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ouçam Disappear do Eli enquanto leem esse capítulo.

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A princesa apertou as mãos tentando aliviar o próprio nervosismo mesmo que tal ato não funcionasse, conseguia sentir o nervosismo aumentar a cada volta que o artefacto circular feito de borracha grossa dava contra o alfato levando-a para seu destino final. Não saberia dizer se estava mais nervosa pela mentira contada a seus pais por Kara e suas amigas ou se por estar indo visitar um condado com com níveis elevados de pobreza.

Não concordaria em ir se também não tivesse sido enganada por sua noiva e amigas, Kieran só soube de seu verdadeiro destino quando o veículo começou a se distanciar do palácio. Nunca em sua vida havia visitado algum lugar que não beijasse a soberba, nem mesmo deixava o palácio e quando passou a deixar, não havia deixado a parte central da Irlanda onde mostrava a ascenção da economia em seu país.

Ninguém havia preparado-a para enfrentar o que estava por vir, para presenciar o desconhecido e isso a deixava angustiada, pois não conseguia imaginar seu povo vivendo em níveis de pobreza, em desconforto.

— Amor, chegamos. — Kara anunciou tocando gentilmente o joelho da princesa, Lena a olhou neutra antes de descer do veículo seguindo Kara.

Os olhos da princesa arderam ao ver alguns desníveis pela rua, a praça onde estavam não fazia jus ao que costumava ver através da janela de seu carro a caminho da universidade, o centro de seu condado era impecável diferente do condado onde estava. Ainda angustiada observou as pessoas que por ali transitavam, crianças acompanhando seus pais, algumas até mesmo de colo, Lena sentiu outra vez seu coração ser esmagado dentro do peito.

O estado de alguns moradores era nitidamente crítico, muitos encontravam-se acanaveados e Lena só conseguiu imaginar o quão difícil era para eles conseguir um atendimento médico de qualidade. A princesa teve vontade de chorar, pedir perdão a cada um deles por toda dor, sofrimento e dificuldade pela qual passavam, pedir desculpas pelo governo desprezível que estava tomando conta de tudo e diminuindo cada vez mais o poder dos monarcas.

Sentia-se impotente, sentia que era a vilã na vida deles.

Instruídas por Eliza, mãe de Alexandra, as cestas básicas começaram a ser entregues e Lena percebeu que aquilo era algo rotineiro para as meninas, elas ajudavam àqueles que o próprio governo largava as traças. Recordava-se vagamente de Alexandra ter contado sobre alguma instituição independente, algo organizado por sua mãe para ajudar os mais necessitados e que o governo não fazia o mínimo para ajudar ou dar o suporte necessário para instituição fundada por Eliza.

Esteve tão absorta após descobrir que muitos vivem na miséria, que nem mesmo conseguiu concentrar-se em cada palavra dita por Alexandra. O que a princesa não fazia ideia era que muitas das vezes a família Danvers tirava do próprio bolso para completar as cestas, que não era sempre que batiam a meta de alimentos doados, que não era sempre que encontravam alguém disposto a ajudar o próximo.

— Sente-se bem, senhorita? — A princesa desceu o olhar para menina a sua frente

— Sim, princesa. — Luthor viu a menina sorrir docemente, com cuidado se abaixou ficando próxima da altura das duas meninas acompanhadas pela mãe.  — Vocês são lindas, sabiam?

— Obrigada. — Ambas responderam com timidez.

— Você também é muito linda! — A mais nova disse causando um sorriso sincero em Lena. — Parece uma princesa de conto de fadas.

— Obrigada, meu bem. É muito gentil da sua parte.

— Não precisamos ir... Você virá no próximo mês?

Morgana - Karlena / SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora