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— Como se sente sendo membro de uma das bandas mais aclamadas da América do norte? — Flashes em nossa direção.

— Senhor Choi, houve boatos de que você teria uma filha com a adorável Kimberly, a garota de alguns anos atrás é verdade?

Afastei o microfone do meu rosto.

—  Augusto, Augusto! Podemos fazer uma pequena entrevista?

Prendi a respiração. Ser famoso tem seu preço, uma ida a um parque não é mais o mesmo. Um passeio pelo mercado não é tão mais seguro, há pessoas por toda parte e nunca se sabe quem te adora ou quem te odeia é um risco a ser pago.

— Desculpem, eu estou realmente atrasado. Mas faleremos em breve com a imprensa. — Soei simpático e até acenei para algumas câmeras.

Assim que consegui entrar no prédio sem que microfones acertassem minha cabeça ou perguntas desconfortáveis fossem feitas eu suspirei.

— Você sobreviveu. — James sorriu retirando seus óculos escuros.

Enfiei as mãos no bolso.

— Não sei se por muito tempo. — Murmurei.

— Devia estar acostumado Augusto. — Michael se juntou a nós.

— Não dá pra se acostumar com pessoas enfiando microfones na sua cara, e te chegando com Flashes.

Bryan passou seu braço por meus ombros.

— Tente lembrar que é apenas o trabalho deles. — Ele aconselhou. 

— Não sei como minha mãe gosta disso. — Neguei com a cabeça.

— Alguns nascem com o Dom do público, e alguns nascem como o James e você. — Michael brincou.

Sorri pra ele, eu não costumava a ser assim. O Gus de alguns anos até gostava de atenção. E ficava muito animado com a ideia de aparecer na internet mas com o tempo se tornou um pouco consativo. Boatos desagradáveis, histórias falsas, fotos desconfortáveis. A internet às vezes pode ser um inferno.

Mas apesar disso eu estou feliz, muito feliz. Show de ontem foi ótimo, gosto da sensação do palco. Da energia boa dos meus amigos e dos gritos animados da plateia. 

— Olha só se não são meus meninos de ouro! — Hugo sorriu ao nos ver. — Ótimo show meninos! 

Nos encaramos satisfeitos e sorrindo.

[...]

Kimberly está me evitando, é compreensível depois do que quase fizemos. Ela anda cabisbaixa, e tenho quase certeza de que está se culpando.  Sei que ela não gosta muito da Alexia, mas tenho certeza de que ela não faria isso nem com sua pior inimiga.

— Kimberly? — Ela não parou e continuou subindo as escadas. — Kim!

Ela parou se virando lentamente não me encarou.

— Sim?

— Não esqueça do nosso jantar.

Sua testa Franziu e depois uma expressão compreensível apareceu em seu rosto.

— Ah claro, o Jantar com seus pais. — Concordei e então ela coçou a cabeça. — Certo... Eu... Bem... Eu... Vou pro quarto.

Ela saiu apressada. Prendi o riso com seu embaraço, chegava a ser fofo. Fui atrás de Agenes no quintal brincando no escorrega que eu mandei fazer.

 (Des) sintonizados.Onde histórias criam vida. Descubra agora