Running - Ohmleng

Capítulo 8 - O Que o Destino Me Trouxe.

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Eu usava graxa branca para lubrificar a corrente de Toothless (minha moto), enquanto tentava me preparar psicologicamente para o que estava por vir.

O Leng e eu fomos chamados às pressas pela equipe de relações-públicas da empresa.

Ontem a noite depois que deixei o Leng em casa, recebi uma ligação; não da empresa, essa ligou hoje de manhã bem cedo. O que foi uma droga, porque fui dormir às cinco da manhã de hoje.

Enfim, quem me ligou ontem foi o próprio Leng. Ele não estava conseguindo dormir, porquê, segundo ele, seu cérebro não parava de repassar tudo que havia acontecido.

Eu, no entanto, só queria dormir e descansar. A minha cabeça latejava, e os meus olhos ardiam, mas não tive coragem de deixar ele lutando sozinho contra seu excesso de energia.

Ficamos conversando amenidades até cairmos no sono. Ou seja, passamos a noite em claro e acordamos duas horas depois, com uma chamada urgente da empresa.

Maravilha.

Nunca amaldiçoei tanto uma pessoa, como fiz com o Leng.

Mas quem estou querendo enganar? Eu realmente quis passar horas conversando com ele.

Eu aproveitei cada segundo da nossa ligação. E, contra todas as possibilidades, o Leng acabou adormecendo antes de mim.

Sabem o que fiz depois disso? Perdi quase trinta minutos da minha vida, observando ele dormir.

Se estou arrependido? Definitivamente não.

Eu faria tudo de novo.

O Leng é lindo.

E eu com certeza sacrificaria um dia inteiro apenas para apreciar sua beleza.

Balanço a cabeça na tentativa de manter esses pensamentos longe da minha mente.

O assunto principal aqui é o provável festival de merda que nos espera no RP da GMM.

Não faço a mínima ideia do que eles querem, mas coisa boa não é.

O meu maior palpite é que seja algo relacionado ao anúncio de Kidnap, e a forma como o público reagiu ao Leng.

Enfim, uma merda estressante, certeza.

Aliás, esse foi um dos motivos que me levou a passar a noite conversando com o Leng. Eu não queria que ele desse asas para a sua curiosidade, e passasse a noite toda lendo comentários sobre nós.

Suspiro, cansado.

Melhor ir logo para essa reunião e saber de uma vez do que se trata.

Lavo as mãos, e pego o capacete.

É hora de colocar Toothless para rodar um pouco. Só assim para estabilizar o fluxo dos meus pensamentos.

Sempre que subo em Toothless e aciono o motor, todos os problemas se tornam pequenos e irrelevantes.

O som do motor, e a vibração da moto invadem os meus sentidos, o guidão da moto se torna uma extensão dos meus braços. Todos os meus pensamentos ficam suspensos, e as minhas emoções se baseiam na velocidade e no vento tocando a minha pele.

Levei vinte e três anos para me encontrar de fato.

O frio na barriga, a excitação, a adrenalina correndo em minas veias, e até o medo; tudo isso faz parte de mim. E ter a percepção de cada uma dessas emoções me dá a sensação de estar no controle.

Eu preciso disso.

Preciso de algo que me desacelere.

Sinto como se a adrenalina trouxesse estabilidade para a minha agitação natural.