Ben Solo é um ex militar e pai solteiro, Rey é uma professora primária e jovem sonhadora. Ambos extremamente solitários, com apenas um pequeno grupo de amigos, que nem sempre os entendem. Mas após se conhecerem melhor, compreendem que talvez a aceit...
O sussurro da mulher é baixo mas acerta-o em cheio como uma faca nas costas. Paul olha para a porta, o seu corpo congela no lugar. Rey não se atreve a dizer nada, suspeitas de quem aquela seria não faltavam, mas foram as palavras tímidas de Paul que confirmaram as suas suspeitas.
- O que fazes aqui mãe? - pergunta, choque por todo o seu rostinho pálido.
- Voltei para te ver meu amor. - diz olhando-o fixamente.
Os seus olhos enchem-se de lágrimas, virando-se de costas corre pelo corredor ignorando o chamado da mulher. Ben não mexe um músculo, apenas trinca o maxilar e cerra o punho numa fraca tentativa de manter a calma. Um silêncio desconfortável instala-se no ambiente, Rey queria agarrar na sua mala e casaco e sair porta fora mas o pedido calmo do moreno fá-la desistir da ideia. - Rey podes ver como está o Paul, por favor. - pede virando o rosto para ela.
O olhar da mulher sob si era desconcertante, mostrava raiva e ódio puro. Apesar de não ter experienciado muito sabia perfeitamente do que se tratava, ciúmes.
- Claro. - a mesma assente e pede licença, caminhando pelo corredor e deixando-os a sós.
Assim que se encontram sozinhos Jessica tira os olhos da porta que leva ao corredor, concentrando-se em Ben. - Aquela é a tua namorada? - pergunta.
Ben sorri incrédulo, ela voltava depois de anos e essa a primeira pergunta que fazia. - Tu continuas a mesma. - diz calmamente.
- Como assim Ben? Eu estou melhor, juro. - diz olhando-o nos olhos, uma falsa expressão de arrependimento.
- Por favor Jessica não me tentes fazer de parvo. E como assim? - indaga. - Mal chegaste e já estás com uma das tuas crises de ciúmes ridículas. Se bem que eu não tenho de te dar explicações de nada, nós não temos nada. - diz sentando-se no sofá.
A expressão de Jessica era de pura incredibilidade. - Nada? Nós não temos nada? E a nossa relação? E o...Paul? - pergunta por fim, alguma hesitação na sua voz.
- Estás a ver Jessica, acabas de te denunciar a ti mesma. - diz sarcástico, ao mesmo tempo que a fúria toma conta do âmago.
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A mesma encara-o confusa. - Acabas de admitir que o Paul é a última das tuas prioridades. Continuas a mesma egoísta de sempre, pensas apenas em ti mesma e não no Paul. - diz levantando-se.
- Isso é mentira. Eu voltei por...ele, mas também por ti. - diz o que só o enfurece.
- Tu tens um descaramento. Quanto mais falas mais te enterras. - diz. - ACABASTE DE CONFIRMAR QUE O PAUL É A MENOR DAS TUAS PREOCUPAÇÕES. CONTINUAS A MESMA EGOÍSTA DE SEMPRE. - grita enfurecido.
- NÃO ME GRITES. - grita de volta.
Um silêncio incomodativo ecoa pelo ambiente, novamente a instabilidade mental de Jessica toma conta dela. - É por causa dela, da...Rey. Ou lá como ela se chama, tu não queres recuperar tempo perdido por causa dela. - diz.
- Eu não acredito no que estou a ouvir. - as acusações da mesma fazem-no levar as mãos á cabeça por pura incredibilidade.
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- Tu és tão egoísta e absurda. Tu foste embora por puro egoísmo da tua parte, nunca quiseste saber do Paul, até quando ele era um bebé tu recusavas-te a segurá-lo e sequer a olhar para ele. Não tens qualquer moral nenhuma para falar de mim. - diz.
- Tu achas que é fácil ser esposa de um soldado, eu fiquei sozinha a maior parte da minha gravidez. E sabes muito bem que tive depressão pós-parto. - diz, em tom de acusação.
Novamente indignação toma conta dele. - Claro que tinhas de usar essa arma. Estive fora, mas assim que foi necessário eu vim a correr para casa e quanto á depressão, eu insisti que fosses a um psicólogo mas tu não me deste ouvidos. DISSESTE QUE NÃO TINHAS PROBLEMA NENHUM E EM VEZ DE CONVERSARMOS DISSESTE AO MEU FILHO QUE ELE NUNCA DEVIA TER NASCIDO E SAÍSTE PORTA FORA! NÃO TENS DIREITO DE DAR OPINIÃO DO QUER QUE SEJA SOBRE MIM OU SOBRE O PAUL! - acusa, virando-lhe costas.
Lágrimas escorriam do rosto da loira, mas aquelas eram as chamadas lágrimas de crocodilo. - Eu...eu estava em negação Ben. - diz, tentando justificar-se.
- Não Jessica estás apenas a arranjar desculpas esfarrapadas para o teu egoísmo e eu já estou farto. - diz, virando-se e caminhando até á porta. - Está na hora de ires embora. - diz abrindo a porta.
- Ben...
- SAI! - grita novamente.
Jessica pega a sua mala e caminha até á saída. - Eu vou voltar. - diz virando costas e indo embora.
Ben fecha a porta com fúria e volta para o sofá sentando-se e atirando um copo contra a porta, isto não resolvia nada mas com certeza ajudava a extrair toda a sua fúria. Jessica era a última coisa que precisava na sua vida.
