Running - Ohmleng

Capítulo 14 - Você Quebra Tudo Que Toca

                  🏍️AVISO🏍️

Este capítulo terá mais de dois  períodos intercalados entre os personagens. Espero que não fique muito confuso.

Segundo aviso: neste capítulo farei menção a crise de ansiedade e pressão psicológica; se caso se sentir desconfortável, por favor, pule para o período seguinte.

Boa leitura.

🏍️

É estranho como a vida tende a ter um ponto de equilíbrio.

As vezes muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e, em outras, nada acontece.

A verdade é que tudo é transitório, e nada dura para sempre.

Hoje acredito que estou em algum ponto no meio. Sem extremos.

Tudo tem corrido na mais perfeita ordem: Gravações, treinos, eventos, mais treinos.

O único ponto alto do meu dia é estar com o Leng.

"O Leng..."

A nossa relação evoluiu de uma forma inexplicável; e eu confesso que as vezes isso me assusta um pouco.

Principalmente se levarmos em consideração o que aconteceu entre a gente no dia da corrida.

Ainda não tivemos oportunidade de falar sobre o assunto, ou talvez apenas precisamos de um tempo para tentar digerir e entender como deixamos algo assim acontecer.

Não que eu esteja arrependido ou algo assim. Sendo bem sincero, sempre que estamos juntos sinto vontade de fazer de novo, e de novo, e de novo, até me sentir saciado e, quem sabe assim, parar de ter todas essas reações exacerbadas sempre que ele me toca.

Suspiro.

"Seria mais fácil se ele não fosse tão... ele."- penso.

Quero acreditar que o que sinto por ele não passa de admiração.

Embora não seja normal uma pessoa que sente apenas admiração pela outra, sentir o que sinto sempre que o Leng está por perto.

É sempre o mesmo processo: pensar nele antes de dormir e, ao acordar, ir correndo verificar o celular para saber se ele ligou ou deixou uma mensagem. E então me pego pensando nele nos momentos mais aleatórios do meu dia. E quando nos encontramos não consigo tirar as minhas mãos dele e, muito menos, parar de admirar sua beleza.

Tudo nele me deixa encantado.

Desde o seu sorriso até as suas pintinhas. O modo gentil e doce como ele age; a forma determinada e ousada como ele reage as minhas provocações; o jeito elegante com que se move, e até mesmo a maneira como ele assume uma personalidade desastrada sempre que fica nervoso ou tímido.

Tudo nele é perfeito.

Suspiro outra vez.

"Merda."

Isso não pode ser só admiração.

Não quando eu quero cobrir ele de beijos; não quando sinto vontade de toma-lo em meus braços e proteger de todo o mal do mundo.

"Merda."

"O que está acontecendo comigo?!" - penso.

Quero beijar ele, tocar nele, e dividir a minha vida com ele.

"Como isso pode ser apenas admiração?"

E ainda tem o ciúmes...

Sim, ciúmes.

Lembro que durante o evento da Emsphere fiquei morrendo de ciúmes da aproximação dele com o Dunk. Eu me senti tão incomodado que fiquei insuportavelmente pegajoso, ao ponto de sentir vergonha de mim mesmo quando finalmente percebi que estava agindo feito um maluco.