintura.

-Tô esperando tu colocar uma camisa. -falei séria

Ret: Tá suja. -murmurou beijando meu pescoço

Aurora: Ei dindo! -pulou na perna dele que agachou pegando ela no colo

Ret: Fala princesa. -beijou a testa dela -Tu é tão linda que nem parece filha da Lorena e do VT.

-Filipe. -belisquei a barriga dele

Léo: Dindo, tu não acredita o que rolou hoje. -resmungou batendo na perna dele

Ret: Manda o teu papo, mini terrorista. -bagunçou o cabelo dele e colocou Aurora no chão

Léo: O vacilão do Enzo deu uma flor para Aurora. -falou com um tom de desgosto e o Filipe gargalhou puxando o rádio

-Para, mô. -repreendi vendo ele gritar o Vinícius no rádio mandando ele brotar no bar

Demorou nem 15 minutos pro homem aparecer pressionando os olhos ao redor.

VT: Já pode separar, rapazinho. -apontou o dedo pro Léo que ignorou segurando a mão da Aurora -Ô criança abusada.

Aurora: Dindo, seu fofoqueiro. -resmungou batendo o pezinho

Ret: Aquele menor lá, deu flor pra tua cria, abre teus olhos. -bateu nas costas do VT

VT: Foi mermo? -olhou pra Aurora que revirou os olhinhos -Amanhã quem vai te buscar na escola vai ser eu, se prepara Ret. Vamo pegar esse moleque e tacar ovo nele.

-Bem maduros, graças a Deus. -resmunguei

Ret: Fica na tua, anabelle falsificada. -puxou um fio do meu cabelo

Fael: Tô esperando na biqueira, e os marmanjos de fofoca. -virei a cabeça vendo o meu coroa

O tempo não tem controle na aparência desses macho da favela, meu pai não aparenta ter a idade que tem, muito menos meu marido.

Léo: Bença, pai. -correu em sua direção

-Bença, senhor Fael. -falei bebendo minha água

Fael: Deus abençoe. -beijou minha testa e segurou o Léo no colo fazendo careta -Tá pesado tu, né.

Ret: Fica aprontando, depois a coluna entorta, e a osteoporose alerta. -bateu na nuca dele que segurou a arma na cintura

Léo: Pai, acredita que o Enzo aprontou?

Aurora: Leonardo, não quero mais ser sua amiga. -choramingou vindo em minha direção -Dinda, vamo embora.

Segurei ela no colo que se escondeu no meu pescoço.

Não dura 15 minutos essa birra, depois do almoço eles já tão brincando juntos. E tocando o terror psicológico na família.

LIBERTINAGEM - 2° LIVRO (CONCLUÍDA + EM REVISÃO) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora