6. Bolsa

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...

O corpo pequeno fazia um contraste com a cama enorme, parecia uma pequena ervilha em meio aos lençóis.

Layla estava cansada, olhos pesdos de sono mas não conseguia dormir.

Estava agoniada por não lembrar de quase nada de sua vida. Por achar Hektor tão estranho, mas não um estranho ruim, jamais, aquela muralha de músculo era estranhamente bonita.

- Argh, que horror. - falou e se sentou bufando na cama -

Olhou para a parte escura do quarto, tentado enxergar algo, nem que minimamente. Mas era tão escuro, um breu amedrontador.

Encolheu os ombros sem saber o que fazer, queria se lembrar de algo. Nem seu nome tinha total certeza se estava certo, mas esperava que sim.

A chuva já tinha diminuiu sua intensidade, mas os sons das gotas caindo ainda eram ouvidas. Os raios e os trovões estavam vindo em intervalos maiores de tempo do que antes.

As paredes de pedras cinzas em volta eram bonitas, mesmo que não seguissem um padrão exato de desenho, eram aconchegantes.

Cortinas de veludo vermelho estavam dispostas em todas as janelas do quarto, que eram enormes. Todas com uma fresta pequena permitindo uma mínima passagem de luz e a vista da chuva.

Layla bufou e olhou em volta, a lareira apagada, parecendo nunca ter sido acessa. A mesa à frente com uma toalha igualmente de veludo das cortinas, estavam com pó.

Levantou devagar e sentiu uma pontada na cabeça, levou a mão para testa e sentiu um curativo no lugar.

Estranhou e seguiu até um vaso de metal em que via seu reflexo, mesmo que mínimo, seu rosto estava bem machucado.

A sua testa com um enorme curativo, suas bochechas arranhadas e sua boca com um leve corte em baixo.

- Céus... o que aconteceu? - perguntou baixinho a si mesma -

Seu pescoço estava avermelhado e sua cintura com arranhões.

Como isso foi acontecer? Não conseguia lembrar nada, nem um mísero detalhe.

E isso já estava a irritando.

Será que alguém iria procurar por ela? Ela também era uma criatura igual a Hektor? Aquele buraco de luz era algum tipo de resposta a suas perguntas?

Tudo era um grande ponto de interrogação, igual a pequena bolsa branca em que Layla mirou no canto do pé da cama em que estava deitada a um tempo atrás.

Aquela pequena bolsa era a que estava com ela lá floresta.

Andou até perto e puxou pela alça, sentando na ponta da cama, onde seus pés não alcançavam o chão. A cama era grande e alta.

Claro, para caber um demônio daquele porte, igual a Hektor, tinha que ser enorme mesmo.

Revirou os olhos e abriu a bolsa pelo zíper maior.

Tinham exatos cinco frascos pequenos em um compartimento refrigerado, que brilhavam levemente em um roxo claro, quase violeta. E haviam dez agulhas lacradas em plástico em cima desses fracos.

Layla olhava aquilo e um sentimento ruim a tomou, não sabia porque mas aquilo lhe trazia angústia.

Um relógio marcava as horas, minutos e segundos em outro compartimento. Tinha uma data na parte de trás, marcando o dia e o mês.

Não fazia muito sentindo, mas deixou as coisas no lugar para revirar mais os outros bolsos que haviam.

Um do lado, que quando abriu tinha um aparelho, parecia ser um rádio.

- Um comunicador? - franziu o cenho e virou o aparelho -

As pilhas estavam ali, agora só saber quem estava do outro lado da linha, se é que tinha alguém a espera.

Layla apertou o botão lateral do aparelho e uma luzinha vermelha se acendeu na parte da antena.

Um chiado bem baixo foi ouvido, será aquilo estava funcionando?

- Alô? Alguém por aí? Alô? - tentou, quando soltou o botão, o chiado voltou -

- Olá? É a Layla. - tentou novamente -

Mas nada aconteceu, somente o chiado.

Ela desistiu por hora e colocou o rádio do seu lado na cama, continuando a olhar a bolsa.

Havia um bolso menor na parte de trás, onde ficam as costas de quem a coloca, entre as alças.

Layla colocou sua mão ali para abrir o zíper e viu um pequeno papel dobrado, puxou com delicadeza vendo uma letra caprichada endereçado ao seu nome.

Desdobrou o papel curiosa e ansiosa, será que ali teriam respostas para as suas dúvidas? Abriu e se pós a ler.

'Layla Cooper Meyer;
Nascida em 23/08/2005;
Natural de Washington.

001, vacinar a cada 1 semana;
Meio frasco por vez;
Esperar o sinal para colonização.'

- Washington, é só voltar para lá então, deve ser um dos reinos em que Hektor tinha comentado. - diz levemente feliz -

Finalmente achou algo que lhe trazia uma luz.

Ela era de Washington, só ir até lá.

Mas essas vacinas, será que Layla tinha alguma doença? Algo que precisasse dessas vacinas?

E colonização? Será que seu reino natal queria conquistar os outros? E ela sabia disso?

Avisaria a Hektor ou não sobre essa carta?

Mais dúvidas, elas nunca parariam de vir? Isso também era um dúvida.

Bufou e deixou a bolsa fechada novamente e deitou na cama, tentaria descansar antes de procurar o demônio para conversarem.

...

Hektor soltava leves lufadas, estava em um cochilo tranquilo, o som da chuva o ajudava.

Mesmo com o novo acontecimento em sua vida, sabia que teria que ser paciente, coisa que a 'coisinha' lá em cima não era nenhum um pouco.

Mas ele gostava, estranhamente, gostava de tudo em Layla.

...


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