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— Eu não sou a menina mais linda do mundo, Mavi? — indagou Sol, aos giros. Ela estava linda em um vestido rosa, seus cabelos castanhos caiam em duas tranças em frente ao seu rosto, enquanto pequenas presilhas seguravam as mechas soltas ao lado da sua cabeça.

— É sim, meu amor — afirmou Mavi, afagando o queixo da menina.

— Nós também somos os meninos mais lindos, não é Mavi? — perguntou Bento ao lado de Paulo, ao sair da cabana.

Os dois vestiam roupas simples mas muito bem limpas, os cabelos penteados para trás ainda estavam úmidos.

— São os meninos mais lindos já existentes! — cantarolou Mavi — E como meninos tão lindos, devem se manter bem espertos e juntinhos hoje, está bem?

— Pode deixar.

— E Sol — a chamou — Cuide bem do Bento, e se mantenha de olho nele para que ele não se machuque.

— Fique tranquila, Mavi. Eu serei a luz dos olhos dele!

— Ai, minha linda — a beijou na cabeça — Bom, agora que estamos todos prontos para sairmos, é bom irmos logo.

— Mas não sem antes se despedirem de mim, em — disse Genésio.

Os quatro riram e dispararam em sua direção para lhe dar um abraço. Por alguma razão, ao se afastar, Mavi sentiu um aperto estranho em seu coração.

— Mavi — Genésio a chamou — Eu quero que venha comigo antes de sair com os meninos, está bem?

— Agora?

— Sim.

—... está bem — os olhou — Fiquem um pouco aqui, eu vou ir com o Genésio ali rapidinho.

Eles acenaram positivamente. Mavi seguiu Genésio para dentro da cabana, parando no meio dela. Ela não pôde ver o que ele pegou, mas logo Genésio mostrou em suas mãos uma embalagem vermelha e pequena.

— Por alguma razão, eu senti que chegou o momento de lhe entregar — esticou suas mãos — É seu.

Mavi deu um meio sorriso, pegando o que lhe foi estendido.

— E o que é, Genésio?

— Abra, e você verá.

Com uma curiosidade repentina, Mavi obedeceu ao pedido do homem que a tinha criado. Tirou a embalagem, ficando apenas um com uma caixinha preta redonda. Suas sobrancelhas se ergueram, mostrando sua confusão por não saber do que poderia se tratar. Mas logo soube perfeitamente do que era.

Um colar dourado com a miniatura de duas pombinhas no meio, com as pontas das asas unidas e os bicos fino se tocando, dentro de um círculo, era o pingente central.

— Meu Deus, é muito lindo!

— E não é apenas isso...

Genésio pegou o colar dourado das mãos de Mavi, posicionando o pingente entre os seus dedos. Os olhos da jovem pularam em surpresa ao ver que a miniatura podia ser aberta ao meio. Dentro dela, havia "M"e "E", entrelaçadas ao "A".  E na outra parte, a sequência numérica: 10, 5, 8.

— O que significam essas letras e números?

— Eu não sei... — fechou o pingente, o devolvendo para Mavi — Mas esse colar estava preso ao seu pescoço no dia em que eu te encontrei.

Mavi piscou os olhos com surpresa.

— E você nunca me entregou antes?

— Não, porque eu tive medo de você acabar perdendo. Mas agora, vendo o quanto vem sendo responsável. Acho que chegou o momento de estar com ele. — pegou seu ombro — Isso pode te dar a esperança de reencontrar os seus pais, Mavi.

Simplesmente, Você | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora