25 - Toques

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Após vários minutos sozinha no banheiro Ally chegou para ajudar Marília a retirar sua roupa. Maraisa escutava alguns resmungos de dor vindos do banheiro e queria loucamente entrar lá, mas sabia que Marília não a permitiria ajudar em nada. Depois do que havia parecido uma eternidade para Maraisa, Ally foi para seu respectivo quarto e Marília foi para sua cama. Maraisa já estava deitada, mas não dormiria sem tentar novamente falar com Marília.  Puxou a coberta para facilitar o trabalho de sua esposa e a mesma apenas lhe olhou, se sentando na cama vagarosamente, para então se acomodar deitada. 

-- Tem pomada em nossa cômoda, quer que eu passe nos hematomas? -- Maraisa perguntou com cautela. 

-- Vou chamar a Ally de n... 

-- Você não vai chamar ninguém! -- Maraisa decretou. -- Eu estou aqui e posso passar. Eu sou sua esposa e não ela, droga. -- Reclamou bufando. Marília a encarava sem dizer nada. -- Me deixa te ajudar. 

A mais velha se virou para o outro lado sem dizer nada e então Maraisa decidiu se levantar, trancar a porta e pegar a pomada. 

-- Eu sei que você pode estar me odiando agora, mas acredite que quando digo que não é por pena que quero te ajudar eu estou falando a verdade. -- Disse se sentando na cama e erguendo a mão cautelosamente até o primeiro dos botões da camisa de Marília. Ela odiava dormir com camisa de botão, mas, para não ficar erguendo o braço para retirar a camisa cada vez que iria trocar de roupa e não piorar suas dores, optou por uma camisa assim. 

Maraisa sentiu a mão de Marília segurar delicadamente seu pulso e suspirou, ainda não desistindo. 

-- Pense que a pomada vai ajudar nos hematomas. Você me disse que ama o seu trabalho, me deixe te ajudar a voltar para ele. -- Sentiu os dedos de Marília irem se afrouxando do aperto e entendeu como um sim. Começou a desabotoar todos os botões da camisa de sua esposa e, conforme a camisa ia revelando sua pele branca, Maraisa teve que manter seus pensamentos em linha reta. 

-- Você poderia me... ajudar a deitar de bruços? -- Marília pediu meio contrariada. -- Eu estou sem sutiã e não quero que você vomite em cima de mim. -- Maraisa entortou a boca ao ouvir aquilo, mas ignorou, ajudando a garota a se virar e, assim que o fez, Maraisa respirou fundo e deslizou a camisa de sua esposa de seus ombros lentamente, não querendo causar mais dor para ela, a colocando em um canto qualquer. 

Pegou o tubo de pomada e colocou um pouco em seus dedos, começando a traçar círculos em cima dos hematomas de Marília. Não pôde evitar reparar no quão macia sua pele era; os traços femininos; a pele branca; as curvas; os cabelos jogados para o lado; tudo contribuía para a visão ser totalmente sexy. 

-- A-ai. -- Marília gemeu baixinho quando Maraisa aplicou pressão demais em uma das marcas roxas. Ela havia se distraído com a visão. 

Passou vagarosamente o dorso de sua mão em uma carícia de baixo para cima e desceu seu dedo indicador na curva da espinha da mais velha, em um ato que fez com que Marília se arrepiasse inteira. 

-- Maraisa... -- Lauren alertou e Maraisa mordeu seu lábio inferior. 

-- Desculpe. -- Pediu baixinho, voltando a passar a pomada nos lugares arroxeados. Assim que terminou se curvou, tentando parar seu próprio corpo, mas não conseguiu, por isso acabou aplicando um leve beijo na nuca de sua esposa. -- Vire-se. Preciso passar na frente. -- Sussurrou e Marília engoliu em seco ao sentir os lábios de sua esposa contra sua pele, e depois o sussurro lento fazendo Marília ser capaz de sentir a respiração de Maraisa esbarrando no pé de seu ouvido. Se virou lentamente com a ajuda de Maraisa para não tocar ombro machucado no colchão. 

Maraisa paralisou ao ver os seios rosados e enrijecidos de Marília. Se não estava frio, por que seus seios estariam daquele jeito? 

Passou mais pomada em seus dedos, desviando os olhos dos seios de sua esposa e começou a fazer os mesmos movimentos circulares nos hematomas da barriga e costela. 

-- Ally já limpou a ferida, então não precisa... -- Marília esclareceu e Maraisa logo entendeu, assentindo, tensa demais para dizer algo. Ela estava desejando beijar aquela pele, aqueles seios, o que estava dando nela? 

Respirou fundo e retirou o short de Marília, fazendo os mesmos movimentos nos hematomas de suas pernas. Ao voltar a ficar na altura dos olhos de Marília aplicou mais pomada em seus dedos e começou a acariciar lentamente seu rosto. 

-- Deus... te machucaram feio. -- Maraisa disse tristemente. -- Eu odeio te ver assim. 

-- Terminou? -- Marília perguntou desviando seu olhar de Maraisa. 

-- Sim. -- Maraisa disse vendo a pomada sumir por entre os poros do rosto de Marília. -- Amanhã vai estar bem melhor. 

-- Obrigada. -- Marília disse tentando se abaixar para pegar sua camisa, mas Maraisa a impediu. 

-- Não precisa se vestir, eu tranquei a porta. -- Maraisa disse em um tom brando. -- Deve ser horrível colocar roupa com esse monte de machucados. 

-- Tem certeza? -- Marília perguntou e Maraisa assentiu, se inclinando e deixando um beijo no pescoço de Marília, um dos únicos lugares onde não havia machucados. 

-- Boa noite, Mali. -- E se virou para o outro lado. Não seria capaz de dormir vendo Marília seminua do seu lado. Na verdade, ela não sabia se seria capaz de dormir sabendo que Marília estava naqueles trajes na mesma cama que ela. 

Mordeu o lábio inferior tentando tirar a imagem dos seios rosados e rígidos de Marília à centímetros de sua boca. Pareciam realmente deliciosos de se provar apesar de nunca ter feito nada do tipo. 

E foi no meio da madrugada quando acordou percebendo estar dormindo de conchinha com Marília. Seu braço direito abraçava possessivamente a cintura da maior. Se inclinou, analisando o rosto de sua esposa. "Tão linda mesmo com todos esses machucados." Pensou. 

Desceu seus olhos para o corpo da mulher, vendo que Marília estava ainda seminua, e não resistiu em aplicar um beijo no ombro bom de Marília, para depois subir uma pequena trilha de beijos castos até a curva do pescoço da maior. Sua mão coçou para subir um pouco mais e segurar aqueles seios, mas seria errado fazer isso enquanto Marília dormia. 

Inalou o cheiro da pele de Marília e apertou forte os olhos, se contendo de fazer alguma besteira, para logo deitar de novo na cama. 

-- O que está fazendo comigo, garota? -- Sussurrou baixo antes de colar seu corpo no de Marília novamente, devagar suficiente para não acordar sua esposa e tampouco machucá-la mais. 

Caiu no sono logo, no aconchego do calor do corpo de Marília colado no seu, só não sabia que Marília estivera acordada todo esse tempo. Não pôde dormir devido às dores e presenciou toda a cena, dando graças aos céus por Maraisa não ter percebido sua pele toda arrepiada perante seu toque.

Over the Rainbow - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora