(Des) sintonizados.

09

DIAS ATUAIS
Augusto Choi.
Hollywood
às 21:05
☆

🎸

Mais rápido e fundo, os gemidos enchendo o cômodo. A loira sorrindo ao mover sua boca o mais fundo que conseguia, seus cachos grossos acarenciando minha coxa, fitei o teto e Praguejei quando ouvi meu celular tocar.

— Não atende Benzinho. — Sua voz melosa quase me fez revirar os olhos, gostava mais dela quando quieta.

A loira bufou frustrada quando me levantei, sua bunda indo de encontro ao chão enquanto ela limpava os lábios manchados. 

— Oque você quer? — Perguntei impaciente assim que atendi o telefone.

— De mal humor hoje de novo? — Embora o número fosse do Michael foi a voz da Sophie que soou. — Estou ligando para lembrar dos meus votos, por favor Gus apareça.

Algo dentro de mim se agitou, encarei a garrafa de Rum e a virei na boca, soltei um chiado ao sentir a ardência pela garganta.

— Tudo bem Sophie, eu não esqueci. — Uma verdade. — Por que não me mandou mensagem?

Ela riu um pouco, um som doce que combinava com ela.

— Bem, eu mandei mas você não as respondeu. — Afastei o celular percebendo as inúmeras mensagens e chamadas perdidas. 

— Desculpe por isso. — Virei a garrafa mais uma vez.

— Tudo bem, Michael está preocupado com você. — Ela sussurrou. — Volte para casa Gus.

Casa? Eu não sabia oque era isso à muito tempo. Antes mesmo de perder meus avós. Nunca tive uma relação boa com minha família Narcisista. Tudo oque se resumia a mim na verdade era sobre eles. A banda, meu jeito de vestir, onde eu podia ir e até mesmo com quem eu me casaria. Quando eu nem havia completado dezoito e já estava prometido a uma herdeira de outra família rica.

E quando decidi ser eu mesmo as coisas fugiram do controle, as vezes eu agradecia pelo trabalho corrido dos dois. Minha mãe é uma atriz famosa, e quando jovem modelo acho que daí veio toda a sua obsessão pela perfeição. Pela família perfeita, filho perfeito e marido perfeito mas as coisas não saíram como ela queria.

Quando me dei conta Sophie havia desligado a chamada. Encarei a tela do celular acesa me setindo um pouco culpado. Porra, eu não sou assim! Não ignoro as pessoas que se preocupam comigo. Dei uma olhada nas mensagens dos meus amigos e dei sinal de vida, respondi o Hugo nosso produtor que me respondeu vários xingamentos de volta.

"Eu vou matar você seu moleque irresponsável! Quero você no Studio amanhã antes do meio dia, temos um contrato para fechar."

— Mais Que caralho! — Praguejei.

Eu tinha que está em Hollywood amanhã? Senti mãos passearem pelas minhas costas e arquei quando Tissa arranhou.

— Esquece esse celular Benzinho você não quer continuar com nossa brincadeira? — Sua língua quente passeou por minha pele.

Respondi Hugo com uma mensagem positiva e quando saí sem querer apertei no perfil da Ross minha melhor amiga desde da minha infância. Ela tinha um enorme sorriso enquanto sua boca estava suja de glacê dourado e ao seu lado...

Por um momento o ar me faltou, reconheci aquele rosto. Na verdade eu o reconheciria mesmo daqui a dez vidas. Não estava pronto para vê-la nesta foto, seus olhos fechados enquanto ela parecia gargalhar seus cabelos castanhos dourados um pouco mais longos e aquele sorriso, aquele sorriso que fudeo com tudo.

Quando conheci Kimberly não achei que as coisas fossem acabar daquele jeito, do pior jeito possível.  Um ser desprezível e amargo, se eu soubesse no que me tornaria nunca teria proposto aquele maldito acordo.

— Não estou mais no clima. — Engoli em seco enquanto vestia minha roupa. Eu já podia sentir a raiva me consumir, apertei meus dentes tão forte que senti meu maxilar doer.

Porra, porra de lembranças idiotas!

— Mas...

— Se não for sair , saio eu. — Respondi impaciente. Vi a garota murchar no canto da cama. — Anda porra, me deixa sozinho!  

Catando suas roupas ela saiu irritada.

— Você é mesmo um babaca Augusto! — Ela fechou a porta tão forte que fez os copos tremerem.

Eu gargalhei, porque esse foi o xingamento mais leve em três dias. E depois eu chutei a porcaria da cadeira e lancei as garrafas no chão. E a cada som de estilhaço minha raiva ia aumentando.

Oque ela faz aqui?

Por que voltou agora depois de tanto tempo?

Desgraçada , desgraçada, desgraçada!

Eu confiei meu amor aquela mulher, porra como eu confiei! Eu, Augusto, que prometi que nunca daria meu coração a garota nenhuma tive o meu despedaçado por Kimberly Cast e foi a pior dor já sentida. Quando terminei meu peito subia e descia, meu rosto quente feito brasa e meus punhos cerrados.

Eu tornaria sua vida um inferno como ela fez com minha, mas nunca tive a oportunidade. Soltei um riso baixo. Oque eu faço com essa que surgiu? Batidas na porta foram ouvidas seguida de um quase arrombamento.

— Senhor Choi, está tudo bem aqui? — Pelas vestes julguei ser fucionaria do hotel, seu rosto empalideceu com a bagunça feita.

Me aproximei da garota de olhos assustados e abri a carteira em cima da cômoda.

— Desculpe pela bagunça, isso paga?

Ela me fitou, observou meu peito tatuado e descoberto e por fim as notas em sua frente.

— Bem, sim senhor. — Seu rosto vermelho quase me arrancou um grunhido em desaprovação. Sua aliança  entregava seu compromisso.

Segurei seu queixo entre meus dedos.

— Não conte a ninguém oque viu, huh? — Rocei meus lábios em sua bochecha brevemente.

Quando me afastei ela assentiu consertando a postura. Oque eu menos preciso no momento é de uma manchete com o nome; Cria de Hollywood é visto destruindo quarto em hotel cinco estrelas. Hugo me esfolaria vivo.  Quando a funcionária saiu levando as notas altas em seu terninho juntei minhas coisas e saí de lá.

Por algum motivo me senti ansioso para voltar. Embora meu corpo atrás do volante estivesse tenso logo Bambi e eu fomos sem pressa pra casa. Até o céu parecia estar com o mesmo humor que o meus, as gotas grossas da chuva batiam contra meu capô enquanto alguns raios se acendia pelo seu noturno.

Continue...

Pode dormir tranquilo, quando você acordar vai ter surpresa.