16 - Surpresa

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-- Marília... -- Maraisa disse boquiaberta. 

-- O que está esperando para ir abraçá-la? Suponho que a saudade seja grande. -- Falou sorrindo. Duas semanas depois de seu casamento Marília não resistiu em contatar a melhor amiga de Maraisa ao perceber que ela sempre falava sobre Maiara. Via o quanto seus olhos brilhavam ao falar da garota e decidiu levá-la à um passeio por sua fazenda, no qual, intencionalmente, sua melhor amiga lhe esperava na sala de estar. 

Maraisa não demorou nem dois segundos para ir abraçar sua melhor amiga. A ruiva abriu os braços no mesmo instante que viu sua amiga ir em sua direção. Se abraçaram por um longo tempo e Marília desejou que Maraisa lhe abraçasse com o mesmo entusiasmo algum dia. Sorriu genuinamente ao ver a cena. 

-- Oh, meu Deus. Parece que não te via há anos. -- Maiara disse sorrindo, analisando sua amiga dos pés à cabeça. -- Está linda, Carla. Suponho que esteja sendo bem cuidada. 

-- Obrigada. -- Maraisa respondeu sorrindo. -- Senta aqui, me conta como foi com seu irmão desde que saí de lá. E sua mãe? Oh meu Deus, ela deve ter ficado louca. -- Maraisa falava em disparada enquanto se acomodava no imenso sofá localizado ali. 

-- Eu, hm... vou deixar vocês a sós. -- Marília disse, chamando a atenção de ambas para si. -- Vou visitar meus outros cavalos. Se precisar de mim estarei no estábulo. -- Falou se inclinando perto de Maraisa e deixou um beijo em sua testa. -- Com licença. 

-- Não é a minha preferência, mas... Que olhos! -- Mai falou assim que Marília cruzou para fora da porta e Maraisa não se conteve em rir. 

-- Tire os olhos de cima da minha esposa. -- Maraisa alertou em tom de brincadeira. Ambas riram até Maiara suspirar. 

-- Ainda não entendi o que houve. -- Falou simples. -- E Hugo? 

-- Não quero falar disso. -- Disse abaixando seu olhar. A última vez que conversaram Maraisa ainda namorava Hugo e, provavelmente, Maiara também não saiba do casamento do cretino. 

-- Ele me perguntou de você esses dias. 

-- Não quero falar disso! -- Maraisa repetiu firmemente e sua amiga assentiu. 

-- Está feliz? -- Sua amiga perguntou, realmente preocupada. 

-- Marília é carinhosa, atenciosa, brincalhona... 

-- E tem aqueles olhos... -- Maiara disse se abanando e Maraisa lhe acertou um tapa de leve em seu braço.

-- Assuma que você também perde o fôlego com aqueles olhos. -- Maraisa enrubesceu e abaixou o olhar para suas mãos. 

-- Mai, para com isso! -- Pediu sentindo suas bochechas arderem. 

-- É sua esposa. Não deveria se envergonhar. -- Falou rindo. 

-- Você não liga de eu ter me casado com uma mulher? -- Maraisa perguntou surpresa. 

-- Quem chupa a sua intimidade diz respeito somente a você, Isa. -- Disse, fazendo Maraisa arregalar os olhos e enrusbescer. -- E eu jamais julgaria. Olha bem para aquela mulher, uma deusa. -- Disse rindo novamente. 

-- Você não muda. 

-- E você não respondeu minha pergunta. -- Falou enquanto voltava a franzir os olhos e as sobrancelhas de forma sugestiva. -- Ela não te tira o fôlego? 

-- Ela é realmente maravilhosa. -- Maraisa respondeu deixando um pequeno sorriso aparecer em seus lábios sem nem perceber. 

Conversaram por horas naquela sala sobre as últimas semanas, sobre o irmão encrenqueiro de Maiara, sobre a mãe deles que ficava de cabelos em pé com as discussões dos dois, sobre a perspectiva de ambas para o futuro e apesar de Marília já não ter o que fazer em sua fazenda, em momento algum ousou interromper a conversa das garotas. 

-- Hey, garoto, voltei. -- Marília disse à um de seus cavalos. -- Vou ficar mais um tempo aqui com você. -- Falou se apoiando na madeira que separava ela do animal. -- Parece que Maraisa ficou feliz com a surpresa. -- Ela falou sorrindo, lembrando-se do sorriso de sua esposa. 

-- Eu gosto de quando ela sorri. É bonito. -- Voltou a falar enquanto levou uma mão ao animal, acariciando a crina do mesmo. -- Você precisa ver ela. É linda em sua forma mais pura. -- Falou suspirando. -- Acho que ela está perdendo o medo de mim. Às vezes até segura em minha mão sem que eu precise pedir. Eu sei que é para manter as aparências, mas mesmo assim... 

-- Marília? -- Deu um pulo ao ouvir a voz de sua esposa. A garota riu baixinho. -- Desculpe te assustar. 

-- Tudo bem. -- Falou se aproximando, se recompondo do susto. 

-- A Mai precisa ir embora, mas a convidei para ir em sua casa algumas vezes. Tem problema? 

-- A casa é sua também. -- Falou sorrindo calma. -- E não. Pode convidar quem e quando quiser para lá. -- Falou e Maraisa assentiu. -- Bem, vamos? 

-- Claro. -- E quando Marília começou a andar sentiu seu corpo ser parado por uma mão segurando seu antebraço. 

-- Marília? 

-- Sim? -- Respondeu se virando para a mais nova. A garota parecia envergonhada por algo. 

-- Obrigada por isso. -- E, sem dizer mais nada, abraçou bruscamente sua esposa. Marília foi surpreendida pelo ato, mas logo devolveu o abraço da mais nova. 

-- Não precisa me agradecer. 

-- É claro que preciso. -- Maraisa falou afastando a cabeça de ombro de Marília, mas não suas mãos do redor do pescoço dela. Encarando-a nos olhos lembrou das palavras de sua amiga e riu, claro que o olhar de Marília sobre si a tirava o fôlego, e agora, depois de sua amiga confessar que Marília tirava o fôlego de qualquer um, percebeu que não tem problema em admitir isso. 

-- Por que ri? -- Marília indagou confusa. 

-- Não sei. -- Maraisa respondeu. -- Talvez a percepção de algo nos deixe idiotas. 

-- Percepção? 

-- Seus olhos... Eles são lindos. -- Marília abriu a boca sem reação. Jamais esperaria um elogio de Maraisa. 

-- Obrigada. -- Marília disse sentindo seu coração se aquecer. -- Mas ainda prefiro os seus. 

-- Castanho escuro é uma cor comum demais. 

-- Em você nada é comum. -- Ela tratou de responder rapidamente. -- É tudo um conjunto único. -- Maraisa corou e Marília suspirou, não querendo parecer oportunista por estar aproveitando-se de um simples elogio. -- Vamos? 

-- É...Certo, vamos. -- Se desfez da proximidade de Marília. Caminharam por toda a extensão da fazenda, pois ambas entraram em comum acordo de que era bom tomar um pouco de ar fresco. 

-- Tobias, volto logo para dar um passeio em meus bebês. -- Sentiu os dedos de Maraisa se entrelaçarem nos seus, mas, quando iria se iludir com tal feito, viu um dos guardas analisando longinquamente ambas. 

-- Sim senhora. -- A cabeça de Maraisa se encostou em seu ombro em sinal de cansaço e Marília se despediu logo do rapaz. 

-- Hora de levar minha princesa para descansar. -- Marília falou calma. 

-- Estou com frio. -- Maraisa disse com voz manhosa e Marília riu baixinho, soltando a mão dela e passando seu braço ao redor da garota. 

-- Melhor? -- Maraisa assentiu ao sentir a mão de Marília subir e descer em seu braço com intenção de aquecê-la. Não viu maldade no ato, ou segunda intenção, até porque não havia. -- Ótimo. 

Marília se sentia terrível por estar desfrutando de uma situação armada, onde sua esposa só fazia essas coisas para provar para os outros o quanto esse falso casamento era real, enquanto Maraisa nem sequer havia reparado que havia um guarda ali, agira por impulso, mas não ligava, afinal de contas, Marília não havia reclamado. Sentia-se feliz por finalmente ter começado a ver que Marília não era um bicho de sete cabeças. Claro que sabia da gentileza da garota, mas o pânico de se estar casada a perseguia antes. Começar a sentir-se à vontade com Marília era bom, incrivelmente bom.

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Já é um começo né? Kkkkkkk

Volto hj ainda ❤️

Over the Rainbow - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora