Capitulo 18: "Sala Secreta"

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“Os livros, sempre serão a nossa segunda casa. ”

Yummi:

Era madrugada, quando, o meu despertador tocou, Ross abriu a cortina da sua cama, e pigarreou. Vendo que eu não me movimentei, ele abriu a minha cortina e ligou flash:
— Hmmm… desliga a luz. — disse resmungando.
— Você, Japinha, havia dito que tinha um plano para hoje, e eu estou muito curioso para descobrir qual, levanta-se. — disse ele, e eu suspirei, o sono estava realmente ótimo.
— Japinha?! É assim que vai me chamar?! — Perguntei, e ele concordou apenas fazendo um som com a garganta.
— Pelo menos, não é nada ofensivo. Geralmente, eu dou apelidos piores. — Disse ele, dando de ombros e suspirei.
— Não me disse onde a bola de crista está. — Disse e ele deu aquele sorriso encantador, que me derreteu por dentro.
— A bola da Névoa, está na última torre do castelo, na ala sul. Temos que passar desapercebidos, afinal, se alguma bruxa nos pegar… estamos fritos. — Disse ele, e eu dei de ombros.
— Eu não tenho medo, logo mais, eu vou sair daqui. — Disse, e eu caminhei em direção a minha mala, e peguei o meu jaleco jeans e fui em direção à porta: —Me leve até lá. — Disse, convicta.
— Ficou maluca?! Jamais. Escuta Japinha, eu não estou para encarar a Madame, ainda mais por um meio plano dito. Tenho amor a minha reputação.
— E ele colocou as mãos no peito.
— ÓTIMO! Se não vai falar, eu vou descobrir sozinha. — Disse e coloquei as mãos na maçaneta.
— Droga! Droga! Droga! Espere! Seria de muita covardia deixar você sozinha nesses corredores… —disse e eu abri um sorriso no canto do rosto.
— Bem, de fato, seria mesmo. Mas, né, você está com medo da sua “Reputação” -E eu fiz, as aspas com os dedos.
— Droga! Você tem que me prometer que não fará mais isso. Me promete?! — Pediu ele, me olhando nos olhos, era impossível mentir ou fingir outra reação, sempre que ele me fazia isso, meu coração disparava intensamente.
— Se eu prometer, você promete parar de fazer isso?! — Perguntei, e ele, ergueu a sobrancelha confuso.
— Do que está falando?! — Perguntou ele: —Isso o quê?! — Disse ele, e eu engoli a seco.
— Isso, com os olhos. Você está me constrangendo. — E ele sorriu, droga, não era só os olhos.
E então, nós dois, saímos pelo corredor, ambos estávamos descalços. Apesar de estar segura com Ross ali comigo, não podia negar o nervosismo de estar infringindo alguma lei, nunca havia feito isso, nem na escola. Então, caminhamos lentamente pelo corredor, estava tudo silencioso e muito escuro, até que, Ross, me puxou pelo braço, me levou até uma porta, o banheiro masculino.
— O que você está fazendo?! Por que fez isso?! — Perguntei, cochichando.
— Esqueceu que eu leio pensamentos?! Alguém vai passar aí. — Disse ele, severamente e eu ergui a sobrancelha surpresa, eu havia me esquecido daquele detalhe.
— A pessoa está muito longe?! — Perguntei, cochichando.
— Vem! — Disse ele, me pegando pelo braço e me levando para uma cabine, e colocou as mãos na minha boca: — Sh... — E ele me olhou, podíamos estar no meio do tiroteio, que, com aqueles olhos fixos em mim, eu não iria fazer nenhum barulho.
Ross e eu ouvimos um som da porta do banheiro se abrir, ela rangia e então, a cabine ao nosso lado, também se abrir, um assobio se fez no banheiro. A descarga, soltou e Ross teve que se aproximar mais de mim, para não mostrar os quatro pares de pés em uma cabine só. Senti sua respiração próxima à minha, e senti o som das batidas do seu coração, próximo ao meu. Ross engoliu a seco, acho que só agora, ele havia notado a nossa aproximação, o rapaz, saiu do banheiro, mas, nós ainda ficamos naquela mesma posição, completamente paralisados. E então, eu vi, uma chama em seus olhos, como se dentro dele estivesse acedendo algo, ou então, renascendo... Eu coloquei a mãos em seu rosto, Ross engoliu a seco, era como se estivesse acontecendo algo dentro dele, ele pigarreou e disse:
— Que chama que você está vendo?! — Perguntou ele, e eu havia me esquecido, ele lia pensamentos, um constrangimento tomou conta de mim, droga, ele sabia exatamente o que eu estava pensando.
— Algo que surgiu agora em seu olhar. — Disse com simplicidade.
Ainda com as mãos em seu rosto, ele segurou com as dele, e beijou o dorso da palma da minha mão:
— Todos nós temos algo que foi Renascido em nós. — Disse ele: — Você, é um deles. — Disse ele, e beijou a minha testa e se afastou.
Por alguns minutos, Ross me deixou ali, perplexa e piscando atônita, mas, me dei conta de onde que eu estava, o proposito, o que eu tinha que fazer. E, sai da cabine do banheiro e abri a porta:
— Vamos botar fogo nesse lugar. — disse sorrindo com um sorriso no rosto, Ross piscou para mim e eu tive a certeza, que teríamos uma jornada juntos.
— Então, você é audaciosa, hein?! — Comentou ele, sussurrando enquanto caminhávamos no corredor.
— Eu sempre fui audaciosa, da última vez, entramos em um casarão abandonado e minha melhor amiga morreu. — Disse e ele paralisou.
— Diga que isso não é um padrão e que, não vou morrer. — Disse ele, suplicando e nós descemos as escadas, em direção a descer do prédio.
— E diga que você sabe o caminho. — disse, e ele deu de ombros e me conduziu até uma parede branca e lisa.
— Se você confiar em mim, prometo que você não vai se machucar. — Disse ele, e esticou as mãos para a parede e recitou uma palavra desconhecida, em volta da parede se iluminou, como uma linha que formava o formato de uma porta, ele então, pegou a minha mão e estralou os dedos, e uma dor surgiu na ponta do dedo e uma gota de sangue surgiu: —Isso aqui, é para a sala não te reportar. Eu já fiz isso, ao conquistar um batente no clã. — disse ele, e a gota do sangue, Ross colocou na porta que ainda não havia se materializado na nossa frente.
A princípio, a parede não fez nenhuma mudança devido ao ato de Ross, mas, uma maçaneta surgiu, e a porta se formou. Ross girou a maçaneta, e uma biblioteca gigantesca surgiu diante dos meus olhos, eu abri a boca e cobri com os dedos, era a maior biblioteca da minha vida.

Ali era o paraíso.

Renascendo- Vol 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora