Running - Ohmleng

Capítulo 6 - Um Grande Dia (Part-1)

🏍️

Finalmente o grande dia havia chegado.

Hoje serei oficialmente apresentado ao mundo como o mais novo contratado da GMM-TV.

Fazer parte de uma produtora com o alcance da GMM é uma grande responsabilidade. E também é uma oportunidade única, com a qual poucos podem contar. Por isso sou grato por ter chegado até aqui.

Sei que é só o começo, e que terei que me esforçar para não decepcionar quem acreditou em mim.

O P'Tha, e o P'Noom que confiaram em mim, e me escolheram. Mas, acima de qualquer um, o Ohm.

Ele não só confiou em mim, como também apostou em nós, colocando em risco sua carreira.

Afinal, ele aceitou trabalhar ao lado de um artista iniciante, praticamente sem experiência, e que ele nem chegou a ver em cena.

Poucos fariam algo tão arriscado.

É por isso que eu jamais serei capaz de agradecer o suficiente, por todo apoio que ele tem me dado desde que nos reencontramos.

Eu não posso decepciona-lo.

Não posso.

Não posso.

Não posso.

As minhas mãos tremem de forma incontrolável.

Tenho medo de não conseguir me manter firme, e acabar desmaiando no meio do palco.

Seria uma bela primeira impressão. Eu definitivamente seria a fofoca da noite.

Bem, eu vou acabar sendo assunto de um jeito ou de outro.

Um cara inexperiente pegando o papel principal ao lado de um dos mais populares da indústria.

No mínimo, vão suspeitar que eu subornei alguém. Ou ameacei de morte, ou tenho conhecimento de um grande segredo. Enfim, são muitas opções disponíveis, e as pessoas certamente terão o que falar.

Respiro fundo, e tento focalizar nas coisas ao meu redor.

Estou em um dos camarins.

Sozinho.

Não sei porquê.

Será que eles não me acham confiável o bastante para sair por aí e socializar um pouco?

Não que eu esteja reclamando. Não sei se eu seria capaz de sociabilizar.

Que droga.

Eu não consigo nem controlar o fluxo dos meus pensamentos. Se caso eu tivesse que conversar com alguém, provavelmente sairia falando um monte de bobagens.

Isso sempre acontece comigo. Fico nervoso e saio falando desenfreadamente, incapaz de filtrar, ou ponderar minhas falas.

É uma droga.

Suspiro.

Abro os olhos, desistindo do exercício de focalização.

Observo o local em que estou.

Uma sala com pouco espaço, mas com uma boa iluminação. O lugar tem apenas dois sofás pequenos, uma mesa com garrafinhas de água, algumas frutas e barrinhas de cereais. E claro, o camarim.

Dois maquiadores, e três cabeleireiros estiveram aqui antes, fizeram seu trabalho e me deixaram sozinho e no mais completo silêncio.

Hora e outra ouço passos e conversas do lado de fora, mas não me atrevo a sair.

Melhor ficar aqui surtando sozinho do que cometer alguma gafe na frente das outras pessoas.

Observo a minhas mãos que não param de tremer. Minha perna direita também não para quieta. Meu coração parece capaz de sair pela boca a qualquer segundo. E o meu estômago está embrulhado.