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Olhando de uma vez ou outra para a porta do quarto, Lúcia uniu suas mãos mostrando a si mesma que estava impaciente. Havia já se passado muitas horas e apenas os tios da jovem e Patrícia já tinham se retirado do cômodo para dar espaço suficiente, não só para Adam, mas para o médico chamado pudesse fazer sua análise.

Vera inclinou-se para frente, sentindo suas mãos serem acolhidas pelas mechas claras do seu cabelo. Lúcia se agachou, ficando próxima do seu rosto.

— Estou com tanto medo do que pôde ter acontecido com ela, Lúcia.

— Silvana é uma mulher muito forte e vai conseguir passar por isso. Tenha fé.

Vera a seu um pequeno sorriso, confirmando que estava segura em suas palavras.

A atenção dos quatro, no corredor do andar, foi tomada pela presença do médico. Vera se levantou.

— E então, doutor. O que a minha sobrinha tem?

Ele suspirou, levando uma de suas mãos para o bolso do seu jaleco.

— A paciente Silvana Dominique. Apresenta um quadro bem alarmante de estresse.

— Estresse?

Patrícia saiu dos braços do tio, para envolver os seus nos ombros de sua mãe.

— Sim. Por demasiadas emoções, momentos em que exigiram muito dela, estão levando esse quadro a crescer cada vez mais.

— E isso pode afetar muito? — questionou Ramón, apreensivo.

— Sim, se for mal tratado. Se Silvana não se cuidar direito e ficar em um ambiente em que a sua mente esteja correndo chances de passar raiva. Isso afetará ela toda.

— Meu Deus... o que podemos fazer para que isso seja evitado então, doutor?

— Eu deixei a lista com todos os medicamentos necessários, e os horários para serem consumidos — contou, levando sua mão ao bolso do jaleco. — Eu já disse para o noivo, mas é bom que vocês também saibam.

— Pode nos dizer, doutor.

— A paciente precisa de quatro dias de repouso.

— Quatro dias?!

— Sim. E de preferência num ambiente silencioso, calmo, e que ela possa se recuperar em pouco tempo.

Vera se viu alarmada, pensando em tudo o que poderia fazer para que isso acontecesse.

— Como estamos de férias, é bom que ela viaje. De preferência para um lugar onde a natureza é bem presente, como numa praia.

— Temos uma casa de praia. Ela é bem distante mas ainda assim é acessível.

— Então, a envie para lá o quanto antes.

—... o senhor não acha que aqui também pode ser um melhor lugar para que Silvana descansar? — indagou Patrícia — A final, ela vai estar próxima à família.

— Sim, é claro. Mas pelo o que me foi relatado, foi aqui onde ela desmaiou depois de uma discussão com um de seus familiares.

A jovem encolheu os ombros, pesando seu queixo no ombro de sua mãe.

Com as mãos em suas pernas, Adam permaneceu com os olhos no rosto de sua noiva, que aos poucos, foi abrindo os abrindo lentamente. Silvana ofegou quando a iluminação chegou, sua mão foi diretamente para sua testa.

—... ainda dói? — perguntou-lhe Adam, a dando até mesmo consciência de que era ele que estava por perto.

— Ai, sim... parece que tudo está rodando e rodando.

Simplesmente, Você | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora