Capítulo 11: "Sonhe Mille"

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“Alguns sonhos, podem ser, avisos.” —Camille:
Moon segurou as minhas mãos, e fechou os olhos, e então, eu apenas repeti. É bem verdade que eu não fazia a menor ideia do que eu estava fazendo, e tão pouco, do que eu teria que fazer. Contudo, ela foi me conduzindo e explicando:
— Veja, seus poderes, estão ocultos por camadas dentro da sua mente, você precisa encontrar porta exata deles e ter o controle da força deles. Você, lutará na guerra não com sua força bruta, mas, com a força do seu poder, por isso, é importante você equilibrar. Agora, quero que pense em um elemento, vamos, pense. — Disse ela, ainda segurando as minhas mãos.
E então, eu pensei na água, e em como o oceano era lindo.
Há muito tempo, eu havia ido para a Califórnia, as ondas eram calmas na época que fui, e a cidade de Malibu, estava em uma tranquilidade que me fazia suspirar.
— Agua. Muito bem, agora, pense Camille, o que a água pode fazer? — perguntou ela, e eu novamente, comecei a pensar em que a água poderia fazer.
Imaginei, poder respirar debaixo da água, um vento, se formou bagunçando os nossos cabelos, mas, Moon ignorou, e apenas disse:
— Muito bem, continue Camille. — Disse ela, com uma voz branda.
E então, pensei em uma parede de água, agitadas, mas em nossa volta.
— Perfeito! Agora, Camille, abra os seus olhos. — Disse ela, soltando as minhas mãos.
Lentamente, eu abri os olhos, o vento ainda estava sobre nós, e ao olhar ao redor, havia uma parede de águas agitadas, eu abri o sorriso e olhei ao redor. Eu estava respirando debaixo da água. Nós estávamos respirando debaixo da água.
— Eu fiz isso?! — Perguntei, perplexa.
— Sim, você fez. Os elementos, são fontes do seu poder. Através deles, você pode fazer algo que seria impossível, mas, agora, é totalmente possível. Basta você equilibrar a sua mente.
Porém, há um problema, se não conseguir encontrar o equilíbrio, devido alguma pressão ou fonte de poder oposta ao equilíbrio, não terá tanto controle assim, e poderá ferir outras pessoas ou coisas ao seu redor. Se isso acontecer, precisará encontrar o seu próprio equilíbrio. — Disse ela, com a atenção.
— Como eu faço para isso parar?! — indaguei, e ela deu de ombros e disse:
— Estrale os dedos, cessará. — disse ela, sutilmente.
E então, eu fiz e a água cessou-se, caindo abaixo de mim.
— Que mais outras coisas eu posso fazer?!
Existe outra coisa além dos elementos?! — Perguntei, maravilhada.
— Bem, sim. Já vi voc… outras pessoas fazerem coisas incríveis com o seu poder.
Tudo é questão de autoconhecimento, e claro, aprimoramento. Quanto mais você aprimora seus poderes, mais forte e capaz e criar outras fontes você é capaz. — Disse ela, sorrindo.
— Obrigada mesmo por isso, por me ajudar, por fazer por mim, isso tudo. Eu não saberia fazer se não fosse por você. — Disse ela, que enxugou os olhos, já marejados.
— Eu não fiz nada, e como eu disse, esta é a minha missão. Fui enviada para cá para isso, te auxiliar. O que é curioso, por quê, pela idade, você deveria fazer isso. — disse ela, sorrindo gentilmente.
— Você é tão familiar, por que tenho a sensação de que, já te vi antes?! — perguntei, e ela sorriu.
— Bem, por que, na verdade, você já me viu. No futuro. Não aqui. — Disse ela, com simplicidade.
— Como é possível?! — Perguntei, com atenção.
— E quem são seus pais?! — Perguntei e ela desviou o olhar.
— Eu não posso lhe informar, gerará duvidas cruéis e um nó gigantesco, para mim, te explicar.
— Disse ela, e eu segurei as mãos dela.
— Eu entendo. Porém, quero agradecer a eles, no futuro. Fizeram um bom trabalho cuidando de você. — disse ela, Moon olhou para baixo e disse:
— Está cansada. Precisa descansar. Sentimental demais para o meu gosto. — disse ela, assoprando no meu rosto, e eu fui tomada por um sono profundo.
— Mas, eu não... — E cai, dormindo intensamente, e tendo um sono intenso em todas as maneiras.
E então, eu sonhei: meu coração batia fortemente sob o peito, minhas mãos suavam intensamente ao me lembrar, do seu olhar. Eu estava pensando nas possíveis maneiras de voltar ao tempo, mas, era impossível. Eu sabia que era. Daria tudo para conseguir voltar no tempo, daria tudo para sentir o seu suave toque, o seu feroz abraço acolhedor.
E aquele som, tão típico durante as luas cheias, informando ser a hora de se encontrar novamente.
Silêncio...
Não havia nenhum chamado, nenhum uivo, apenas, o mais completo e angustiante silêncio.
Seis meses, ah, se eu pudesse voltar no tempo por seis meses, apenas para conhece-lo novamente. Apenas, para correr naquela floresta densa e desafiá-lo novamente. Eu estava vendo as árvores passar rapidamente por mim, o rádio ligado em uma estação que pouco me importava, o olhar tenso da minha mãe, no retrovisor, como se, em qualquer momento, eu iria gritar com eles.
Bobagem...
Eu já havia gritado o suficiente, ao vê-lo estirado naquele chão lamacento, enquanto as gotas de chuva caiam sob seu corpo machucado. Ele não podia estar... Eu não aceitava aquilo.
Eu não quero aceitar, Isaac, tinha que estar vivo. O destino não me levará naquele dia, neste fim do mundo, não me fizera dar as costas para tudo em que eu mais amava, para perde-lo. E eu não hesitaria em retornar, apenas, em poucos meses, eu estaria de volta.
E eu estaria em seus braços, novamente.
Coloquei os fones de ouvido, e coloquei a música aleatória da playlist do Spotify. Eu daria tudo para ouvir o seu ruído de novo, me chamando, eu estava voltando para Nova York, porém, eu não pertencia mais aquele lugar. Enfim, sei o significado de casa.
Abri os olhos, arfando, mãos trêmulas, eu estava sonhando, tinha sido um pesadelo, só poderia ser.
Issac não... Mas, e se?! Moon estava adormecida ao meu lado, era um sonho, tinha sido um sonho.
Não estava voltando para Nova York, e tão pouco, Issac havia morrido. Eu acordei Moon, assustada e ela acordou em posição de luta, e vendo que, não era nada, fechou o semblante irritada.

Renascendo- Vol 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora