Capítulo 13: Movimentação

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Acho que já fazia uns 15 minutos que eu e Max estávamos na sala, em um silêncio um tanto desconfortável, ainda digerindo o fato de que, obviamente, iríamos nos envolver em uma nova guerra contra os humanos pelo domínio de Pandora.

Por quê tanta insistência em um único satélite natural? Eles tem o universo inteiro pra explorar!

-- Precisamos avisar o Jake. -- foi tudo que consegui falar.

Na verdade, é a única coisa adequada que consegui pensar em fazer. Nossa, a Neytiri vai surta, para dizer o mínimo!

-- Sim. -- ele concordou, ainda pensativo. -- Acho melhor evacuarmos. Eles provavelmente vão vir aqui.

-- Evacuar agora? E para onde vamos?

-- Eu não sei, mas não podemos ficar aqui. -- ele voltou para o computador.

Realmente, ficar aqui é quase a mesma coisa que colocar uma mira na cabeça, vai ser um dos primeiros lugares que vão procurar. Mas onde poderíamos ir? Precisa ser um lugar grande e seguro, pois vamos levar as câmaras de conexão... acho que tive uma ideia.

-- Que tal as Montanhas Aleluia? -- sugeri. -- Os equipamentos não funcionam muito bem lá, ou seja, não tem como nos rastrearem e também não podem ficar nos procurando por muito tempo, os Ikran não iam deixar.

-- Isso é... uma ótima ideia, na verdade. -- ele ia negar? Quanta confiança, hein. -- Mas vamos precisar da ajuda dos Omaticaya.

-- Eu falo com o Jake. Mas, agora, seria bom nos prepararmos para ir. -- e eu precisava ver uma coisa. -- Acordamos os outros ou esperamos até o amanhecer?

-- Acho que não temos tempo o suficiente 'pra ficar esperando.

Infelizmente isso é verdade, eles já estão visíveis no céu, eles vão chegar amanhã ou até mesmo hoje antes do sol aparecer. Não podemos perder tempo, caso contrário, as consequências serão mortais.

-- Você acorda os outros, eu preciso ver uma coisa. -- avisei, saindo da sala antes que ele pudesse me perguntar alguma coisa.

Sai correndo da sala, indo para a área dos dormitórios, mas parei assim que vi Kevin saindo do seu dormitório de fininho, com uma bolsa nas costas e um tablet na mão, mas, assim como eu, ele também parou ao me ver; estávamos imóveis encarando um ao outro, esperando para ver quem ia reagir primeiro. Quando pisquei, ele correu na direção oposta a mim e eu logo fui atrás, aproveitando para acordar todos aos gritos enquanto passava pelo corredor dos quartos.

-- ACORDEM! ESTAMOS COM PROBLEMAS! -- gritei, já saindo do dormitório, mas consegui ouvir algumas portas se abrindo.

Não quantas curvas e corredores nós passamos, estava até chocada em ele conseguir fugir com peso extra, mas, em algum momento, nós entramos no hangar e, sem curvas para me desacelerar, consegui finalmente alcançá-lo e me joguei nele, derrubando-nos no chão, mas eu me recuperei primeiro, me apoiando em seu peito e tentei lhe dar um soco, acertando o chão quando ele desviou e me chutou, jogando-me um pouco longe; foi a primeira vez que agradeci em não poder sentir dor com esse corpo. Antes que ele ao menos pudesse se levantar direito, eu me joguei em cima dele de novo e voltamos a rolar no chão, trocando alguns socos e tapas enquanto ele tentava me afastar, ele provavelmente estava desesperado para sair daqui por um motivo muito preocupante, mas, dessa vez, eu não o soltei por nada e até cheguei derrubá-lo com a própria bolsa que ele insistia em segurar, segurando a nuca dele para manter seu rosto contra o chão e ameaçando quebrar seu braço esquerdo, imobilizando-o.

-- O que você fez? -- questionei, apesar de já ter noção da resposta.

-- Eu não te devo satisfação, aberração! -- torci mais o seu braço, fazendo-o ranger os dentes pela dor. -- Vai pro inferno!

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