1. O começo

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...

- Vamos Layla, pare de chorar. - a voz grossa estremeceu a menina -

- Mas isso dói, eu não quero mais! - diz a garotinha chorando sentada no chão -

- Está fazendo birra e isso está me irritando! -

- Papai, por favor, eu não quero mais. -

- Chega! -

Edgar puxa a filha pelo braço enquanto a mesma se debatia implorando para voltar para o quarto.

Ela não queria ir tomar aquele remédio, doía muito, ardia, era ruim. Toda vez ela desmaiava e acordava tonta. Ela não queria mais.

- Por favor papai, eu não quero! - ela berrava pelos corredores -

- Vai tomar o remédio... - ele joga a mesma num cômodo que parecia uma sala de estar - ... ou você vai apanhar até não sentir mais nada, nem mesmo a vacina! -

Edgar tira seu cinto da calça e dobra em dois.

Layla arregala os olhinhos e começa a se afastar do pai se arrastando no chão.

- Não, não não. Eu não quero, eu só não quero, por favor papai, ajuda eu. - a menor chorava em pavor -

Era horrível tomar remédio, mas era pior ainda apanhar por ele. Edgar não média as forças quando se tratava da filha de 6 anos.

- Vou ajudar... você não vai sentir o remédio. - ele sorri cinicamente - E você vai me ajudar a ser um cientista renomado depois disso. Então chega dessas birras Layla.

A primeira chicotada foi desferida nos braços da criança, que berrou em desespero.

E assim se seguiu por minutos. Edgar contava cada batida desferida em voz alta, a garotinha berrava súplicas que todos que passavam no corredor ignoravam. Até a voz dela não ser mais ouvida.

- Ajuda na sala 67, preciso de panos, tem sangue no chão. - Edgar fala no rádio que tinha em sua cintura enquanto limpava o suor da testa nas mãos -

Ele olhava a menina desmaiada no chão, cheia de marcas do cinto, ele não se importava, achava até graça o quão fraca ela era. Umas batidas e ela chorava compulsivamente.

- Senhor! - uma voz foi ouvida na porta -

- Entra, limpa isso do chão. - aponta para o sangue - E vocês... - aponta para os outros guardas - ... levem ela pra sala do soro.

- Sim senhor! - os homens pegam a menina no colo e somem corredor a dentro -

- Quanta dor de cabeça uma criança traz. - ele suspira massageando as têmporas -

Tem sido assim de uns tempos para cá.

Segundo Edgar, Layla estava ficando mimada, tentando escolher o que faria ou não, e aquilo estava o irritando.

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