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ANOS ATRÁS
Pela última vez.
Kimberly.

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—  Eu fiz merda, eu fiz muita merda! — Caminhei de um lado para o outro na sala do apartamento.

Dois meses, ficamos dois meses em uma praia maravilhosa. Foi tudo maravilhoso, nossos amigos, as gravações, as diversões. Só que acabei me divertindo demais, eu relaxei e deixei que o nosso namoro falso fluísse.

Só que fluiu demais, e agora eu temo que para dentro de mim. Eu sequer consigo encarar os ovos sem por minhas tripas para fora. Minha cabeça gira sem parar e minhas mãos estão trêmulas, Sophie já voltou a sua rotina normal e hoje eu faltei no Big snak Estou sozinha e desesperada.

Porra Augusto, oque fizemos?!

A campainha tocou e Hanna entrou assim que eu abri a porta.

— Certo, agora respira e me diz Oque está acontecendo, eu não consegui entender uma palavra do que você me disse ao telefone. —  Seus olhos estavam arregalados e ela tinha manchas de ketchup na farda.

Me virei para ela.

— Acho que Estou grávida. — Soltei de uma vez.

— OQUEEEEE?

— É, eu não sei direito, ainda não fiz o teste e estou morrendo de medo de ver o resultado.

— Você já fez? — Ela perguntou pálida.

Assenti temerosa.

— Está no banheiro. —  Ela rapidamente procurou pela porta atrás de mim. Hanna avançou né e girou a maçaneta. — Ah, eu tranquei.

Ela se virou.

— E Por que você trancou a porta Kitty?

— Porque eu não posso ver, eu não quero ver o resultado.

— Se você não ver agora, espere para ver daqui a nove meses.

Me joguei no sofá incapaz de me manter em pé.

— Você não está ajudando! — Rebati nervosa.

—  E você também não, onde estão as chaves?

Aprontei para o balcão.

— Certo. — Ela voltou a dizer calmante. — Vou te preparar um chá de camomila, depois vamos abrir essa porta e matar sua dúvida. Tudo bem assim?

Assenti lentamente, mas a verdade é que eu estava com dificuldade até de falar de respirar.  Minha mente martelava várias vezes que eu não podia estar grávida.

Tenho planos.

Sonhos.

Metas e um filho não está incluído nela. Um relacionamento não estava, não depois do que o Paulo me fez. Enquanto Hanna se virava pela cozinha eu me humilhava mentalmente por ser tão burra.

Lista idiota, no fim não me serviu de nada!

Foi fácil gostar do Gus, ridiculamente fácil. Ele me irritava e fazia gracinhas, era gentil, carinhoso. E sabia fingir bem que também gostava de mim no começo, as primeiras semanas foram uma tortura. Nos obrigaram a ficar em um único quarto, faziam planos de casalzinho onde éramos obrigados a mostrar paixão em público. E Gus também era muito bom nisso, eu quase acreditei.

 (Des) sintonizados.Onde histórias criam vida. Descubra agora