— Louise, o LEITE!
Largo a vassoura corro para a cozinha, mas é tarde demais. O leite derramou e sujou todo o fogão.
Tiro a panela do fogo, queimando as pontas dos dedos e quase a derrubo quando sinto o calor do aço. A boca apagou devido ao leite, mas desligo para não desperdiçar gás, apesar de que se eu deixasse essa boca ligada, não seria o maior desperdício nessa casa.
Moramos nos fundos da mansão Acorsi e nela vivem o prefeito da cidade e seus três filhos, dois homens e uma mulher, que são casados e moram com seus parceiros também.
Sou filha bastarda, deixada na porta da casa desde bebê. Quem me criou foi a Anna, a cozinheira. E até hoje moramos aqui.
Nunca fui bem tratada por meu pai, muito menos pelos meus irmãos, por isso, evito entrar naquela casa. Evito contato com eles.
Eu queria muito conhecer a minha mãe, mas isso não aconteceu e nem sei se um dia acontecerá.
— Mas é lerda... Deixou o leite derramar mais uma vez, Louise?! — minha mãe, como chamo a Anna, reclama.
— Eu tava varrendo a casa.
— Todo dia é isso. — ela começa a limpar. — Você não faz uma coisa direito.
— Mas ao menos eu tento!
Tento fazer as coisas certas, mas parece que tudo na minha vida se encaminha para dar errado.
As marcas em meu corpo são a prova disso.
Cada tombo, cada queimadura, cada corte...
Talvez eu deva ficar paradinha e tudo dará certo.
— Vou terminar de varrer. — pego minha vassoura e mesmo com os dedos ardendo, volto a varrer.
Nossa casa é pequena, mas sempre foi muito arrumada. A casa do meu pai é uma mansão impecável. Parece um sonho. E a mulher dele adora ver tudo brilhando.
Aquela monstra de silicone.
Alguém bate à porta da casa e atendo curiosa.
O mordomo Edward. Um senhor de 50 anos que ainda atura a família Acorsi. Ele, assim como a mãe Anna, está aqui desde que me lembro. Mãe Anna também está cinquentona e merece descanso, mas o meu pai não é o mais generoso.
— O senhor Acorsi quer falar com você.
Olho para mamãe e ela está de olhos atentos.
O senhor Acorsi raramente me chama.
— O que ele quer? — ela pergunta rispidamente.
Ela sempre age como uma leoa quando o assunto sou eu, mesmo querendo me bater em outros momentos devido a minha falta de habilidade motora.
— Ele quer falar algo importante. Está esperando.
Eu queria dizer não, mas mesmo sendo filha dele, vivo de favor e dizer que não quero vê-lo, seria como assinar a minha carta de desistência da sua obrigação como pai.
— Volto logo, mãe. — saio com Edward e ele logo olha para minhas roupas.
Já é noite e como não pretendia sair, vesti meu melhor trapo, um vestido de malha branco, que já não tem uma boa elasticidade e quando o tirei do varal acabou rasgando no lugar do pregador.
O meu pai não vai reparar.
Estou mais ansiosa para saber o que ele dirá.
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Dominada por um mafioso
Roman d'amourO início da história de amor entre Louise Acorsi e o Chefe da máfia da família Roosevelt, Maximus. Maximus chegou no topo derrubando tudo e os grandes poderosos querem fechar negócio com ele. Sua condição: uma esposa criada para ser mulher de um che...