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Trocando o peso do corpo, de um pé para o outro. Mavi esticou seu braço esquerdo, mais uma vez naquela noite, para mais uma das pessoas que pagaram pelo cachorro-quente. Estava sendo muito bom trabalhar por aquela hora, as pessoas pareciam esfomeadas e cansadas demais do trabalho, nada que um lanche para esquentar o estômago.

Mavi voltou para a calçada apressando seus passos, se sentou no concreto deixando a caixa de isopor à sua esquerda enquanto seus dedos foram em busca da pequena lata com a quantia arrecadada. Ela deu um longo suspiro, olhou para os lados e então se levantou. O dinheiro não pertencia totalmente à ela, já que os cachorros-quentes não proviam de suas mãos ou casa. Então, ela seguiu o caminho conhecido da cidade. Atravessou para o outro lado da calçada, acenando para algumas pessoas e sorrindo para outras.

Mavi não consegui esconder sua surpresa ao ver tantos adornos pela porta do restaurante, mesmo estando a uma certa distância percebeu pequenas rendas no balcão e uma mine árvore de natal. Mesmo não tendo o melhor restaurante da cidade, e que ainda estava em processo de melhora mesmo estando a tanto tempo, Sr.Smith não perdia mesmo o climas de comemoração.

Ele já à esperava e não se surpreendeu ao vê-la se aproximar de sua porta, com os braços magros ao redor da caixa dada por ele mesmo. Ela hesitou com o chamado de seu velho amigo, que precisou chamá-la pela segunda vez.

— Ah... Oi — respondeu ela, por fim.

— A caixa.

Ela deu um riso, um pouco envergonhada por ter agido fora de si. Ela estava realmente admirada pelos enfeites e o quão o restaurante mudou de uma hora para a outra. Com a caixa em mãos, Sr.Smith avaliou o momento e fato de Mavi não ter tirado os olhos de dentro do restaurante.

-— Você conseguiu arrecadar bastante dinheiro? — perguntou o homem.

— É-é. Claro!

Mavi estendeu retirou a lata de dentro da caixa onde o dinheiro tinha sido posto por ela.

— Aqui — entregou — Graças a Deus deu tudo certo hoje!

— Sério?

— Sim! Teve um monte de gente que quis comprar os cachorros-quentes. Confesso que fiquei até um pouco tonta de tanto andar prá cá e pra lá — deu um risadinha.

Sr.Smith separou sem muita dificuldade o dinheiro para Mavi e o seu, a caixa passou a ficar apoiada em sua coxa esquerda e não foi atrapalho algum, a sua profissão o fez acostumar enquanto ele contava as notas.

— Obrigado! — Mavi sussurrou. Pronta para ir embora.

— Mavi...

— Sim?

— Espere um pouco — Sr.Smith a pediu, sumindo dentro do restaurante.

Mavi juntou as mãos, pensando no que ele poderia estar fazendo e o que queria. Cruzou os braços, mas logo estes se soltaram com a volta do Sr.Smith e o seu sorriso pequeno. Os olhos cristalinos e atentos de Mavi, foram para os braços daquele que a pediu para que esperasse, neles duas caixas estavam envolvidas com fitas.

— Toma, pode pegar — ele anunciou, surpreendendo mais uma vez a jovem.

— Eu?!

— Quem mais seria? É sério, estou dando a você de bom coração. Não vou aceitar sua recusa.

Mavi hesitou antes de guardar a bolsinha no lugar de antes, e acatar o pedido do homem.

— O que tem aqui?

— Talvez você goste. Creio que sua casa irá ficar muito bonita.

A maioria dos amigos de Mavi, os quais moravam quase nas mesmas condições que a dela, mesmo uns tendo condição suficiente de ter paredes e um teto, não sabiam exatamente onde ela e sua pequena família morava. Apenas os mais próximos e que sempre a acompanhavam na ida ao lixão.

Simplesmente, Você | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora