CAPÍTULO 2

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— Louise, o LEITE!

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— Louise, o LEITE!

Largo a vassoura corro para a cozinha, mas é tarde demais. O leite derramou e sujou todo o fogão.

Tiro a panela do fogo, queimando as pontas dos dedos e quase a derrubo quando sinto o calor do aço. A boca apagou devido ao leite, mas desligo para não desperdiçar gás, apesar de que se eu deixasse essa boca ligada, não seria o maior desperdício nessa casa.

Moramos nos fundos da mansão Acorsi e nela vivem o prefeito da cidade e seus três filhos, dois homens e uma mulher, que são casados e moram com seus parceiros também.

Sou filha bastarda, deixada na porta da casa desde bebê. Quem me criou foi a Anna, a cozinheira. E até hoje moramos aqui.

Nunca fui bem tratada por meu pai, muito menos pelos meus irmãos, por isso, evito entrar naquela casa. Evito contato com eles.

Eu queria muito conhecer a minha mãe, mas isso não aconteceu e nem sei se um dia acontecerá.

— Mas é lerda... Deixou o leite derramar mais uma vez, Louise?! — minha mãe, como chamo a Anna, reclama.

— Eu tava varrendo a casa.

— Todo dia é isso. — ela começa a limpar. — Você não faz uma coisa direito.

— Mas ao menos eu tento!

Tento fazer as coisas certas, mas parece que tudo na minha vida se encaminha para dar errado.

As marcas em meu corpo são a prova disso.

Cada tombo, cada queimadura, cada corte...

Talvez eu deva ficar paradinha e tudo dará certo.

— Vou terminar de varrer. — pego minha vassoura e mesmo com os dedos ardendo, volto a varrer.

Nossa casa é pequena, mas sempre foi muito arrumada. A casa do meu pai é uma mansão impecável. Parece um sonho. E a mulher dele adora ver tudo brilhando.

Aquela monstra de silicone.

Alguém bate à porta da casa e atendo curiosa.

O mordomo Edward. Um senhor de 50 anos que ainda atura a família Acorsi. Ele, assim como a mãe Anna, está aqui desde que me lembro. Mãe Anna também está cinquentona e merece descanso, mas o meu pai não é o mais generoso.

— O senhor Acorsi quer falar com você.

Olho para mamãe e ela está de olhos atentos.

O senhor Acorsi raramente me chama.

— O que ele quer? — ela pergunta rispidamente.

Ela sempre age como uma leoa quando o assunto sou eu, mesmo querendo me bater em outros momentos devido a minha falta de habilidade motora.

— Ele quer falar algo importante. Está esperando.

Eu queria dizer não, mas mesmo sendo filha dele, vivo de favor e dizer que não quero vê-lo, seria como assinar a minha carta de desistência da sua obrigação como pai.

— Volto logo, mãe. — saio com Edward e ele logo olha para minhas roupas.

Já é noite e como não pretendia sair, vesti meu melhor trapo, um vestido de malha branco, que já não tem uma boa elasticidade e quando o tirei do varal acabou rasgando no lugar do pregador.

O meu pai não vai reparar.

Estou mais ansiosa para saber o que ele dirá.


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Dominada por um mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora