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Mavi esticou os braços e os shorts antes de seguir o caminho, afastando as mechas louras se seu cabelo. Em minutos e por saber a estrada de cabeça, ela chegou à pequena casa de madeira de Nina. Bateu à porta, e logo essa foi afastada pela sua amiga.

— Bom dia, Mavi!

— Bom dia!

— Veio buscar suas coisas?

— Vim, sim...

— Pode entrar!

— Não, não... Eu não quero demorar muito.

— Não vai demorar, pode entrar!

— Eu já disse que não, Nina. Vou ficar aqui mesmo.

— Tá — bufou — Eu vou pegar, e não saia daqui!

— Vou ficar aqui!

Mavi inclinou, a cabeça jogando o peso do corpo para o lado, esperando pacientemente sua amiga. Quando menos esperou, Nina surgiu com os braços esticados e sacos brancos nas mãos.

— Meu Deus, mas é muita coisa! — comentou.

— Não significa quase nada para quando é para amiga tão especial como você — disse Nina, sorridente.

— Ai, Nina.

Mavi apanhou o que lhe foi dado, com agilidade.

—... nem sei como irei te pagar um dia.

— Nunca vai precisar! É um presente de natal, para você e toda a sua família!

— Sério?

— Humrum! Pode levar, tranquila.

— Obrigada, de verdade!

— Não foi nada... Você vai sair hoje a noite para vender?

— Olha, eu acho que vou sim.

— Então tome cuidado, tem muitos carros passando pelas ruas. É final de ano e você já deve saber como é.

— Ah! Disso eu sei sim. Mas é dessas épocas que eu mais gosto, já que tem mais chance de ganhar uma graninha a mais!

— Ah, boba — gargalhou — Talvez a gente se encontra por lá!

— É isso ai! Estou indo, tenha um bom dia, Nina!

— Você também!

Mavi se surpreendeu bem mais ao ver o conteúdo dado por sua amiga, em casa. Além dos quatro cobertores longos: elásticos, pentes e creme estavam em meio a tudo aquilo, era como recado de que ela devia se cuidar bem mais — não que ela não se cuidasse, ela apenas não se dedicava muito em seu exterior, como o cabelo que sempre estava solto. —, agora seria bem mais possível fazer aquilo.

Ela gostou tanto, que preparou-se para sair naquela noite com os produtos dados por sua amiga. Seu cabelo foi bem preso, as mechas separadas dando um desenho para seu rosto cumprido.

— Aonde vai tão bonita, assim? — indagou Genésio.

— Não estou tão bonita. Só mais um pouquinho arrumada — virou-se — Gostou?

— Claro que sim. Realçou a beleza que você sempre esconde por debaixo dessas mechas louras.

— Tá é de brincadeira com a minha cara.

— Não estou brincando.

— Tá tá... Bom. Eu tenho vender essas balas logo, antes que fique tarde demais para voltar para casa. Os meninos já venderam um pouco pela manhã e tarde, mas não vai custar nada vender mais um pouco. — catou a caixa vermelha, a pondo debaixo do braço.

Simplesmente, Você | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora