“Não adianta, o inimigo, é sagaz e ardiloso, mais cedo ou mais tarde , você terá que enfrenta-lo.”
Sarah:
Eu estava de vestido floral amarelo, cabelo preso e passei um perfume. Yummi, me observava com atenção, e sorriu:
— Nunca vi ninguém se preparando tanto para ir para o festival da cidade, diga, é Jones que quer impressionar?! — Perguntou ela, como se não quisesse nada.
— Bem, sim e não. Eu preciso conquistar o livro, e o livro, está com Jones. Mas, eu confessou, que, a princípio, era só pelo livro… agora... já não sei mais. — Disse, e Yummi sorriu.
— Você não precisa ter medo disso, não é um bicho de 7 cabeças, a guerra já vai ser difícil o suficiente. Acho que uma dose, amor, cairá bem.
— Disse ela, segurando as minhas mãos.
— Obrigada Yummi. — E ela sorriu e piscou.
— Camille tem Issac, Eu tenho Ross, e você, quem sabe, o Jones. — E ela deu de ombros e eu sorri sem jeito.
Será que eu tinha?!
Sai da minha tenda, após me despedir de Ross e de Yummi, estava decidida a pegar aquele livro hoje. Não poderia deixar de ser hoje. E então, ao me aproximar da biblioteca, um friozinho no estômago surgiu. Eu estava realmente nervosa, e não era somente pelo livro, então, ele estava lá, com seus olhos lindos, blusa social branca e um buquê de flores nas mãos. Eu nunca havia recebido flores antes, era como se eu estivesse vivendo em um sonho, em um conto de fadas:
— Flores?! — Comentei, enquanto aproximava dele.
— Bom, eu não podia deixar passar a oportunidade de te der algo feminino. Espero que goste, eu escolhi pessoalmente. — Disse ele, e me entregou.
Era um buquê de girassóis, lindos e radiantes, eu cheirei e sorri:
— Obrigada, muito obrigada mesmo. — Disse e dei um abraço, ao fazer isso, uma voz feminina e rouca gargalhou na minha orelha.
— O que foi isso?! — Disse, me afastando dele e ele olhou para a direção que eu estava olhando.
— O quê?! — Perguntou ele, franzindo a testa.
Fechei os olhos, e respirei fundo, algo dizia que havia algo errado. Muito errado.
— Vamos, o festival já vai começar. — E ele esticou o braço para segurar.
— Fiquei surpresa com o convite, só nos vimos na biblioteca, e uma vez. — Disse, sem jeito.
— Bem, não poderia deixar passar a oportunidade. Você e eu, tivemos uma bela tarde. Nós, eu, não saio com ninguém tem anos! — Exclamou ele a mim e eu concordei com a cabeça.
As ruas, estavam com bandeiras laranjas, com desenhos de abóboras pintadas em cada uma delas. Uma música ambiente calma e suave, tocava nas caixas de som.
Conforme íamos nos aproximando, mesas de madeiras e mini abóboras iam surgindo, algumas pessoas, estavam fantasiadas de bruxas, elfas, princesas e reis.
Era divertido a concepção dos humanos sobre nós, criaturas diferentes. No centro, havia um palco de madeira, ou melhor, um Palanque com microfone:
— Poxa, está cheio aqui. — Disse e ele sorriu.
— As pessoas amam esse festival, tem até desfile de fantasias. — Disse ele meio algo, por cima do som, das caixas de sons.
— Eu nunca vim em um festival desses, sempre preferi ficar de fora. Eu achava, surreal demais. — Disse, e ele ergueu a sobrancelha.
— Mas, por quê, não gosta de bruxas?! — Perguntou ele, dando risada, dei uma risada fraca e respondi:
— Mais ou menos isso. — Disse dado de ombros.
— Quer beber algo?! Vou pegar algo para você. — Disse ele, se afastando e indo na direção do ponche.
Observando o lugar, vi Mille e Issac, e alguns lobos, cobrindo o ambiente. Se mesclavam pelo povoado, e Mille, se aproximou com um sorriso:
— Olha só você! Toda linda. Veio acompanhada?! — Disse ela, com um ponche nas mãos — Jones, o bibliotecário. Mas, no fundo, quero o livro que está na casa dele. — Disse, e Jones se aproximou.
— Você deve ser Jones, o bibliotecário, prazer, eu sou Camille Johnson. — Disse ela, esticando as mãos.
Jones, coçou o pescoço e sorriu, não cumprimentou Camille. Ela me olhou confusa, e eu franzi a testa:
— Pode apertar a mão dela, ela é limpa.
Toma banho. — Disse brincando, e Jones sorriu do mesmo jeito, e apertou rapidamente a mão de Mille.
Mille, paralisou um pouco e engoliu a seco:
— Acho que Issac está me chamando. Nos vemos, daqui a pouco. Bom festival. — Disse ela, erguendo a taça de ponche, e saindo de mansinho.
Então, Jones se aproximou e disse:
— Não é a garota que reviveu? — Perguntou ele, com sussurro.
— Sim, é sim. É surpreendente. — Disse, sorrindo abertamente.
— Você quer dizer Macabro né?! Digo, uma garota morta há 1 ano, simplesmente, reviver?!
Não tem medo?! — Perguntou ele, me entregando a taça de ponche.
— Medo?! Não. Confio plenamente em Camille.
Mas, porque esse receio todo?! — Indaguei e ele bebeu o ponche e negou com a cabeça.
— Deixamos esse assunto para outra hora, não é mesmo?! Diga, me fale mais sobre você. — Disse ele, erguendo a sobrancelha, e de repente, me deslocada, como se, houvesse algo estranho acontecendo com ele.
Ficamos o festival inteiro conversando, a princípio, Jones, era estranho. Demonstrou alguns sinais de nervosismo. E quando, a música trocou, e o desfile começou, ele sorriu e disse:
— O que você acha de irmos para casa?! — Sugeriu ele na minha orelha e eu sorri.
A deixa perfeita, concordei, Jones me levou caminhando em direção a sua rua. Abriu a porta, e juntos, entramos no andar de cima da biblioteca.
— Sabe, te achei atraente desde o primeiro momento que coloquei meus olhos me você. — Disse ele, se aproximando.
— É mesmo?! Digo o mesmo. — Estava estranhando o comportamento dele, mas, eu precisava chegar no andar de cima, precisava do livro.
Eu estava tão perto, só mais uns degraus. E então, ele abriu a porta, o apartamento era aconchegante, pequeno. O chão era de madeira escura, e ao acender a luz, iluminou-se pouco o ambiente da sala. Os móveis, claramente, já eram do apartamento, e não houve mudanças nele. Moveis de madeira antiga.
— Seja Bem-vinda ao meu lar. — Disse ele, cortes e eu agradeci.
— É aconchegante. — Disse olhando ao redor, e então, ele me convidou para sentarmos.
E eu avisei, na estante da sala, o livro de capa marrom, e letreiros dourados. Era ele.
— Interessada no meu livro?! — Perguntou ele, seguindo meu olhar.
— Chamou-me atenção. Parece valioso. — Disse, fingindo não ligar.
— É velho, e amarrotado. Nem compensa. — E ele se aproximou de mim e colocou as mãos na minha coxa, e fez menção de um beijo, eu me esquivei, não sabia o porquê, mas, me esquivei.
O meu telefone tocou, era Camille. Ignorei e não atendi, novamente, Mille me ligou e eu ignorei.
Coloquei as mãos, em cima das mãos de Jones, eu queria aquilo. E novamente, quando fechei os olhos, para beijá-lo, uma voz feminina ecoou forte, era uma gargalhada, e ela dizia:
“Me beija garota, eu quero um beijo seu” Travei, e me levantei bruscamente. De repente, Jonas, não era mais Jones, e dentro de mim, eu sabia, era ela. Madson. E de repente, Jones, não era mais Jones, era Madson, gargalhando com prazer, ela havia voltado. Estava pronta. Meu coração bateu fortemente no peito, e ela se aproximou e disse:
— Pobre Sarah, achou mesmo que ele estava interessado?! — Disse ela, gargalhando.
— O que você fez com ele?! — Falei, furiosa.
— Dormindo. É claro, pouco me importa o estado dele. — Disse ela, com desdém: -mas, você me direcionou para o livro, e veja só, ele está aqui. — E o livro se ergueu sozinho, e eu fui congelada pelo poder de Madson..
— Avisa o amor da minha Vida, que eu voltei. Forte como nunca! E que se prepare, pois, eu preparei grandes batalhas para ele. Esse livro aqui, vai me ajudar. — Disse ela, estralando os dedos e sumindo com o livro.
— NÃO! — Eu gritei, era tarde demais, Madson sumira, com o livro.
A porta de baixo se abriu, passos subindo a escada, eu estava ajoelhada chorando muito. A única oportunidade, a única chance.
— Sarah?! — Chamou Camille desesperada: —Está tudo bem, vai ficar tudo bem. — Disse ela, me pegando pelo ombro.
— ELA VOLTOU, ELA VOLTOU. E LEVOU O LIVRO. — Gritei, Issac, paralisou ao ver a cena.
— Esta tudo bem, Sarah, a culpa não é sua. — Disse Camille, me abraçando fortemente.Tudo estava arruinado, Madson, também tinha uma carta na manga. Nós tínhamos o colar, mas, ela tinha o livro.
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Renascendo- Vol 2
FantasyPelas ruas silenciosas de Ligonier, uma certeza, nós temos. Que após a morte de Camille, tudo mudou. A cidade não faz mais festa, e um lobo se esconde com o mais puro luto e intenso. A escola, fechada. E a vilã, a solta. Na cidade de Ligonier, o que...